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“O time não jogou bem”. “Não conseguimos fazer o que o treinador pediu”. “Faltou planejamento para a temporada”. “Cheguei para somar a uma grande equipe”. Se você acha que apenas o futebol brasileiro tem de conviver com esses jargões que falam tudo e não dizem nada, fique tranqüilo.
 
A praga das entrevistas evasivas não respeita nem mesmo os Estados Unidos, em que o desenvolvimento do esporte como negócio é tamanho que o país é tido como o exemplo a ser seguido no mundo todo.
 
Nos EUA, a gestão de carreira de atletas é tão evoluída a ponto de Hollywood usá-la como tema central em filmes. Mas, mesmo assim, quando a câmera acende e o microfone é ligado, tudo se parece tal como cá.
 
Estive na última semana numa viagem para Portland, cidade que abriga a sede da Nike, a toda-poderosa fabricante de material esportivo. Mais impressionante do que a enorme distância que separa o Brasil dessa cidade no estado de Oregon foi constatar a mesmice da cobertura esportiva na TV.
 
Sim, o astro do time de basquete diz o mesmo que o Finazzi depois do jogo do Corinthians. E o comentarista na TV fala as mesmas abobrinhas que o colega tupiniquim. O árbitro errou ou acertou, se aquela bola tivesse entrado, se no início da temporada o presidente do clube estivesse atento ao planejamento, se todos não fossem tão amadores…
 
Enfim, nada muda. A não ser a bola. Ela deixa de ser redonda e se torna oval.
 
Na semana do Superbowl, a superfinal do futebol americano, os jornais mal falam de outra coisa, a TV parece que não tem tempo de pensar em outro esporte…
 
E, tal como cá, a overdose de informação leva à bestificação coletiva. Nos EUA a mesa-redonda não é uma regra. Mas a fórmula “apresentador-comentarista”, tão decantada pela ESPN aqui no Brasil, parece ser a via de regra na terra do Tio Sam. Nem mesmo o calhamaço de estatísticas sobre atletas consegue fazer a discussão mais interessante.
 
Antes do Superbowl, a dúvida em todo o território americano era sobre Tom Brady. Será que o bonitão craque do New England Patriots e namorado da Gisele Bündchen, não necessariamente nessa ordem, estaria apto para disputar a decisão contra o surpreendente Giants e assegurar a inédita conquista invicta?
 
De fato ninguém sabia, mas todos se deliciavam em comentar sobre isso. Aliás, gostavam tanto que a decisão foi a mesma de todos os domingos à noite: desligar a televisão.
 

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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