Brasil muda de lado na guerra global por talentos

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Nos últimos 15 anos temos ouvido e lido sobre a guerra global por talentos e o papel de fornecedor de profissionais mais qualificados que o Brasil vem tendo neste cenário.

Embora alguns ainda duvidem, temos falta de gente qualificada e isso é um dos principais fatores de risco para o crescimento do País nos próximos anos. As previsões mostravam que o Brasil seria um dos grandes fornecedores de profissionais qualificados no mercado global por pura incapacidade de gerar empregos de qualidade para manter esses profissionais no país.

Este fenômeno, se fosse confirmado, teria um enorme impacto para o Brasil, já que com a falta de capital humano qualificado é impossível o avanço da economia, sendo então o nosso futuro a estagnação.

A realidade é menos catastrófica! A economia mundial mudou de sintonia e por este motivo vivemos hoje uma transformação na esfera do emprego mundial, principalmente quando falamos em evasão e invasão de mão de obra qualificada no Brasil.

Gostaria de dividir com vocês minha visão sobre o tema.

Há pouco tempo atrás, os profissionais que se especializavam em determinadas áreas ou atividades tinham como objetivo principal terminar a formação e migrar para outros países, onde viam mais chances e oportunidades de desenvolverem suas carreiras.

Esse fenômeno acontecia por alguns fatores, sendo os de maior influência, não necessariamente nessa ordem:

1) Falta de oportunidades no Brasil dentro do campo escolhido.
2) Remuneração maior no exterior.
3) Economia mais estável nos países desenvolvidos.
4) Possibilidade de adquirir novos conhecimentos em seu campo se atuação.
5) Dominar um novo idioma, principalmente o inglês.
6) Conhecer novas culturas.

Esses tempos já se foram e o Brasil de hoje oferece uma infinidade de oportunidades para profissionais qualificados, até mesmo para estrangeiros. Claro que ainda existem profissionais que sonham em se formar e trabalhar fora do Brasil, mas já é possível afirmar que isso é muito mais por uma vontade íntima. Esses estão mais focados em conhecer outras culturas, adquirir novos conhecimentos e aprimorar um idioma, não é necessariamente um motivo macroeconômico.

Essa mudança nos profissionais brasileiros pode ser explicada por alguns fatores. Destaco alguns deles:

1) Nossa economia, mesmo com pequenas oscilações, se tornou forte e confiável.
2) Abertura de novos campos de trabalho em áreas antes inexistentes no mercado.
3) Crescimento do setor da construção civil.
4) Mega eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas que aceleram o progresso.
4) Pré-sal saindo do papel e virando realidade.
5) Programas do governo com apoio de empresas privadas que incentivam e subsidiam a formação em áreas específicas.
6) Economia mundial instável, principalmente na Europa, que diminui oportunidades fora do país.

Além de todos estes fatores, permanecer no Brasil significa não ter que adaptar-se à novas culturas e principalmente climas.

Esse conjunto de mudanças no Brasil e no mundo não só afetou a evasão de profissionais como fez surgir um fenômeno novo no Brasil – a invasão de profissionais qualificados e especializados.

Esta invasão de mão de obra é uma realidade em todas as profissões, segmentos e níveis hierárquicos. Importamos de pedreiros a engenheiros, de trabalhadores portuários a médicos, de operadores de máquinas a diretores de produção. Enfim, existe espaço e oportunidade de sobra no Brasil para mão de obra qualificada.

E, como acontecia com os brasileiros, os estrangeiros vêm para o Brasil não só em busca de oportunidades de crescimento, mas pela remuneração maior, para adquirir novas culturas e conhecer um novo idioma. O momento atual sugere: Você é um profissional especializado? Então venha trabalhar no Brasil!

Esse novo fenômeno que agrada os estrangeiros abre uma janela de oportunidades para os brasileiros, pois temos vantagens sobre quem vem de fora, uma vez que conhecemos a cultura, dominamos o idioma, estamos adaptados ao clima e etc.

Penso que este novo panorama não deve ser visto como uma ameaça aos brasileiros, pelo menos a curto e médio prazo. Existe espaço para todos e hoje arrisco afirmar que o progresso do Brasil depende e necessita de profissionais qualificados, independentemente de sua nacionalidade.

Vejam alguns dados que coletei que colaboram com esta visão:

23/09/2013 – Estado de São Paulo – Indústria sente falta de mão de obra qualificada. Segmentos de bebidas e construção temem pela qualidade da mão de obra atual.

28/10/2013 – Folha de São Paulo – Dificuldade para encontrar mão de obra qualificada atinge 65% da indústria, dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

07/11/2013 – UOL Economia – Falta mão de obra qualificada para o agronegócio, dizem especialistas.

08/11/2013 – DCI – Falta de mão de obra qualificada deve persistir por no mínimo cinco anos, diz especialista. Estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

É a hora de você profissional brasileiro usufruir desse momento, que pelas projeções conservadoras ainda perdurará pelo menos nos próximos 5 a 10 anos.

Portanto, se você é um profissional qualificado, mantenha-se atualizado e se você está em formação e quer aproveitar as oportunidades de um mercado em expansão, não perca tempo e invista no seu desenvolvimento e qualificação profissional.

Feliz 2014!!

 

*Cezar Antonio Tegon é graduado em Estudos Sociais, Administração de Empresas e Direito. É Presidente da Elancers, Presidente do conselho da Click@Gestão e Sócio Diretor da Consultants Group by Tegon. Com experiência de 30 anos na área de RH, é pioneiro no Brasil em construção e implementação de soluções informatizadas para RH. Palestrante em vários congressos e universidades sobre temas relacionados à Gestão de Pessoas, Tecnologia da Informação e Perfil Comportamental.

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