Responsabilidade de receber a Copa de 2014

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Passadas algumas semanas desde o anúncio da sede da Copa do Mundo da Fifa em 2014, tudo parece voltar ao normal no mundo do futebol no Brasil. Raros são, hoje, os artigos que continuam a tratar diariamente dos preparativos para a Copa.
 
É absolutamente compreensível que a imprensa mude o foco. Não há notícia no mundo que consiga se manter diariamente na mídia por mais de seis anos. Os dirigentes e políticos, por outro lado, possuem a obrigação de manter acesa a discussão para que o evento seja não só um sucesso em termos de futebol, mas também uma forma de melhorar a vida dos brasileiros.
 
Já sabemos todos os benefícios que a Copa pode trazer ao Brasil, em termos de economia, turismo, infra-estrutura, etc. Porém, esses benefícios somente serão concretizados, de forma duradoura, caso haja um planejamento sério e rigoroso.
 
Gostaria de chamar atenção, neste artigo, sobre a responsabilidade da escolha das cidades que servirão de sede para os jogos. Essa escolha é tão importante, que não pode, de forma nenhuma, ser definida com base em interesses de federações estaduais, ou de ambições políticas dos diversos governadores e prefeitos envolvidos.
 
Uma primeira linha de frente foi definida pela CBF. São basicamente as capitais dos nossos estados. É claro que algumas delas jamais deixarão de receber os jogos, como São Paulo e Rio de Janeiro. Algumas outras têm boas chances de receber. Mas outro grupo de capitais, em nossa opinião, não pode nem pensar nessa possibilidade.
 
O investimento na reforma / construção de arenas modernas é um bom exemplo para abordarmos essa questão.
 
Estamos convencidos de que haverá recursos públicos disponíveis, sem os quais não alcançaremos a viabilidade das obras. Por outro lado, o restante, a ser financiado pelo poder privado, somente estará disponível se o projeto for viável em um médio / longo prazo.
 
Esse estudo de viabilidade reclama um amplo conhecimento, por parte dos profissionais envolvidos, de todas as possibilidades de renda por parte da arena. Nos dias de hoje, um clube (que necessariamente deve estar envolvido no projeto) possui diversas e criativas fontes de receita junto a torcedores, mídia e patrocinadores. Além disso, eventos culturais devem ser incluídos na agenda rotineira de uma arena.
 
Tudo isso deve ser levado em consideração pelos advogados envolvidos no projeto para que a melhor estrutura, incluindo as garantias aos diversos sponsors, seja sugerida.
 
Muito bem. Em determinadas cidades, a conta não fecha. Não existe possibilidade de se propor uma obra envolvendo algumas centenas de milhões de reais em locais de pouco movimento econômico e pouco potencial efetivo em popularização do futebol profissional local.
 
Nessas regiões, existe uma série de outras demandas para que o dinheiro público e privado seja aplicado, de primeira necessidade para a população. Seria uma grande irresponsabilidade gastar esse montante em um estádio apto a receber a Copa de 2014, sendo que ele será subutilizado e contabilizará prejuízos históricos.
 
Em suma, o exemplo dos estádios foi utilizado para dizer que, apesar da lista inicial da CBF, a lista definitiva de cidades-sede para a Copa de 2014 está longe de ser concluída, e dependerá, fundamentalmente, da análise criteriosa, não só da viabilidade financeira, mas principalmente da viabilidade social de cada uma dessas cidades para receber o evento.

Para interagir com o colunista: megale@universidadedofutebol.com.br

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