Todo início de ano provoca em cada um de nós algumas reflexões. Alguns priorizam um balanço do ano que passou, comemorando algumas conquistas ou lamentando algumas “pisadas de bola”. Outros preferem esquecer o passado e olhar para o que vem pela frente, planejando novas metas, renovando esperanças ou se preparando para novos desafios.
Seja qual for o nosso perfil, sempre surge um momento em que nos perguntamos sobre o que será o nosso futuro. Dentro disso, há aqueles que rezam e torcem para que tudo dê certo, mas pouco fazem para que as coisas, realmente aconteçam. Já outros se concentram nas tarefas que podem auxiliar na transformação de suas realidades e vão à luta, independentemente das dificuldades que têm pela frente.
O ano de 2006 promete. O mundo se movimenta. Alguns lutam para se manter no poder. Outros para conquistá-lo. Mas a maioria luta apenas para sobreviver. Este é o atual estágio de desenvolvimento da humanidade.
No Brasil, a movimentação não se dá de forma diferente. Talvez de diferente mesmo haja apenas a nossa esperança no poder de nosso futebol. Afinal, é ele que nos permite um sentimento de que, pelo menos no campo esportivo, somos primeiro mundo.
É esta manifestação e fenômeno cultural que é capaz de unificar toda uma Nação. Neste sentido, não há pobres nem ricos. E por ser capaz até de acabar com a divisão de classes sociais alguns já afirmaram que o futebol é o ópio do povo.
Se esta conclusão é verdadeira ou não, pouco importa. O importante é que este ano é ano de Copa e estaremos todos unidos para torcer pelo hexacampeonato.
E isso não é sinal de alienação como pode pensar alguns. Após a Copa do Mundo na Alemanha, teremos eleições aqui no Brasil. Passada a ressaca da vitória ou da derrota, como cidadãos, temos que saber separar nossas paixões dos nossos direitos e deveres. E nada deve nos impedir de exercer nossa cidadania em sua plenitude.
O sentimento de Nação, que vem da torcida pelo Brasil, em campo, pode ajudar nesse processo, despertando a consciência cívica e fortalecendo a idéia de que o nosso destino deve estar mais em nossas mãos do que dos nossos governantes.
Torçamos para que, no final de 2006, todos nós brasileiros, independentemente de nosso perfil, possamos comemorar não só o hexa, como também uma nova etapa do nosso desenvolvimento, com menos corrupção, menos injustiças e menos crises, dentro e fora de campo.
Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br