Palmeiras, o melhor projeto!

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Crédito imagem – Site oficial Palmeiras/Divulgação

O Palmeiras não é o melhor da América por acaso. O caminho até o gol de cabeça do atacante Breno Lopes contra o Santos foi arquitetado, planejado, colocado em ação, mensurado, reajustado para, enfim, ser coroado! O técnico Cuca e os jogadores santistas foram guerreiros, brilhantes e geniais. Mas a instituição Palmeiras merecia muito mais do que a gloriosa instituição santista. O futebol é apaixonante porque é imprevisível. Mas o bagunçado e endividado Alvinegro Praiano não merecia mais do que o organizado e bem gerido Palmeiras. 

Muito já se falou do processo de reconstrução do Verdão com o ex-presidente Paulo Nobre. Mais do que dinheiro, ele injetou modernidade, processos e profissionalismo no departamento de futebol palmeirense. O gerente Cícero Souza é peça fundamental em tudo isso. É ele quem emprega com uma maestria ímpar a transdisciplinaridade no clube. São inúmeros departamentos, como ciência do esporte, categoria de base, análise de desempenho, dentre outros, que tem que ‘se conversar’ para aumentar a performance da equipe dentro de campo. Não é trivial fazer o todo ser maior do que a soma das partes, ainda mais no instável futebol brasileiro.

O diretor Alexandre Mattos também foi muito importante nessa reconstrução, que tem como marco o não rebaixamento em 2014. Seria o terceiro em doze anos, o que representaria um duro golpe, em algo visto como fundamental, que era transparecer uma imagem de clube vencedor, que estava um tanto quanto esquecida. 

Com Mattos vieram títulos importantes como a Copa do Brasil e os dois Brasileiros, mas é com Anderson Barros e uma nova política que chega o título mais desejado de todo esse processo. A Libertadores 2020 consolida inúmeros profissionais das categorias de base do clube que lutaram arduamente durante anos contra uma cultura de não revelar. Jogadores reservas com salários altos foram desligados para que houvesse espaço para uma energizada e qualificada safra de jovens. O grande volume de contratações, justificados muitas vezes por ‘oportunidades de mercado’ foram trocados por reforços pontuais. E a cereja do bolo foi a chegada do técnico português Abel Ferreira que parece ser o elo final que toda essa estrutura precisava para finalmente transcender o trabalho diário em um legado muito maior do que ‘apenas’ troféus e sim, de fato, institucionalizar uma cultura.

Não pretendo aqui dizer que o Palmeiras é o clube mais bem gerido do planeta e que os seus profissionais estão ensinando o mundo como se faz futebol. Mas é muito importante valorizarmos o processo por trás de uma grande conquista. O sucesso é previsível e tem mais probabilidade de acontecer quando existe planejamento, foco e competência profissional no dia a dia.

*As opiniões dos nossos autores parceiros não refletem, necessariamente, a visão da Universidade do Futebol  

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