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Na última semana, os vídeos publicados de Arouca mostravam um resumo do seu comportamento defensivo e de transição ofensiva nas duas partidas da final da Copa Libertadores da América. Para finalizar o tema, serão apresentados outros dois vídeos, desta vez, em relação ao comportamento ofensivo e de transição defensiva do volante, completando os quatro momentos do jogo.

É importante mencionar novamente, caso alguém não tenha lido a coluna anterior, que o objetivo dos vídeos e dos demais dados divulgados não é de estabelecer julgamentos de valor e que será responsabilidade do leitor refletir sobre as informações e construir sua opinião a respeito da hipótese de convocação do atleta santista para a seleção brasileira.

Na final da Copa Libertadores, ofensivamente, a atuação de Arouca está resumida no vídeo abaixo:
 


 

A seguir, o trecho restante correspondente ao comportamento de transição defensiva do jogador nas duas partidas:
 


 

Para observar o desempenho ofensivo, é possível analisar sua criação de linhas de passe, sua desmarcação, sua mobilidade em diferentes setores e com isso definir em qual região do campo o atleta pensa melhor o jogo. Com a posse de bola, é possível observar os comportamentos mais utilizados e os recursos técnicos para realizá-los bem como sua qualidade de execução. Além disso, analisar seu desempenho quando se encontra mais próximo ou distante do centro do jogo.

Em relação à transição defensiva, quando o próprio jogador perde a bola, permite-se a compreensão da atitude realizada predominantemente e a classificação quanto a sua eficácia. O mesmo pode ser feito quando um companheiro de equipe perde a bola e Arouca executa um dos seguintes comportamentos: ataque imediato à bola, retardamento da ação ofensiva adversária ou então recomposição para sua área de atuação defensiva.

Finalizando, ainda sobre esta questão, é importante interpretar o tempo gasto para a mudança de atitude do atleta em caso de perda da posse.

O treinador da seleção nacional (e sua comissão) deve ter acompanhado lance a lance os 180 minutos da decisão. E se você fosse o treinador da seleção brasileira: convocaria o volante Arouca para sua equipe? É hora de decidir…

Obviamente, os 16 minutos (somatória do tempo das imagens do volante nos quatro momentos do jogo ao longo da final) não são suficientes para uma escolha desta magnitude. Apesar da dimensão do confronto, somente a análise de uma sequência de jogos possibilita um completo relatório de desempenho do jogador.

Como o Modelo de Jogo do técnico da equipe santista é diferente do seu (lembre-se que você é o treinador da seleção brasileira), é sua responsabilidade interpretar se os comportamentos nos quais o atleta está acostumado a cumprir se assemelham ao esperado por você para a função do volante. Se não se assemelham, pode ser importante observar o potencial de transferência de pelo menos alguns princípios de jogo para o seu modelo.

Se os comportamentos ofensivos, defensivos e de transição se assemelham ao esperado por você, o próximo passo é compará-lo aos demais jogadores em potencial para o exercício desta posição. Uma boa análise qualitativa e quantitativa, com dados, imagens, percentual de aproveitamento e desempenho perante adversários de alto nível de dificuldade facilitará a escolha.

Após as convocações, sabemos que o tempo para treinamento e aperfeiçoamento do Modelo de Jogo será extremamente reduzido. Logo, convoque quem você julgar que terá condições de colocar em prática sua ideia de jogo.

A reflexão proposta nesta coluna se estende para muito além de uma situação hipotética de convocação para a seleção brasileira. Mais do que observar Arouca no Santos, Jorge Henrique no Corinthians, Fábio no Cruzeiro, Nei no Internacional ou quaisquer outros jogadores e suas possibilidades de vestirem a camisa amarela, cada profissional do futebol deve analisar o maior número possível de jogadores próximos do seu ciclo de ação para realizar variados tipos de intervenção.

Por exemplo: dentro de uma mesma equipe, como está o desempenho de cada zagueiro segundo os quatro momentos de jogo e em relação ao seu Modelo? Comparando todos os meio-campistas de uma determinada competição de curta duração, qual apresentou princípios de jogo mais condizentes com o futebol europeu? Para a contratação de um lateral-direito, que é carência de uma determinada equipe, quais as características do jogador que se procura? Promover um atacante da categoria de base ou contratar um jogador?

O exercício de analisar um atleta de forma completa e ver as influências que as características (táticas-técnicas-físicas-emocionais) do mesmo podem gerar em sua equipe, sendo um integrante ou um adversário, é apenas mais uma das inúmeras funções de um treinador.

Para finalizar, duas perguntas: você costuma fazer este exercício?

E, como não poderia ser diferente, você convocaria o Arouca para a seleção brasileira? Aguardo sua resposta!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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