Nem sempre o campeão forma…

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Para fechar o assunto “Copa São Paulo de Futebol Júnior”, vamos aproveitar a grande final da competição para levantar mais uma vez a noção de gestão de um processo de formação de atletas pela relação entre promoção de jogadores ao profissional ante os títulos precoces durante tais fases de desenvolvimento.

É bem verdade que a Copa São Paulo não pode ser classificado como um “título precoce”. Mas também não pode balizar todo um trabalho de formação de jogadores feito anteriormente, inclusive por outros clubes.

E o que chama a atenção é que, via de regra, os dois maiores detentores de troféus da Copinha, Fluminense e Corinthians, não possuem um aproveitamento tão significativo de jogadores formados em sua base no elenco profissional.

O gráfico abaixo procura ilustrar isto, quando fizemos um passeio sobre os últimos três anos dos dois clubes quanto à efetiva utilização de atletas formados na sua própria casa na equipe principal.


 

A leitura nua dos dados pode até revelar um bom aproveitamento numérico, em termos quantitativos, uma vez que a média gira em torno de 30% do elenco sendo formado na base, o que parece ser um número bastante razoável.

Contudo, quando se observa a efetiva utilização destes jogadores, percebe-se que o espaço fica bastante restrito, sendo que os jovens atletas têm dificuldade em manter uma sequência de jogos para a sua estabilização na equipe de cima, culminando quase que invariavelmente com empréstimos ou venda para mercados de menor expressão.

Apenas o Corinthians, neste exemplo dos dois finalistas da Copa São Paulo, pode ser citado por ter utilizado de maneira mais efetiva jogadores promovidos da base, como é o caso do goleiro Júlio César, titular absoluto da meta alvinegra, e do até pouco tempo ídolo do clube Dentinho, que acabou sendo vendido para o exterior. Os demais integrantes do elenco possuem participação coadjuvante dentro do elenco.

No caso do Fluminense, clube em que se percebe um investimento pesado para trazer grandes jogadores para o time profissional, os garotos das categorias de base possuem poucas chances de atuação na equipe principal, passando a seguir rumos profissionais longe das Laranjeiras.

A breve análise, que carece obviamente de um aprofundamento, além do levantamento de mais informações, serve para dar um panorama e fazer um alerta sobre a gestão de projetos ligados à formação de atletas, especialmente para casos em que se privilegia a exposição midiática precoce ante um desenvolvimento sustentável visando um aproveitamento otimizado de jogadores.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

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