Apagão

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Primeiro, no domingo passado, uma demonstração arcaica de violência no futebol.

Uma adolescente, que ganharia uma camisa do ídolo Lucas, do São Paulo, foi achacada nas arquibancadas do estádio Couto Pereira. Pela própria torcida do Coritiba, equipe para a qual torce e que, infelizmente, perpetrou esse ato de selvageria gratuita e insana.

Houve até tentativa de se imputar culpa à vítima, alegando-se que fazer o que fez – pedir a camisa do adversário nas arquibancadas da sua própria torcida – acirra os ânimos de todos e impulsiona ao descontrole geral.

Mencionou-se também que Lucas foi imprudente ao lançar a camisa tricolor para uma torcedora coxa-branca.

Isso aconteceu em Curitiba, que se jacta ser uma cidade-modelo, de primeiro mundo, civilizada, limpa, educada e evoluída.

Será? Mas, no futebol, as coisas são diferentes de tudo, afirmariam alguns.

Será mesmo? Não.

Deveríamos promover um pedido de desculpas a todos aqueles que desejam e entendem que o futebol pode conviver sem violência. Levar mais valores positivos aos estádios.

Se os homens não conseguem, deveríamos nos render às mulheres e crianças. Imagine se a punição fosse para o gênero masculino: durante algumas rodadas, apenas mulheres e crianças poderiam frequentar os estádios.

Isso já aconteceu com grande êxito na Turquia. Após invasão de campo, o Fenerbahce resolveu “punir” a torcida violenta, abrindo os portões para que 40 mil mulheres e crianças com menos de 12 anos acompanhassem dada partida do campeonato local.

Basta comparar os comportamentos:

Violência e omissão:
 


 

Alegria e celebração:
 


 

Parte do problema e da falta de criatividade e iniciativa para transformar essa triste realidade do futebol nacional tem uma pequena representação sobre como se administra o esporte no episódio do “apagão” ocorrido no amistoso entre Brasil e Argentina:
 


 

Enquanto faltar visão – ou ela ficar distorcida, deturpada, por “apagões” morais e de gestão – o futebol nacional será uma sombra ideal projetada na caverna imaginada por Platão.

Lá fora, a realidade seguirá sendo cruel. E bem diferente.

E o desenvolvimento social pelo esporte, bem como o legado social do esporte, será apenas um tópico nos cadernos de encargos dos megaeventos.
 

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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