É possível analisar um jogo de futebol a partir de várias maneiras e pontos de vista. Podemos falar da parte técnica, tática, física, emocional e até social, espiritual e daí por diante. Nunca julgo o que é certo ou errado. Prefiro olhar o que funciona e o que não funciona. Até o que é bonito e feio é relativo pois depende de conceitos pré-estabelecidos por cada um.
Um ponto que para mim tem grande relevância e em vários momentos das discussões é deixado de lado é o aspecto mental do jogo. A personalidade de um jogador, de um técnico e até a personalidade coletiva de uma equipe é fundamental para o resultado final. Em campo se vê o lado mais marcante de cada um. E isso pode ser positivo, mas também negativo. Se é em campo o que se é na vida. Por exemplo, um jogador quando pressionado irá reagir dentro das quatro linhas da mesma maneira que reagirá na vida pessoal quando também estiver pressionado, independentemente da natureza dessa pressão.
Fazendo um exercício prático disso que estou colocando: Romário seria o centroavante que foi se tivesse uma maneira diferente de encarar a vida? Ou ainda Emerson Sheik faria o que fez na final da Libertadores de 2012 pelo Corinthians contra o Boca Juniors se fosse uma pessoa acanhada e tímida? Eu poderia citar inúmeros exemplos, não só esses de reações positivas, mas também outros de jogadores que se apequenam e somem frente a situações-problemas do jogo.
Uma equipe é campeã por inúmeros fatores e o emocional é um deles. Procurar entender o comportamento global de um jogador é fundamental para decidir contratá-lo ou não. Um atleta é bom de fato quando responde de maneira assertiva as situações que para ele se apresentam. Muitas vezes, vai decidir partidas e campeonatos não o que tem o gesto técnico mais apurado e sim aquele que tem uma mentalidade forte e inabalável.