Não se deve temer a Lei Geral da Copa: segurança nos estádios

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A Lei Geral da Copa é a pauta mais discutida e adiada para votação dos deputados. Muitos brasileiros se negam a aceitar as imposições da Lei, no entanto, é parte do contrato assinado e de conhecimento antes mesmo da candidatura do Brasil para ser sede do evento.

Se estamos construindo estádios com normas da Fifa, por que não aceitar as regras da entidade durante um único mês? Com exceção de cláusulas que duram até o fim do ano, os grandes empecilhos da aprovação brasileira são para somente um único mês, no qual o evento é realizado. São normas que só regram um país bagunçado como o nosso e que a cada quatro anos são apresentadas e aceitas até mesmo por países muito mais corretos e organizados que o Brasil.

O ponto que mais é apedrejado é a venda de bebidas nos estádios. A Lei pede garantias de que poderão ser divulgadas, distribuídas e vendidas, as marcas do evento. A Budweiser é uma patrocinadora do evento e será vendida nos estádios, é parte do acordo. A Fifa nunca permitirá que um de seus patrocinadores seja prejudicado. Mas, as exigências e orientações são contestáveis, dentro do possível.

A África do Sul passou por experiência similar, pois nos estádios sul-africanos, a venda de garrafas de vidro era proibida e isso foi um quesito que o país não abriu mão de mudar. A Budweiser, então, desenvolveu uma garrafa plástica, com a cor das garrafas originais da marca, para serem vendidas nos estádios, garantindo a segurança que a África do Sul exigia. Na Copa da Alemanha, em 2006, Kaiserslautern também teve problemas, pois seu maior produto e atrativo turístico seria a cerveja própria , produzida na região e o assunto também foi resolvido com a Fifa.

Na mesma lei, a entidade máxima do futebol exige comportamento adequado, contra violência, racismo e preconceitos, antes de entrar ou já dentro dos estádios, podendo um ou mais torcedores serem banidos do evento, mesmo com os ingressos em mãos. Existem seguranças em todas as partes do estádio durante o evento. Existe também um grande número de profissionais garantindo a segurança, com treinamento de retirada de invasores ou torcedores violentos, com técnicas que evitam agressões ou lesões, levando-os para a parte externa do estádio, sem possibilidade de retorno.

A cerveja não é responsável pelo mau comportamento em estádios, mas a falta de educação, tanto do povo brasileiro, como também existente na Holanda, Inglaterra (já suavizada), Alemanha e outros países.

Neste momento, o Brasil deveria investir em segurança adequada, privada, não fardada, pois a estratégia da polícia nos estádios é ofensiva e não é tática. Além disso, são obrigatórios postos policiais dentro dos estádios, mas o governo deveria se limitar a isso. O foco não deveria ser em tirar o policiamento das ruas para colocar dentro dos estádios.

O Brasil poderia, facilmente, trabalhar a conscientização do público nos estádios e também ir elaborando leis mais punitivas a transgressores do bom comportamento neste tipo de equipamento. A Inglaterra teve experiência com o hooliganismo e suavizou com técnicas de fiscalização, por meio de policiais ocultos no meio das torcidas, evitando a violência e não agindo após um ato já ocorrido, trabalhando com prevenção. Além disso, qualquer torcedor identificado, deveria se apresentar em horários de jogo ao departamento de polícia como punição.

Não há motivos para ir contra a Lei Geral da Copa, mas para apoiá-la e dar condições para que o nosso comportamento seja adequado, com ou sem cerveja.

Fora isso, a Lei não interfere negativamente em nada, nem em estrutura de estádios: somente fere o orgulho de alguns cidadãos indignados e que se sentem revolucionários por ir contra a Fifa e seu poder.

Para interagir com o autor: lilian@universidadedofutebol.com.br
 

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