Sanção x Solução

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Ganhamos uma batalha! Mas levamos? Essa é a dúvida que paira minha mente há algum tempo após inúmeros movimentos que vem surgindo no âmbito do futebol para pressionar por melhorias da governança da modalidade no país.

Nesta segunda-feira veio o esperado (???) veto presidencial da Lei de Responsabilidade Fiscal dos Clubes, a partir de um texto que previa o refinanciamento de dívidas dos clubes sem as contrapartidas destes para o implemento de um trabalho mais qualificado de gestão e de efetiva responsabilidade sobre as contas das entidades.

Ótimo! Ponto para aqueles que querem as mudanças, como eu. Na verdade, conquistou-se tempo para voltar a um debate sobre um modelo de legislação e efetiva aplicação desta lei (coisas de um país com amplo descrédito institucional: a lei pega ou não pega? Eis uma dúvida ridícula, mas factual. Se é lei, deveria ser lei. E ponto!).

E não se enganem: a CBF já trouxe a solução para a fiscalização da Lei. Prometeu incluir no regulamento de competições, evitando qualquer ensaio de agentes externos sobre o sistema. Disse, inclusive, que quem mais está apto a fazer este tipo de julgamento são eles mesmos, com sistema de justiça constitucionalmente reconhecidos. Olhando sob a ótima institucional, não estão errados em pensar desta maneira.

Enfim, por todo o histórico (passado e recente) de movimentos sobre ajustes econômicos, fiscais e financeiros dos clubes de futebol, o fato é que ainda não vejo com bons olhos o caminho que se está tentando seguir.

Não consigo ter a clareza de que uma lei possa provocar a mudança no comportamento dos gestores de clubes de futebol. Haverá, sim, uma adaptação aos pré-requisitos de uma regulamentação que poderá vir e, por mais que seja bem feita e respeitada, não será a garantia para que haja melhor gestão destas organizações.

Eu já fiz esta abordagem em outros textos aqui na Universidade do Futebol e, por isso, insisto: precisamos de um modelo de estímulos ao invés de punição. É preciso ensinar boas práticas de gestão aos clubes e, por seu turno, ao mercado, que compreende muito mal as similaridades e as diferenças das entidades esportivas de outras organizações que exercem uma atividade qualquer de negócios. Os dirigentes precisam, antes de tudo, competir para serem melhores gestores, na acepção da palavra!

Em suma: antes de punir, que tal estimularmos aqueles que fazem direito? Se o que se quer efetivamente é uma solução do problema para o futebol brasileiro, é fundamental rediscutir a forma desta solução e como se chega até ela. O veto presidencial deu tempo para este repensar – para todos os lados, é bom que se diga – e, quem sabe, buscarmos uma solução mais inteligente para aquilo que queremos. 

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