A conta da Copa

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Dando continuidade ao tema iniciado na semana passada, a coluna desta semana se propõe a ampliar o debate no sentido de esclarecer qual a real conta imputada à Copa do Mundo 2014. Muito se falou sobre o excessivo dispêndio público sobre um evento de “apenas” 30 dias e o real valor que será deixado para a população.

Quanto aos estádios, é indiscutível, na minha percepção, que poderíamos ter investido o mesmo montante de maneira mais inteligente, a ponto de deixar um legado relevante para o país. Acho que isto está muito claro para todo mundo.

Contudo, importa esclarecer que a conta de pouco mais de R$ 23 bilhões que se está associando única e exclusivamente ao evento não está simplesmente relacionada aos estádios. Existem inúmeras obras, que já estavam planejadas nas cidades-sede, e que estão sendo aceleradas por conta do megaevento. É o tal efeito catalisador da Copa.

Na realidade, 72,1% do orçamento relacionado à Copa 2014 está imputado em obras e projetos para Aeroportos, Portos, Turismo, Mobilidade Urbana, Segurança e Telecomunicações. Os 27,9%, que equivalem a R$ 6,4 bilhões, são para a construção ou reforma de estádios.

Até aqui, tudo ótimo.

Temos a garantia, pelo planejado, de um legado relevante para o país, somado à construção e reforma das novas arenas para o futebol.

O grande problema é perceber a aplicação destes recursos. Olhando para a relação daquilo que foi orçado ante o que foi efetivamente contratado, vemos que os estádios captaram (contrataram) 95,2% daquilo que foi planejado (ou R$ 6,1 bilhões).

Na outra parte do orçamento, as obras e projetos contrataram somente 43,7% do que planejaram (ou R$ 7,2 bilhões). No somatório, contratamos 58,1% do orçado.

O quadro abaixo demonstra o cenário encontrado em 26-jun-2013, baseado no Portal da Transparência do Governo Federal.

Levando-se em conta que os investimentos totais planejados para a Copa 2014 terão a seguinte divisão entre os poderes:

(…) o cenário não é dos mais calamitosos como tentam pintar alguns críticos. A perspicácia de um protesto se faz com informação e inteligência. Portanto, nossa reivindicação deve partir não por negar ou boicotar a Copa que, como evento e acontecimento tem uma relevância histórica significativa para os países que a sedia. Devemos, sim (e aí incluindo a comunidade esportiva), pedir algo simples como: “CONCLUIR TUDO AQUILO QUE FOI PLANEJADO”.

Essa é, a meu ver, a bandeira justa e na medida correta. Simplesmente fazer, sem desvios ou superfaturamentos, o que prometemos e planejamos.
 

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

 

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