Direitos e deveres de transmissão

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Temos hoje no Brasil uma ampla oferta de futebol distribuído entre diversas emissoras de TV aberta e fechada. Além da gigante nacional Globo, também proprietária do SporTV, e que comanda os direitos de transmissão do futebol brasileiro há décadas, também temos grandes grupos globais de mídia, como ESPN (Disney), FOX e Esporte interativo (Turner), transmitindo os principais campeonatos disputados ao redor do planeta.

Na Europa, essa disputa proporciona cifras cada vez mais bilionárias aos clubes. O contrato da Premier League gera uma receita estimada em 10,4 bilhões de libras, algo em torno de 40 bilhões de reais. O novo contrato da Bundesliga renderá 4,64 bilhões de euros, aproximadamente 15,2 bilhões de reais. Como parâmetro, o Aston Villa, último colocado da temporada 2015/16 na Premier League, faturou 66 milhões de libras, mais de 250 milhões de reais. Nenhum clube do Brasil conseguiu faturar a metade do que o pior time da 1ª divisão inglesa.

Mesmo assim, o Campeonato Brasileiro também terá um incremento razoável em suas receitas de direitos de TV. Em 2016, o mercado se movimentou com negociações iniciadas pelo Esporte Interativo com cada clube, impulsionado pelo investimento do Grupo Turner. Alguns clubes optaram por fechar acordo com o Esporte Interativo, como Palmeiras, Santos, Internacional, Atlético Paranaense, Coritiba e Bahia. Outros acertaram novos contratos com a Globo, como Corinthians, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Cruzeiro e Atlético Mineiro, sendo que a empresa precisou subir o patamar de valores para não perder os direitos para o seu novo concorrente.

Esses contratos só passam a valer a partir de 2019 e são válidos apenas para os direitos de transmissão de jogos em TV fechada, os chamados canais por assinatura. Os direitos de TV aberta prometem novos capítulos de disputa e, mais do que isso, não temos parâmetros do que ocorrerá nos próximos anos com a entrada de novos e gigantes players como Facebook, Twitter, Netflix e outros que surgem a cada novo dia.

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Foto: Reprodução/Youtube/ Fonte: zh.clicrbs.com.br

Já vemos claras demonstrações da entrada dessas novas mídias no esporte mundial. O Twitter já possui acordos para transmissão online com a NFL, MLB, NHL, além de realizar um programa exclusivo com a NBA. Fora dos Estados Unidos, o Twitter divulgou recentemente que transmitirá para a França o Torneio Six Nations de Rugby, tradicional torneio que reúne a elite desse esporte.

No futebol, o Facebook começou a transmitir jogos de menor expressão e, na semana passada, anunciou que transmitirá a Liga MX, principal campeonato mexicano. Inicialmente, os jogos serão transmitidos na página do Facebook, do canal de TV Univision.

No último domingo, o maior clássico do Paraná entre Atlético Paranaense e Coritiba, teria uma transmissão histórica pelo canal Youtube dos clubes de forma independente e gratuita, após ambos rejeitarem a proposta da TV Globo pelos direitos de transmissão do Campeonato Paranaense. Para assistir ao jogo, os torcedores precisariam somente se cadastrar na conta do Youtube de algum dos dois clubes.

Porém, antes do início do jogo realizado na Arena da Baixada com boa presença de público, a transmissão foi proibida pela Federação Paranaense, alegando que os profissionais responsáveis pela transmissão não eram credenciados. Após 45 minutos de espera, o jogo foi cancelado e os jogadores se uniram no centro do gramado para saudar os torcedores que aplaudiram a decisão de seus clubes em não jogar sem a liberação da transmissão.

A dependência dos clubes brasileiros pela receita de TV, muitas vezes realizada de forma antecipada para pagamento de suas dívidas, criou uma relação doentia e que possibilita decisões autoritárias como essa que arranham ainda mais a imagem do nosso futebol, visto como amador e desorganizado.

Por outro lado, a atitude tomada pelos dois grandes rivais paranaenses reacende a esperança que a união dos clubes seja a solução para o futebol brasileiro se tornar um produto melhor. O objetivo deve ser o trabalho em conjunto para assuntos de interesse mútuo.

A rivalidade deve existir dentro de campo e com a disputa sadia entre as torcidas. Fora dele, quanto mais unidos forem, mais forte serão individualmente.

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