Radar

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Finalmente, consegui ter acesso ao meu primeiro livro de Jorge Valdano.

O ex-jogador e, há alguns anos, executivo de futebol, conhecido como “o filósofo do futebol”, publicou algumas obras interessantes. Porém, ou se encontram esgotadas no país de origem, muito menos possuem edições no Brasil.

Um sebo virtual me salvou, depois de algumas tentativas anteriores para adquirir e começar a ler seus escritos.

“Liderazgo”, em tradução livre para o português, “Liderança”, foi planejado e escrito em conjunto com Juan Mateo, economista e financista espanhol. Inclui ótimas entrevistas com protagonistas dos negócios e do esporte em âmbito mundial.

Da experiência acumulada pelos dois e somada surgiu também a empresa Make a Team, especializada em pesquisa, formação e desenvolvimento de equipes.

No livro, a abordagem se inicia com a exaltação da visão que todo e qualquer líder de equipe deve ter, amparada sempre nos sonhos que as pessoas projetam para suas vidas.

Uma vez que o radar do líder detecte – ou crie – os sonhos, inicia-se o processo de transformação racional em visão, dentro do contexto institucional em que se encontra, e a visão passará a definir as metas para que a equipe persiga.

A importância da visão no processo é tamanha que, antes de exemplificar com o anedotário de saborosas histórias, vaticinam que “é no futuro que passaremos o resto dos nossos dias”.

Assim, a discussão que paira, no momento, acerca da falta de embasamento metodológico-filosófico na formação de jogadores no Brasil, em contraponto à bússola orientada pelo FC Barcelona, prioritariamente, deveria levar em conta qual é a visão dos líderes que comandam nosso futebol.

Qual é o alcance desse radar dos que estão à frente da gestão do futebol no país?

O alcance poderia ser proporcional ao sonho de transformar o futebol brasileiro na maior e, principalmente, melhor indústria do segmento em todo o mundo.

Os autores citam o vitorioso treinador da NBA, Pat Riley: “tudo o que somos capazes de sonhar, somos capazes de conseguir”.

Mencionam o famoso toureiro espanhol Joselito. Quando lhe perguntaram se imaginava algum dia chegar tão longe na carreira, nas aulas de tauromaquia, afirmou: “Tinha um professor chamado Jose de La Cal que me contava suas histórias maravilhosas e de outros toureiros. Contava tão bem que isso fazia me enxergar na arena, e esses sonhos me fizeram viver”.

A história mais curiosa evidenciada é a de Hugo Sanchez, contada pelo companheiro de Valdano quando jogaram no Real Madrid.

Traduzo livremente: “Hugo Sanchez recebeu uma bola, a carregou de perigo com essa convicção cheia de pólvora que tinha e disparou sem piedade: Gol!

O narrador disse que Hugo havia chutado sem pensar. Aquele comentário me pareceu o menos adequado, pois sabia que Hugo levava uma vida imaginando aquele gol e todos os gols possíveis. Antes de dormir, no sinal vermelho e, claro, nos treinos, o verdadeiro esportista repassa mentalmente as jogadas prováveis, até o ponto em que, no momento verdadeiro, são seus músculos que se lembram. Se isso chega a acontecer é porque se cansou de pensar no chute e não porque chutou sem pensar.

Na análise posterior, o comentarista insistiu: ‘Hugo não pensou duas vezes antes de chutar’. De minha poltrona, respondi: ‘Duas vezes não, dois milhões de vezes’.”

Dizem, ao fim e ao cabo, os autores, que o sonho é um detector de oportunidades preparado para caçar qualquer possibilidade que entre na órbita das aspirações.

Em tempo: ainda está no meu radar o gol mais bonito do Hugo Sanchez, o “Hugol”, que gravei desde muito jovem no meu painel de sonhos:

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br
 

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