O problema do Corinthians não é Osmar Loss

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade
Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade

Temos sempre a tendência de individualizar o futebol, que é um esporte coletivo. E quando falo coletivo não estou me referindo apenas aos onze jogadores. O resultado de uma equipe em campo é fruto de todas as interações que acontecem no clube. Todos têm sua participação no jeito de a equipe jogar: os jogadores, o técnico, os outros membros da comissão técnica, os dirigentes, os médicos, nutricionistas, psicólogos, roupeiros, massagistas, enfim, todos dão a sua contribuição para o que aparece nas quatro linhas como produto final.
Mas dentro da nossa cultura de heróis e vilões há sempre alguém para ser exaltado na vitória e achincalhado na derrota. E a figura do treinador aqui invariavelmente irá permear ou um lado ou o outro. No caso do Corinthians, hoje, há uma vertente cada vez maior que acredita que a saída de Osmar Loss faria as coisas melhorarem. Discordo totalmente.
Devemos relembrar que Loss já chegou recebendo críticas. Claro que infundadas afinal, como podemos criticar um trabalho que nem conhecemos? E o contexto da chegada dele foi bem diferente de quando Fábio Carille foi efetivado. Loss, de repente e no susto, pegou um time campeão brasileiro e bicampeão paulista. Carille, em início de temporada, recebeu um time desfigurado que tinha sofrido demais nas mãos de Oswaldo de Oliveira e Cristovão Borges.
Antes da pausa para a Copa do Mundo fica impossível e injusto emitir qualquer opinião sobre o trabalho de Osmar Loss. E para falar do momento atual não se pode omitir que quatro jogadores titulares deixaram o Corinthians no meio do ano. E chegaram outros que ainda estão se situando não só no clube como no futebol brasileiro, casos de Danilo Avelar e Araos. E a questão é mais complexa do que vender um jogador e contratar outro melhor – apesar que o Corinthians enfraqueceu o seu elenco com as mudanças. Senso de equipe demanda tempo para ser criado. Os jogadores têm que se conhecer, conviver, treinar e jogar juntos.
Reconheço que algumas escolhas de Loss não têm sido as mais adequadas. Não só na escalação inicial como nas substituições durante as partidas. E também ainda vejo dificuldades na execução das ideias de jogo do time, principalmente em organização ofensiva. Mas a análise tem que ser sistêmica. O time campeão brasileiro do final do ano passado não existe mais. Um clube saudável não troca tanto assim de jogador. Por mais que o presidente corintiano Andrés Sanchez tente explicar que está tudo bem no clube. Não posso concordar com isso, não só pelas perdas de jogador e membros da comissão técnica, mas também pela imagem do próprio Andrés tendo que se esconder no banheiro após vencer as eleições. Esse é um retrato que explica bem que o problema da má fase do Corinthians não é apenas o seu treinador.

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Share on pinterest

Deixe o seu comentário

Deixe uma resposta

Mais conteúdo valioso