Entre o Jogo e o Campeonato

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Bem-vindos ao nosso Entre o Direito e o Esporte”. Nessa sexta-feira vamos continuar a nossa conversa sobre o “eFutebol”. Esse fenômeno que fica entre o jogo e o digital, esse fenômeno que fica entre a tradição e o novo, esse fenômeno que fica entre o direito e o esporte.
Hoje nós vamos conversar sobre quando os eSports viram um esporte, um esporte que tem seus campeonatos, campeonatos que alguém tem que organizar. Né? Assim, a gente vai dar uma olhada em três pontos de vista aí: a comunidade, o futebol associativo, e as publishers.
Bora lá?

Fonte: FIFA

 
PES vs FIFA, sempre fica aquela briga quando a gente fala sobre qual que é o melhor. É sempre uma escolha que vai muito de cada um. Uma escolha que vai de cada um que vai juntando mais outro aqui e ali até que forma uma comunidade. Pois é. Essa mesma comunidade organiza os seus jogos.
Desde idos dos arcades até hoje e passando pela internet discada e pelas lan-house, campeonato de jogos digitais sempre existiu. Essa comunidade de jogadores já se reunia em campeonatos do mesmo jeito que lá atrás um monte de gente se juntava nas várzeas de São Paulo para jogar bola do lado dos rios Tietê e Pinheiros.
Hoje isso tem uma dimensão diferente, é só jogar lá no google torneios de eSports amadores e a gente vê que é até bem parecido com a “Taça das Favelas” que é organizada pela Central Única das Favelas ou a antiga Copa Fox Kids que era organizada pela Walt Disney Company. A comunidade continua, só que mesmo aí o jogo vira esporte organizado.
Aí é quando você me diz “tranquilo, mas… e a Copa do Mundo FIFA de eSports?”. É, essa comunidade com fãs num tempo em que o acesso ao FIFA e ao PES fica cada vez mais fácil leva o eSports para entre a tradição e o novo e foi assim que veio a FIFA eWorld Cup do FIFA feito pela EA Sports.
O eFutebol foi “colocado para dentro” das associações, que nem aconteceu antes com o futsal, o futebol de areia e o futebol de sete. É um jeito do tradicional ver esse novo e se adaptar – afinal, se é futebol… por que não? A FIFA criou sua competição de eSports (de FIFA), a CBF criou o seu e-Brasileirão (de PES), e a Federação Paulista de Futebol criou o seu Paulistão League (de PES).
Essas competições mostram que cada vez mais os eSports, e o eFutebol, passam a fazer parte do dia a dia do esporte como um todo. Aí deixam de ser “só um jogo” e passam a ser um esporte (mais) organizado – e muitas vezes até mais do que vários esportes tradicionais.
Ainda mais que… uai, só tem o campeonato mundial de FIFA porque a EA tem parceria com a FIFA? Bom, fora essa frase pra lá de confusa já deu para ver que tem mais coisa aí. Né? Pois é, as publishers também entram no jogo e fazem a organização de competições. Exemplo disso é a Konami, que é responsável pela distribuição do PES (como o “selo” de uma gravadora de música, sabe?).
A Konami organiza o PES League World Tour, sua competição oficial de eFutebol. Afinal, PES e FIFA são jogos diferentes – assim como futebol de campo e futebol de areia. Os eSports têm esse lado diferente de quando a gente fala do futebol… o futebol de campo foi inventado algum dia e são várias organizações que fazem seus torneios (desde a comunidade em geral até a FIFA).
Agora, o FIFA da EA Sports e o PES da Konami são parte da propriedade intelectual de seu “criador” (ou do investidor que colocou o dinheiro para que esse jogo fosse feito), e aí a história muda um pouco já que o “dono” tem uma força diferente nesse jogo de quem organiza o eFutebol.
E é bem aí que a gente vai continuar semana que vem, com uma pergunta: afinal, quem é que faz as regras de um campeonato de eSports?
É isso, gente! Bom final de semana para cada um de vocês e nos vemos semana que vem por aqui na Universidade do Futebol. Convido a ficarem comigo no “Entre o Direito e o Esporte” nesse nosso mês para conversar sobre o “eFutebol”, nessa próxima mais sobre a “o jogo como eSport”. Feito? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Obrigado e até mais!
 

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