E os Estaduais?

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O debate sobre a real utilidade dos Campeonatos Estaduais no meio dos Campeonatos Estaduais promovido em larga escala pelos meios de comunicação, alardeada em entrevistas coletivas ou de campo de treinadores, dirigentes e jogadores ou pelas aberturas de diálogo em fóruns de discussão de especialistas em gestão do esporte é a prova clara de como os problemas no país são tratados de forma reativa e não proativa.

Aproveitando que está aberta a “temporada de caça aos Campeonatos Estaduais”, seguirei o senso comum para dar algumas pinceladas sobre o assunto. Primeiro, que não sou a favor de acabar totalmente. E não estou dizendo isso em nome dos “coitadinhos dos clubes pequenos. O que farão da vida?”. Isso, aliás, é uma das coisas que tem que parar no Brasil. Não dá para querer resolver o problema de todo mundo sempre.

A remodelação é, de fato, fundamental. Nenhuma novidade! É inconcebível um modelo de competição em que o salário do principal atacante de uma equipe grande é maior do que a folha de salário de uma equipe de pequeno ou médio porte. Trata-se de um formato insustentável para ambas as partes. Mas, e a solução?

É ilusão pensar em diminuir a força das federações estaduais, pelo sistema político já consolidado. Também que os clubes irão se organizar enquanto ligas – o que seria o ideal – não parece algo palpável no curto prazo. Basta ver que alguns clubes não se entendem sobre o lugar de ficar das torcidas organizadas dentro do estádio, quem dera debater seriamente sobre um projeto efetivo de evento estruturado.

Se quisermos falar realmente em negócios, pelo menos no curto prazo, é necessário chegar a um equilíbrio, em que a sequência dos campeonatos estaduais leve a algo palpável a cada temporada, em que se fecha um ciclo. Ainda longe do ideal, mas exequível no curto prazo: que o Campeonato Brasileiro (Séries A, B e C) seja disputado somente aos finais de semana ao longo de todo o ano e todo o resto (Estaduais, Regionais, Copa do Brasil, Copa Libertadores e Copa Sulamericana) ocorram no meio de semana, em formato de torneios. Deixei de lado o Campeonato Brasileiro da Série D por merecer um outro termo de debate.

Lógico que o enredo é maior. Ainda nem mencionei o potencial e o grande valor que um Campeonato Regional pode ter, a exemplo da Copa do Nordeste, permitindo uma sustentabilidade mais consistente dos clubes ao longo do ano. O fato é que a composição deve respeitar as capacidades econômicas das equipes e o potencial de desenvolvimento por um determinado período de tempo. Mas de forma sintética, a lógica, para início de conversa, é esta! 

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