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Duas equipes vivem grandes fases no cenário brasileiro atualmente: Palmeiras e Santos. E se olharmos para o jeito de jogar de ambas, não vemos nada muito sofisticado, nada muito elaborado. Tanto o verdão como o peixe possuem ideias bem simples de jogo com e/ou sem a bola.
E voltando o olhar para o banco de reservas e contextualizando o momento atual com o de algumas semanas atrás, notamos dois técnicos experientes substituindo dois jovens: Felipão, no lugar de Róger no Palmeiras, e Cuca, no lugar de Jair Ventura no Santos.
Meu objetivo aqui não é dissecar o trabalho desses profissionais, mas sim fazer uma reflexão do movimento da função de treinador no Brasil. Há uma sede feroz de todos, incluindo nós da imprensa, para que novos profissionais ganhem destaque no alto rendimento. Porém, invariavelmente voltam aqueles técnicos antigos, que já foram vencedores e que perderam de certa forma o seu auge, mas que ainda conseguem responder bem aos problemas que se apresentam no nosso futebol.
Tudo há um porque no futebol. Uma explicação. Os jovens treinadores não estão conseguindo de maneira geral ter sucesso por vários fatores. O primeiro é que eles não dominam por completo os novos conceitos táticos e metodológicos de treinamento que já são explorados há muitos anos nos maiores clubes do mundo. É claro que esses técnicos da nova geração vão ‘surfar na onda’ e aproveitar que se fala muito mais em princípios operacionais de jogo e métodos integrados e sistêmicos de treinamento do que se falava antigamente para passar uma imagem mais moderna. Porém, quando há pressão no trabalho e a qualidade tem que aparecer, esses profissionais não apresentam nada de diferente. É mais do mesmo. Apenas com uma nova linguagem.
E aí eles pecam em outra parte fundamental que é a gestão de pessoas e o capital simbólico que ainda não possuem, pela pouca rodagem. Um Cuca ainda terá mais presença de vestiário pelas conquistas que já teve e isso fará diferença no convencimento de um jogador. Um Felipão saberá fazer as forças do seu elenco e de todo o clube trabalhar a favor dele. E isso fará a diferença dentro de campo.
É necessário que um jovem treinador chegue com conceitos novos atropelando todos. Vencendo, convencendo e sendo melhor com uma abordagem diferente do comum. Algo similar ao que fizeram José Mourinho em Portugal e Pep Guardiola na Espanha. Por enquanto aqui no Brasil ainda não vi nada de diferente. Apenas um discurso mais rebuscado.
 

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