Uma história do jogo

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Peço licença aos leitores, mas nesta semana gostaria de trazer uma coluna um pouco diferente da usual, porém com total relação com os nossos assuntos de campo (complexidade!).

Era uma vez um garoto que sonhava em ser jogador de futebol…

Todos os dias o mesmo ia para a escola e no intervalo desafiava seus colegas em um confronto “1×1”, em que a bola era uma latinha e o gol era marcado entre duas árvores.

Depois da escola e do dever, o garoto corria para o campinho de terra com seus amigos para o “clássico”.

Antes de começar a partida, dois eram incumbidos de assumir o papel de dirigentes da equipe. Logo após o par ou ímpar, os mesmos iniciavam as “contratações” alternadamente.

Formadaz as equipes, os uniformes eram definidos em “com camisa” e “sem camisa”.

Os juízes (os próprios jogadores) definiam a regra e qualquer discussão era inaceitável com pena de expulsão para o infrator: “pediu parou, parou” e ponto!

No desenrolar da partida, as referências eram circunstanciais: cada um fazia aquilo que achava melhor para si e para o grupo e se a decisão fosse errada, logo os técnicos (os próprios jogadores) chamavam a atenção do mesmo, pois ninguém ali queria perder, ainda mais se tivesse algum time de fora!

Por horas os “atletas” ficavam imersos no jogo, “treinando” jogadas de efeito, de classe, simples, complexas, criando novas, etc.

Os mais velhos marcavam de perto os mais novos, principalmente os mais habilidosos; estes, por sua vez, tentavam ajudar os ainda mais novos, tocando a bola para eles, mas logo a pediam ou até tomavam-na de volta.

 

 

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O senhor do jogo tomava conta de muita coisa.

E o jogo continuava…

…Até o apito final, que geralmente era dado pela noite.

Os dias seguiam assim e, por algum motivo, os garotos evoluíam, e com o tempo o sonho de criança ia batendo às suas portas, e os garotos iam buscar espaço em categorias de base em escolas de futebol, etc.

Mas, nesse momento, alguns “jogadores” paravam de evoluir e o prazer do jogo lhes era retirado e muitas vezes o sonho se tornava pesadelo…

Não havia mais brincadeira.

O jogo era destruído em partes que precisavam ser entendidas a qualquer custo!

Agora, cinquenta minutos parece uma eternidade!

Agora eles não têm controle sobre nada do jogo.

E tudo parece chato…

A história parava por aqui.

Mas hoje somos responsáveis pela revolução do processo de ensino e aprendizagem!

Somos responsáveis por trazer o jogo para nossos atletas e sistematizar não aquilo que é fragmentado e destituído de sentido, mas sim a essência do jogo.

Nossos jogadores estão ávidos por isso, ainda mais agora que os espaços de prática do futebol de rua estão cada vez mais escassos.

Somos responsáveis pelos sonhos de muitos, então precisamos saber muito bem qual caminho seguir e guiar nossos “atletas”, pois todas histórias começam com “era uma vez”, mas nem todas têm um “final feliz”.

Até a próxima!

Para interagir com o colunista: bruno@universidadedofutebol.com.br
 

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