Insatisfação positiva

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Quando se busca o alto rendimento, precisamos antes de tudo, saber o que se faz por aí e saber, principalmente, porque obtiveram o resultado que alcançaram. Mesmo ele sendo negativo ou positivo, aliás um dos grandes erros nosso é não saber a razão da derrota e, principalmente, o da vitória. Ao contrário, estamos sempre copiando sem entender o motivo das estratégias utilizadas. Com isso, continuaremos a viver uma carga enorme de emoções insanas ao expectarmos mais do que podemos realmente fazer e/ou do que estamos fazendo para conseguir nossos objetivos. Se é que temos realmente um objetivo, outra falha grave das gestões técnicas e RH.

Insatisfação positiva, uma das essenciais características dos grandes gestores e líderes, na qual queremos mais e melhor e não nos contentamos com o que temos. Ou tentamos ser perfeccionistas para conseguir coisas melhores, ou sempre viveremos à mercê de um sentimento fulgaz, oriundos de resultados medianos e expectativas altas.

O animal acomodado dorme (Guimarães Rosa). E não podemos dormir, muito menos ficar sonolento, quando queremos algo “grande”, ainda mais cobiçado por diversos profissionais tão capacitados quanto nós. Precisamos evoluir sempre, a cada passo e pensamento. A cada ação e tomada de decisão. Necessitamos ser atuais com relação as exigências que nos são apresentadas a cada novo dia, a cada jogo e a cada competição. Nisto nos enganamos, novamente, achando que tudo já está inventado e que não existe novidade. Na minha percepção, há sempre algo novo a ser estudado e observado, tanto individualmente como coletivamente. E também a cada treino, pois o jogador de hoje não é o mesmo de outrora. Atualmente ele tem acesso e busca informações das mais variadas e de diversos níveis. Aumentando exponencialmente seu nível cognitivo e esportivo.

Os grande treinadores, além de encontrarem soluções aos problemas individuais e coletivos, criam obstáculos aos jogadores tirando-os do seu “conforto comportamental”. Onde ele sempre atuou assim e sempre teve determinados resultados. É fundamental fazer com que ele perceba a importância de se reinventar técnica e taticamente. Simplesmente pelo fato de fazer coisas novas para esperar/obter resultados diferentes. Esclareço esta afirmativa com a frase de Julio Garganta: “As grandes equipes, além de solucionarem problemas, geram problemas”. Se não temos jogadores “técnicos”, construiremos uma equipe (conjunto) forte e competitiva. Com ideias consistentes, adequadas e com tempo, utilizando a melhor estratégia possível, pode-se tudo.

Se não houver espaço, deve-se criar espaço. A equipe que não tem a bola, gerencia o espaço de atuação da equipe quem tem a bola. E aquela que tem a bola deve, além de gerenciar a bola, induzir o adversário a se “desorganizar” para que possa ocupar o espaço e progredir no campo até a meta. E alguma das ideias para isso é a mobilidade ofensiva, com triangulações, aproximações, etc. Fazendo com que o adversário se movimente, gerando espaços em amplitude (para o lado do campo) e em profundidade (para o fundo do campo). Sendo fundamental que todas as ideias de jogo para a equipe estejam ligadas e sejam interdependentes. Por exemplo, as ideias de ataque (rápido, em posse, apoiado, vertical,…) são, ao mesmo tempo, o fim e o começo das ideias de construção do ataque (desorganizar a estrutura defensiva do adversário, como mobilidade ofensiva). Um ciclo recursivo onde o fim é o começo de um novo processo, onde o produto desse processo é a causa do início desse processo (Edgar Morin). As interações das ideias produzem o jogo que queremos. Mas o jogo que queremos, por sua vez, produz os jogadores dando-lhes as características desse jogo.

Contudo, não podemos mastigar desilusão. Esperarmos coisas que não trabalhamos para isso. Quais são nossos objetivos? Onde queremos chegar? Qual jogo queremos jogar? Temos fome de que? Respondendo isso, devemos ser coerentes com nossos objetivos. Nosso trabalho e estudo precisa ser específico com o que almejamos. Todavia, somente com muito trabalho e estudo conseguiremos o que queremos. Relembrando da velha máxima “kantiana” (Immanuel Kant) que nos alerta que a experiência sem teoria é cega, e a teoria sem experiência é apenas um puro jogo intelectual.

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