2016, o ano das ligas?

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Com o sucesso da Liga do Nordeste e com a criação da Liga Sul-Minas-Rio (oficialmente denominada Primeira Liga), a ideia de se formarem ligas voltou à tona com muita força.
Prevista no artigo 20 da Lei Pelé, os clubes podem criar ligas independentes, ou seja, sem filiação ou concordância da CBF. O único requisito legal é que haja comunicação à entidade que administra o futebol no Brasil.
A criação de ligas pelos clubes, além de entregar aos personagens principais do espetáculo a sua organização, permite que se produza “produtos” para consumidores específicos que possam ser mais rentáveis aos clubes.
Nessa linha, este mês foi criada a Liga Paulista, que conta com clubes do interior paulista, em sua maioria inativos, mas que pretende viabilizar um calendário de maio a dezembro com transmissão em TV aberta.
A Liga Paulista pode, ao mesmo tempo, incentivar as rivalidades entre as cidades do interior de São Paulo e fazer ressurgir clubes que estão fora das competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol pelos mais variados motivos, como dívidas e nao pagamento de taxas.
A ideia de se criar ligas com clubes menos expressivos, mas com certa tradição, pode chacoalhar o futebol brasileiro.
Imagine, por exemplo, uma Liga Fluminense ou Carioca de Futebol com clubes tradicionais do Grande Rio, como América, Bangu, São Cristovão, Olaria, Madureira, Bonsucesso, Nova Iguaçu, Portuguesa, Duque de Caxias e Tigres.
A Liga teria um custo baixo, eis que todos os deslocamentos se dariam de ônibus, ressurgiria a rivalidade entre clubes dos mais diversos bairros da capital e a TV poderia exibir jogos interessantes como América x Bangu.
Enfim, os próprios clubes poderiam criar uma competição para mantê-los em atividade por todo o ano e vender esse “produto”.
No futuro, as grandes equipes poderiam até participar com equipes B ou de aspirantes.
Todo esse movimento pode fazer surgir “pequenas ligas” de clubes e, dependendo dos resultados, pode levar à criação de uma Liga Nacional de Clubes.
Importante lembrar que o Novo Basquete Brasil (NBB), a Liga que tem tido grande sucesso e que hoje é reconhecida pela FIBA como campeonato nacional do Brasil, teve seu embrião na Nossa Liga de Basquete (NLB), que começou suas atividades de forma independente e paralela ao torneio nacional organizado pela CBB.
Portanto, as ligas podem se transformar em vetor do desenvolvimento do futebol brasileiro, assim como já ocorre na Europa e nos EUA, de forma que os clubes possam desenvolver e organizar competições rentáveis e interessantes para o seu mercado consumidor.

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