A resistência sobre a criação de modelos de negócios voltados para a construção e o desenvolvimento do futebol brasileiro não aparecem somente nos sistemas políticos de clubes e de entidades de administração do esporte, tal e qual costumamos abordar ou debater em ambientes qualificados.
É cada vez mais preocupante a forma como os diferentes meios tratam qualquer tentativa de se trabalhar a indústria do futebol dentro de uma plataforma de negócios. No episódio mais recente, a intervenção do Estado do Ceará sobre a operação da Arena Castelão é um flagrante desvirtuamento sobre os ciclos de aprendizagem que um equipamento esportivo novo e moderno precisa passar – estamos falando de pouco menos de 1 ano de operação, com rupturas evidentes (Copa das Confederações 2013 e Copa do Mundo 2014). Ou seja, o primeiro ano efetivo de operação ainda não existiu.
Não são raros os casos de entes públicos tentando assumir um papel que não deveria ser dele. Desvirtuou-se completamente a relação de investimentos e regulação do mercado, que seria o ambiente mais adequado para os organismos públicos atuarem.
A angústia por resultados rápidos ou a tentativa de dar respostas políticas a demandas que deveriam ser de competência esportiva ou de mercado é o que mais assusta. O impacto negativo sobre o desenvolvimento de projetos sustentáveis no ambiente do futebol brasileiro é enorme. Coloca em dúvida a livre iniciativa e a expectativa por melhores investimentos privados no presente e no futuro.
O que o mundo do esporte precisa aprender é que é preciso desenvolver novas e diferentes especialidades para atuar efetivamente sobre atividades complexas que se desenham nesta indústria. Fazendo uma analogia, é mais ou menos o que a ótima (e recente) propaganda do HSBC quis dizer neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=k0zFJUpHO8s&list=UU6Nq_TluKxyQemTmYXFIW9Q
“Tudo mundo acha que tem uma solução para tudo mas, na verdade, só quem conhece da realidade do mercado são os especialistas em (…)”