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Há uns dias o autor desta coluna conversava sobre a imagem que uma instituição esportiva quer que o mercado e o ambiente em que atua tenham dela, impressões que lhe sejam conferidas. Por imagem se entende como uma representação visual ou um domínio subjetivo. São, portanto, as representações mentais: visões, fantasias e esquemas. Em outras palavras: atributos.

Muito se falou dos amistosos recentes do Brasil em solo asiático, especificamente em Singapura. Especialistas falam que se trata da internacionalização da marca, o produto “Seleção Brasileira”, o lema “Nascido pra jogar futebol”, chamam a digressão de “Global Tour”, tal e coisa, coisa e tal. Muito disso tem como objetivo trabalhar a imagem da equipe nacional no Brasil pelo mundo, com base em toda a história construída, de títulos e ídolos sempre recordados, em como a “seleção” quer ser lembrada, o legado que ela constrói e deixa por onde passa.

Para que isso aconteça, não basta apenas jogar. Atuar, simplesmente, não deixará legado algum. Legado, segundo o dicionário, é o que é transmitido às gerações que se seguem. Para construí-lo, que está diretamente associado ao conceito de imagem tratado nesta coluna (representações mentais), faz-se necessário envolvimento, criação de vínculo, laços, relações próximas e estreitas. A exemplo do que houve na Copa do Mundo de Rugby, em que alguns jogos foram cancelados por tufão, uma das equipes que tiveram o jogo cancelado trabalhou na limpeza da cidade afetada pela tempestade. Outro exemplo – e vocês vão muito bem se lembrar – é o da Alemanha no Brasil durante o Mundial de 2014: a proximidade, as relações humanas construídas e o trabalho de relações públicas são até hoje mencionados e diretamente influenciaram na imagem da seleção e do futebol alemão.

Neymar durante amistoso do Brasil em Singapura e a placa “Brasil Global Tour” ao fundo. (Foto: Reprodução/Divulgação)

 

Assim sendo, internacionalizar uma marca esportiva, globalizar um produto não significa somente jogar em determinado lugar, fazer um ou outro gol, “dar autógrafo” e ir embora. Nos dias de hoje os vínculos são cada vez mais raros e o ser humano carece deles. São estes tipos de relações que permanecem, contribuem para a imagem e duram muito. Este é o legado.

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Em tempo mais uma citação que se relaciona com o tema da coluna:

“O Brasil precisa vencer pelo que ele tem de sua essência: pela alegria, pela criatividade, pela música, pela boa paz, pela generosidade e pelo amor. Vencer com o que há de pior no espírito humano é uma grande derrota. Afinal, somos ou não o tal país do futuro?”
Afonso Celso ‘Afonsinho’ Garcia Reis

 

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