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Entre o esporte, o trabalho e o Brasil

Bem-vindos ao fechamento do mês de março aqui no “Entre o Direito e o Esporte”. Nessas últimas semanas nós vimos o que a gente acha entre o esporte e o trabalho. Ou seja, a gente conversou sobre o que o jogador pode (ou tem que) fazer por causa do contrato dele com o seu clube, a gente conversou sobre o que o clube pode (ou tem que) fazer por causa do contrato com os jogadores do seu time, e a gente conversou sobre como o “mundo do futebol” coloca alguns limites nesses contratos. Já hoje a gente vai dar uma olhada em como a Lei Brasileira dá as caras por aí.
E para deixar a casa em ordem antes de continuar, vou deixar aqui a linha da coluna dessa semana: vamos começar falando sobre o que o Pelé tem a ver com o contrato do jogador do seu time – mesmo o contrato daquele reforço hermano. Depois vamos conversar sobre alguns outros detalhes do que o seu clube e os jogadores podem (ou tem que) fazer. Para aí deixar uma pergunta e resposta bem importantes mais para o final.
Bora lá?
Afinal, o que é que o Pelé tem a ver com tudo isso? Pois é, nosso querido Edson Arantes do Nascimento já foi o Ministro do Esporte do Brasil, garotada! Foi nessa época que teve uma dessas tais “reformas legislativas” – quando o Congresso tenta mudar alguma coisa. E dessa vez o que mais mudou foi como a Lei Brasileira vê o esporte. Aí que veio a tal da “Lei Pelé”, isso nos idos de 1.998.
Essa Lei é o par de óculos que o Brasil usa para enxergar o esporte – e por causa disso o grau precisa ser ajustado de vez em quando, sabe? Por isso que essa Lei já passou por um monte de emendas (esses ajustes) que deixaram ela mais remendada do que uma colcha de retalhos. É um daqueles óculos que já é quase inútil de tão desgastado.
Esses óculos ainda são as lentes usadas para ler o contrato do jogador com o seu time. Com esse par de óculos que a gente vê as regras gerais sobre o que é o esporte, o que é o esporte de rendimento, e o que é o esporte de rendimento profissional – que é o caso do nosso futebol da televisão. E isso mesmo quando esses óculos deixam ainda mais difícil de ler o nosso futebol.
É por isso que a nossa Lei ainda é importante, mesmo que com todos os seus defeitos – e isso vale até para aquele atleta hermano que vem aqui jogar (já que fala um pouco do que esse jogador precisar ter para jogar no Brasil, como o visto de trabalho). A “Lei Pelé” é parte do guia jurídico do nosso futebol.
E o que mais que a “Lei Pelé” fala sobre o contrato do jogador profissional de futebol com o meu clube? A gente já conversou sobre o “modelão”, as tais das cláusulas extras, e os regulamentos do “mundo do futebol” nessas semanas e ainda tem espaço para mais? Pois é, sempre tem. E a “Lei Pelé” não foge a essa regra geral e joga um tempero a mais em todo esse cozido que o nosso esporte tem que comer.
Essa Lei fala um pouco do que a gente já viu nesse mês por aqui, e complementa quando fala da concentração (coloca limite de dias), fala do dia de descanso e fala das férias do jogador – ah, e também quantas horas por semana o atleta trabalha. Traz até quando o jogador pode dizer “não vou jogar” para o seu clube (basicamente quando está sem receber por algum tempo já). E até a parte disciplinar – por exemplo, o que o clube pode fazer com o atleta quando ele se atrasa para o treinamento.
Agora… tudo bem que a “Lei Pelé” ainda importa, só que já está mais do que na hora do esporte brasileiro voltar ao oftalmologista e dessa vez pedir um novo par de óculos para ver o nosso esporte como ele é – já que só assim que a gente vai poder pensar em escolher um caminho para chegar no como a gente espera que ele seja!
Tudo isso quer dizer que mesmo assim o que vale para o contrato é a Lei Brasileira e ponto? Bom, essa é a regra geral. No fundo, tudo o que a gente viu esse mês de básico tem também na “Lei Pelé” – mesmo se escrito de um jeito diferente. Agora, não dá para dizer que o que importa é só a nossa Lei (ainda mais do jeito que está).
Imagina que você é o presidente do seu clube. Imagina que você recebeu uma notificação da FIFA que não cumpriu alguma regra “do mundo do futebol” sobre o contrato de um dos jogadores. Imagina que o que você fez não tem problema pela legislação brasileira. E aí? Você segue o que a FIFA disse ou segue o que a Lei Brasileira fala? A resposta não é simples, e o jogo é sempre de risco.
Escolher a “Lei Pelé” pode não te dar nenhum problema por aqui, só que com toda a certeza vai te dar uma dor de cabeça lá fora. E essa dor de cabeça pode ser tão forte que vai levar de Torcida Organizada até advogado para o seu Centro de Treinamento. E, acredite, isso é o pior dos mundos para quem está sob toda a pressão de uma “nação de torcedores”. E é por isso que esse quadro até surrealista de modelos, regras e leis deixam o nosso esporte um mundo cada vez mais complexo.
É… não é só o impedimento que causa uma grande confusão nesse mundo do futebol, né? E é bem por isso que é importante saber o que a gente acha entre o esporte e o trabalho, senão numa dessas a gente fica perdido até como torcedor – e imagina como jogador, técnico, ou cartola do seu clube!
Espero que tenham gostado desse mês sobre o contrato do jogador de futebol com o seu clube aqui no “Entre o Direito e o Esporte” e nos vemos na próxima sexta-feira. Aliás, vamos conversar sobre os intermediários no futebol assim que virar o mês. Combinado? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Bom final de semana para vocês, aproveitem o feriado e até mais!
 

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Análise de jogo

A análise de um jogo de futebol pode se basear por vários aspectos: o técnico, ou seja os gestos executados pelos jogadores de maneira individual; um chute perfeito, um cabeceio ou até a defesa de um goleiro. O aspecto tático que vai abranger mais as ações coletivas da equipe. O físico que vai pegar basicamente distâncias percorridas e velocidades máximas atingidas. E podemos analisar o jogo também sob uma ótica emocional e mental.
Todas essas vertentes, porém, trazem uma visão singular, através de um único viés, para algo que é complexo e sistêmico, que é uma partida de futebol. Ou não temos há todo momento o gesto técnico, envolvido com a inteligência tática, com a capacidade física para execução e a força mental e a coragem para tomar a decisão? Sim, ou seja, o jogo é um mix de tudo isso, ao mesmo tempo.
Pondero isso em todos os jogos que vejo para tentar entender o porque de uma derrota e também o porque de uma vitória. Minimizar e reduzir as explicações não cabe mais no futebol de hoje.
Por exemplo, no clássico Corinthians x Palmeiras ainda na fase de classificação do Campeonato Paulista, o técnico corintiano, Fábio Carille, escalou o time sem centroavante. Foi uma novidade. Mas só por isso o time dele venceu o de Róger Machado? Não! Foi também por isso. Porém, foi também porque o Corinthians nos gestos técnicos foi mais eficiente, convertendo em gol as chances criadas. Quando o Palmeiras teve oportunidade acabou desperdiçando. Por estar postado de uma maneira que o adversário não esperava, os corintianos precisaram correr menos para fazer mais. O popularmente conhecido como correr certo. E teve também a força mental que sempre acompanha o Corinthians nos jogos em sua Arena.
Em um jogo mais recente, quando o São Paulo eliminou o São Caetano: foi só o fator emocional que a chegada do técnico Diego Aguirre trouxe? Foi também por isso. Mas o treinador uruguaio alterou a equipe, deixando Petros no banco de reservas. E no intervalo colocou o garoto Lucas Fernandes que jogou bem demais. E teve a vontade do atacante Trellez que foi dividir com o goleiro adversário no lance do primeiro gol. Não dá para reduzir essa vitória a uma maior “intensidade” do São Paulo. O que é um jogo intenso? Para mim é quando há uma combinação positiva entre esses aspectos técnicos, táticos, físicos e emocionais. Assim como velocidade não se restringe a correr mais. E sim a ter tomadas de decisão e fazer a bola correr de maneiras mais velozes.
É fundamental o torcedor ter um olhar mais amplo ao tentar entender o resultado de uma equipe. Não dá para individualizar algo que é coletivo e tão complexo. Nem quando ganha e nem quando perde.

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Copiar não é solução

Olá, caro leitor!
Como é do conhecimento (e alegria!) da grande maioria, mais uma Copa vem se aproximando!
O futebol já possui uma enorme exposição da mídia (dado que se comprova pelo fato de as receitas com direitos de transmissão serem as principais de vários clubes no Brasil e no Mundo) e, em tempos de Copa do Mundo, as atenções voltadas ao jogo e tudo o que o cerca são ainda maiores. Tudo relacionado ao jogo ganha uma repercussão maior nesse momento.
Voltando um pouco no tempo, cerca de 4 anos, é bem viva ainda a lembrança de 08 de julho de 2014, dia do fatídico 7×1 em favor da Alemanha. Foi notória, e ainda mais sustentada, a ideia de que nosso futebol vivia uma crise técnica (ideia que já refutei em minha primeira coluna nesta casa) que passava desde os nossos jogadores até aos nossos treinadores. Motivados por essa ideia, cresceu ainda mais o êxodo de treinadores (em todos os níveis de atuação) para o continente Europeu em busca de novos conhecimentos. O que é extremamente positivo!
Ainda assim, é preciso esclarecer que ir até a Europa para tão somente assistir sessões de treino, é deveras insuficiente para se afirmar que está atualizado com o que é feito de mais moderno no mundo do futebol, ou então, ler as biografias de treinadores de sucesso como Ferguson, Mourinho e Guardiola, ou muito menos, utilizar nomenclaturas rebuscadas para se traduzir como a equipe “A” ou “B” joga.
Será que, em matéria de conhecimento em Futebol, estamos realmente compreendendo o que é desenvolvido fora do nosso país? Será que tudo o que é produzido fora é adequado para nossa realidade? Possuímos as mesmas demandas?
A partir da expressão “complexo de vira-lata” (criada pelo dramaturgo Nelson Rodrigues para ilustrar a falta de autoestima do brasileiro), peço a licença poética para a parafrasear com a expressão “complexo de 7×1”. Pois desde aquele dia, a ideia de que está tudo errado no futebol brasileiro tem ganhado mais e mais força.
E os radicais estão dos dois lados! Pois existem também aqueles que, salivando soberba, apontam as cinco estrelas da camisa de nossa seleção, dizendo que não é preciso sair do país em busca de conhecimento, que não há nada de novo lá fora, que tudo de inovação que hoje se apresenta no futebol já havia sido desenvolvido antes pelos brasileiros.
E então eu lhe pergunto, leitor, quem está certo?
Saber jogar é a mesma coisa que saber ensinar/treinar? Ler livros ou escrever teses é a mesma coisa que saber ensinar/treinar? Assistir a uma sessão de treino ou ver o planejamento da sessão é a mesma que compreender o que ali está sendo feito? Aquilo que funcionou bem para Portugal, também funcionou para Espanha, Bélgica ou aqui no Brasil?
Senhores, a meu ver, no geral, o olhar está um tanto quanto à margem do problema… Erramos ao fazer o diagnóstico. A demanda de um, não necessariamente é a do outro. Pensamos num médico receitando remédio a um doente, ele pode até utilizar a mesma forma de diagnosticar e o medicamento para tratar dois pacientes, porém, de acordo com a gravidade da patologia de cada um, irá indicar a posologia do remédio. Precisamos entender melhor qual é a demanda dos nossos problemas! Para, então, conseguir buscar solução da melhor forma possível.
Não adianta dar respostas a perguntas que não foram feitas.
Por que a literatura do futebol português é amplamente difundida no Brasil e a do futebol inglês, italiano, alemão ou belga não é? Seriam os portugueses o farol do conhecimento em futebol, ou seríamos nós brasileiros que nos acomodamos pela facilidade de compreensão da língua?
Nosso futebol possui sim sérios problemas. Não me canso de dizer que basta olhar países com uma dimensão territorial e população muito menor (dado que também trouxe em minha primeira coluna aqui) e que tem obtido resultados significativos quanto à formação de jogadores, estrutura física e administrativa, qualidade de jogo de suas equipes e seleções nacionais, e também de conquista de títulos. Fazemos pouco com muito mais recursos humanos disponíveis em nosso país. E nossa visão do problema não pode ser fragmentada, não adianta “copiar” o tratamento que estas nações utilizaram para resolver os seus problemas, nossos problemas e demandas são diferentes! Ano após ano o Brasil e a América do Sul continuam sendo os polos que mais exportam jogadores para os grandes centros, seria então a qualidade técnica nosso maior problema? São muitos os que dizem que a qualidade técnica (como se o jogador fosse um boneco de Lego®) dos nossos jogadores diminuiu, que precisamos fazer treinamentos individualizados (e na maioria das vezes de forma descontextualizada do jogo), enfim, são vários os problemas levantados e muitas vezes identificados fora de uma ótica sistêmica da nossa realidade, e para solver esses “problemas”, buscam resoluções que funcionaram para os problemas do futebol de outros países, como se fosse tudo igual. Será que essa é realmente a melhor saída? Será que estamos realmente conseguindo diagnosticar nossos reais problemas?
Senhores, trouxe aqui vários questionamentos. E é válido ressaltar que não estou do lado de nenhum dos radicais, busco estudar e fazer uso do conhecimento desenvolvido por várias nações diferentes (e não somente de conteúdo específico do futebol), mas não descarto excelentes autores e profissionais que possuímos aqui (Alcides Scaglia, João Batista Freire, Israel Teoldo, Tite, Fernando Diniz e etc.), é preciso encontrar um equilíbrio nisso tudo, não desconsiderar tudo que é feito aqui para reproduzir tudo que é feito fora, e vice-versa! O olhar deve ser sistêmico, buscando visualizar a dimensão e necessidade dos nossos problemas.
Copiar não é a solução, e muito menos, ignorar.
Até a próxima, senhores!

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Por onde passa o futuro do futebol feminino no Brasil

Há décadas discute-se sobre os fatores para o sucesso do futebol feminino no Brasil. Em mês do Dia Internacional das Mulheres, este debate ganha mais adeptos. São várias as perguntas que colocaram em dúvida o crescimento da categoria no país. Agora, parece que se sabe das origens dos seus problemas. É preciso, portanto, fazer acontecer. Este “fazer acontecer” passa pelas praticantes, pelos torcedores, clubes e federação local.
É inegável que o esporte possui um papel social bem forte. Consequentemente, o sistema esportivo (atletas, clubes e federações) também. Felizmente, o tema que se refere à igualdade de gêneros tem ganhado destaque e faz parte da “Agenda 2020”[1] do Comitê Olímpico Internacional. As instituições esportivas possuem grande importância para a sociedade, as pessoas identificam-se a várias delas, outras tantas possuem credibilidade, tradição centenária, são centros de atenção e, muitas vezes, formação de opinião. Não raramente, – com muitos exemplos mundo afora -, delas emanam iniciativas que quebram paradigmas, assim como foi o supracitado gesto do olimpismo.

Equipe do São José EC (Foto: EBC/TV Brasil)

 
Clubes e federações devem trabalhar de maneira incansável com a igualdade de gêneros a fim de reduzir o grande abismo que se vê no Brasil. Não devia ser considerado como, mas é papel social destas entidades fazer a categoria crescer por aqui. E é importante que os clubes façam parte deste processo para aproveitar a ampla base de torcedores que possui. Com isso, com frequência e, à prazo, o futebol feminino no país criará mais referências. A competitividade e o profissionalismo aumentam. Em um segundo momento, mais mulheres estarão envolvidas nas comissões técnicas e na gestão do futebol. Não que apenas com o futebol feminino isso irá acontecer, mas não há dúvidas de que será um grande incentivo. Antes do lucro financeiro e dos títulos (que sem dúvida alguma são importantes), é preciso refletir em como os clubes e o futebol local (federação) querem ser vistos e reconhecidos? Exemplos não faltam.
Portanto, é fundamental que o gesto rumo ao crescimento e desenvolvimento do futebol praticado entre as mulheres no Brasil não tenha apenas como base a confederação nacional. É preciso partir da base, especificamente nos clubes, com o fomento ao esporte de participação e rendimento. Dessa maneira, não mais discutiremos os motivos do ponto-de-situação da categoria no Brasil, mas sim das consequências do bom trabalho realizado a partir do que um dia fora proposto fazer.
Em tempo, uma Feliz Páscoa a todos os leitores!
 
[1] recomendações com o objetivo de repaginar o futuro do esporte nas próximas décadas

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O que é e o que parece ser

As escalações de São Paulo e Corinthians para um clássico disputado no último domingo (25), no Morumbi, chamaram atenção por um motivo específico: a quantidade de “volantes”. Diego Aguirre, ainda um recém-chegado à equipe tricolor, montou um meio-campo com Jucilei, Petros e Liziero; Fabio Carille escalou Ralf no lugar de Clayson, vetado por questões físicas, e também criou um tripé de marcadores com Gabriel e Maycon ao lado do camisa 15. Foi o suficiente para uma série de análises, em diferentes canais de comunicação, sobre como essas opções travaram o confronto válido pela semifinal do Campeonato Paulista. Mas essa relação de causa e efeito é suficiente para explicar o que aconteceu no duelo?
A resposta a essa pergunta diz muito sobre o jeito de enxergar o jogo. Por ser um contexto complexo, composto por ações e reações que se sobrepõem durante 90 minutos, o futebol compreende uma infinidade de possibilidades para combinar jogadores de meio-campo. E isso quase sempre independe da posição “de origem” deles – basta lembrar que o marcador Willians e Márcio Araújo, expoentes do cabeça de área que sabe destruir mais do que construir, já tiveram bons momentos atuando abertos e compondo a linha de armadores.
No último domingo, Aguirre poderia adiantado Petros ou Liziero para a linha de armadores. Também tinha opções como um tripé no meio ou um 4-1-4-1 com os dois jogadores ao lado de Marcos Guilherme e Nenê. A lista de hipóteses é extensa e inclui uma série de sistemas, modelos e desenhos. O mesmo vale para o Corinthians, a despeito de o trio Ralf-Gabriel-Maycon ser menos versátil e cobrir um trecho menor do campo. No entanto, e eu acompanhei isso por duas rádios e um canal de TV de São Paulo, as análises foram focadas em “dois times com três volantes”.
O que se viu no Morumbi foi Liziero mais solto pela esquerda, dando volume e contribuindo para a marcação na saída de bola. Isso deu corpo ao São Paulo no primeiro tempo, ainda que o gol da vitória tricolor tenha acontecido em um contragolpe. Maycon não teve a mesma presença ofensiva, mas conseguiu travar bem o lado direito de ataque do rival.
Na próxima terça-feira (27), a seleção brasileira voltará a enfrentar a Alemanha, algoz do 7 a 1 em 2014. Tite ainda não confirmou a escalação, mas admitiu que estuda a possibilidade de colocar Fernandinho no meio-campo canarinho. Foi o suficiente para começarem a surgir análises sobre um time “mais cauteloso” contra os germânicos.
Tite teve uma longa conversa com Pep Guardiola, técnico do Manchester City, no fim do ano passado. No bate-papo, um dos tópicos foi Fernandinho, jogador da equipe inglesa. O comandante da equipe nacional fez perguntas sobre a capacidade de passe vertical do meio-campista e se o espanhol conseguia enxergá-lo também como um meia. A resposta foi afirmativa.
Fernandinho pode não ser o ritmista desejado por Tite, mas tem capacidade para fazer passes que furem defesas. Tem visão vertical, fundamentos e experiência – atuava em uma linha mais adiantada até os primeiros anos como profissional. Pode não dar tanto volume ofensivo quanto Philippe Coutinho, mas oferece outro tipo de presença em campo e cobre uma faixa maior do meio.
O que o clássico paulista e a seleção nos mostram é que não existe discutir futebol apenas a partir do “volante” ou do “meia”. Existe muito além dos nomes de funções, e negar esse mundo de possibilidades é negligenciar a própria complexidade do jogo.
 

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Entre o jogador, o clube e a CBF

Bem-vindos ao “Entre o Direito e o Esporte” dessa sexta-feira aqui na Universidade do Futebol. Hoje vamos continuar a nossa conversa sobre o que a gente acha entre o Direito e o Trabalho do jogador profissional de futebol. Aqui a gente vai ver como todos aqueles regulamentos do mundo do futebol vão parar no contrato do jogador do seu time.
E para deixar tudo mais fácil, a coluna de hoje vai ter essa cara: primeiro vamos ver o que o contrato do jogador do seu time fala sobre isso, depois vamos dar uma olhada nos principais regulamentos do mundo do futebol que vão parar nesse contrato aqui no Brasil, e então como esses regulamentos mudam a cara da relação entre o atleta profissional de futebol e o seu time – mesmo quando não tem nada escrito no contrato sobre isso.
Fechou?
Vamos começar pelo começo então! A regra geral aqui é “sempre leia o contrato antes de assinar”. Lembra que a gente já falou sobre o “modelão” que contrato do jogador do seu time segue? Aqui é a mesma coisa, e no contrato tem a cláusula que dá o aviso, aviso que o jogador tem que obedecer aos estatutos e aos regulamentos do seu clube e de todas aquelas entidades das quais o clube e o atleta fazem parte, aviso que o seu clube também tem que lembrar e seguir tudo isso.
Agora… Dá vontade de soltar aquele “sério, não me diga”, né? Fala e fala, e não diz quais são esses regulamentos e é isso que importa no fim do dia! Bom, a resposta é “todos”. Vamos lá, imagina que o seu clube é de São Paulo. Ele e os seus atletas vão ter que obedecer aos regulamentos e estatutos da Federação Paulista de Futebol, da Confederação Brasileira de Futebol, da CONMEBOL, e da FIFA. Ou seja, é quase como aquele emaranhado de fio de cabelo no pente, sabe? Difícil dizer onde começa um e termina outro.
Só que alguns são mais próximos desse contrato do que outros – esses que sempre ficam por perto, ficam na cabeça do advogado quando vai ajudar clube, atleta e intermediário. Esses documentos servem como os textos sagrados de qualquer um que trabalhe com futebol profissional pelo mundo.
E são esses aqui: pelo lado da FIFA tem o seu Estatuto (a base de tudo), o seu Regulamento sobre o registro e sobre a transferência de atletas (a base do contrato do jogador), o seu Regulamento sobre intermediários (a base do relação clube-intermediário-jogador), e as suas Regras sobre os procedimentos do Comitê de Registro de Atletas e da Câmara de Resolução de Disputas (os lugares para onde a gente corre quando “dá ruim” em algum contrato).
Aqui no Brasil a gente também tem que lembrar do Estatuto da CBF, o seu Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol, e o Regulamento Nacional de Intermediários. A base é o que a FIFA fala. E esses regulamentos dão uma temperada ao trazer uma regra aqui e ali que é importante lembrar – seja você advogado, jogador, cartola ou um curioso do futebol.
E aí, vamos ver o que essas regrinhas colocam a mais no contrato do jogador do seu time?
O que importa aqui é só uma palavra: limite. Essas regras colocam os limites do que pode ser negociado dentro do contrato do jogador do seu time. Trazem tudo para dentro de uma “caixinha” onde é mais fácil separar o que pode do que não pode. E aí são seis os pontos mais interessantes para hoje: o tipo, o registro, e o tempo do contrato. Além do tal do “intermediário”, as multas por descumprimento do contrato, e a cláusula do “ih, deu ruim”.
O tipo de contrato é fácil, né? Ou você é um jogador profissional ou não. Certo? Será? Tão fácil assim? Bom, quem já me acompanha há mais de mês aqui sabe que lá vem história.
Pela FIFA é um jogador profissional aquele que recebe para jogar pelo seu clube mais do que gasta para isso e tem um contrato por escrito com o seu clube. Nessa linha se eu ganho uns R$ 100 por dia e gasto mais que isso no jogo do bicho, eu sou um jogador profissional. Só que se em vez disso eu gastar mais do que isso com meu transporte, roupa para treino, e alimentação… eu não sou um profissional mesmo com um contrato que diz isso?
É por isso que a regra da CBF fala que o atleta profissional é aquele que exerce a atividade desportiva (joga, treina, etc.) com um contrato de trabalho escrito. Esse contrato tem que ser registrado, e cria o tal do “direito federativo” (falando de uma maneira bem simples). Assim, eu posso gastar quanto eu quiser no que eu uso para jogar que eu continuo sendo um jogador profissional se eu tenho esse registro e tenho um contrato profissional assinado.
E o tempo de contrato, é igual em todo lugar? Naquelas. Para a FIFA se eu sou menor de 18 anos, eu posso assinar um contrato de no máximo três anos. Já pelo Brasil se eu sou maior de 16 anos, posso assinar esse contrato por até cinco anos.
Me fala agora, o que acontece se eu tenho essa idade e assinei um contrato profissional com o meu clube por cinco anos e no quarto ano de contrato um time de fora me quer? Bom, para a FIFA só valem os três primeiros anos e eu posso passar no vestiário para dar um “vlw, flw” para os meus amiguinhos de clube e partir – coisa que a gente nunca viu, né?
Além disso, precisa ter no contrato quem é o intermediário (antes agente ou empresário), ainda mais se é caso de negociação de contrato de trabalho ou de transferência. Fora isso, aqui no Brasil o contrato tem que ter uma multa para quando o jogador do seu time não respeita o contrato (cláusula indenizatória). E outra para quando o seu clube também não respeita o contrato (cláusula compensatória).
Além disso, tem também um aviso para quando “dá pau” em qualquer um desses pontos. Quem vai decidir o certo do errado é o “Poder Judiciário do futebol”! E isso pode ser na CBF (na CNRD), na FIFA (no PSC ou no DRC), ou no tal do CAS que fica na Suíça dependendo do caso – só que aí já é outra história, senão você vai querer me matar de tanto ler hoje!
Nessas horas que a gente vê que um “contratinho” tem muito mais do que aparece – mesmo depois de ler esse contrato umas boas vezes. É por isso que ser jogador não é fácil, ser intermediário não é fácil, e ser um cartola não é fácil. E fica ainda mais difícil se a gente não tem ninguém para ajudar com esses detalhes, né?
Espero que tenham gostado de mais um “Entre o Direito e o Esporte” e na próxima sexta-feira a gente vai conversar como a legislação brasileira aparece no contrato do jogador do seu time. Feito? Vejo vocês no feriado! Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Bom final de semana para vocês, e até mais!

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Cadê o verdadeiro São Paulo?

Quem acompanhou o jogo São Caetano x São Paulo pelas quartas de final do Paulistão viu que o problema do time é muito maior do que o treinador. Saiu Dorival Júnior e entrou Diego Aguirre, mas a postura geral de resposta aos problemas do jogo continua a mesma. O novo técnico teve apenas um treino antes desse confronto e obviamente pouco conseguiu interferir no processo. Então o que se viu foi a continuidade de um jeito de jogar que transcende o comandante.
Não gosto de segmentar o jogo em partes técnicas, táticas, físicas e emocionais. Uma partida de futebol tem todas essas vertentes juntas ao mesmo tempo. Um drible, por exemplo: tem o próprio gesto técnico da finta, tem a noção tática de se esse drible deve ser feito ou para o lado ou para frente, a parte física de conseguir ter velocidade para cumprir a ação e a coragem de tentar passar por um adversário. Tudo junto em uma única ação.
Por isso não me parece muito assertivo dizer que, por exemplo, falta “pegada” a uma equipe. Se os jogadores estiverem mal distribuídos em campo de nada adiantará a tal raça. Será o popularmente conhecido como correr errado.
O que há no São Paulo é um elenco mal formado, com jogadores em péssima fase técnica ( Petros e Jucilei formam a dupla de volantes em pior fase no Brasil), uma desorganização tática nos quatro momentos do jogo – ataque, defesa, transição defensiva e transição ofensiva -, falta de confiança para jogar e consequentemente, por todos esses fatores, um desgaste físico maior do que o normal.
O Tricolor até pode evoluir no curto prazo. porém Diego Aguirre terá que realizar um trabalho acima da média do que se vê aqui no Brasil para fazer dessa atual equipe uma equipe vencedora.

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Reflexões que nunca acabam sobre o futebol de base

Discutir o futebol formativo virou algo corriqueiro e habitual por aqui. É uma tarefa instigante e reflexiva e não podemos negar que evoluiu alguns debates. Agora, quem sabe, a forma como esse processo é discutido e por quem é debatido, é que precisa ser ajustada e melhorada.
Estamos ainda longe para que o futebol de base compreenda sua verdadeira face, singularidade e significado transcendente de formar jogadores e equipes. O caminho ainda está confuso e sem placas sinalizadoras.
Desgosta saber que indicadores internos e indicadores externos diagnosticados com frequência são negligenciados por vários fatores e interesses particulares. Eles ajudariam na construção de um cenário evolutivo e de um jogar com qualidade, e poderiam fazer parte corriqueiramente dos entornos diários particulares dos detalhes.

 
 

 
O que foi citado acima, que é um pouco do que acontece no Brasil, é um despojado reflexo e exemplo de um futebol de base hostil e superficial.
Então, como defender perante um grupo de jogadores uma aprendizagem intencional, significativa, que desenvolva aspectos relevantes e o verdadeiro jogar do futebol, visto que o sistema futebol culturalmente poluído está desorientado, não sabe o que quer, para aonde vai e qual a razão de ir? Sejamos otimistas, pensando melhor, esse reflexo de problemas culturais que gerou mentalidades e modelos ditos como únicos e verdadeiros, ainda pode ser suplantado, correto?
O que nos resta agora é tentar compreender todos esses elementos acima levantados, que são rotineiros, e clarear possíveis reparos com as reflexões vistas.
Quando se trata de formação, temos que lembrar que acima de tudo, está sendo formado um ser humano, que deve obter princípios de vida que o torne sólido para enfrentar as dificuldades do dia a dia e do jogo em qualquer instante. Devemos transmitir aspectos ou critérios, com uma ideia operacional clara e significativa, para que o jogador perceba o elo intenso que liga o seu jogo no jogo coletivo, sua vida correta e com caráter na vida coletiva. Fundamentalmente é entender que a unidade humana-futebolística deve ser um fio que forma outros fios todo o tempo.
 

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Caros clubes, não haverá mais rebaixamento

Exatamente. “Os seus problemas acabaram”! Não haverá mais, no maior escalão do futebol mexicano, o sistema do rebaixamento. Em outras palavras, ninguém cai. Aquele clube que ficar pelas últimas colocações, recebe uma multa. Atualmente com 18 equipes, é plano ter 20 times dentro do formato de competição em vigor. É possível conseguir o acesso à primeira divisão, desde que a instituição não tenha dívidas (interessante), ter estádio de padrões internacionais de conforto e segurança (bastante interessante também) e não pertencer a grupo empresarial que já controle uma equipe da série A. Ou seja, no futebol do México os clubes são bastante voltados para o mercado. Isso funcionaria no Brasil?
Em curto prazo, não! A longo, então? Também não. Em uma primeira análise é possível enxergar este cenário a muito longo prazo. Em primeiro lugar, os clubes precisam formar uma liga. Os seus associados precisam possuir uma cultura empresarial, que vise o lucro e a otimização dos custos em busca de rendimento esportivo e financeiro. É preciso um bom tempo para que isso aconteça. Ademais, a cultura do acesso e rebaixamento é muito presente no futebol do Brasil e do esporte brasileiro como um todo. Há polêmica, há drama, há terror, há estatísticas, probabilidades, Z4, Z20, G4, G55, piadas, memes, glória…sobram assuntos para serem abordados, discutidos e, com isso, audiência garantida. Quem não se lembra da “Batalha dos Aflitos”? Ou da máxima: “Time grande não cai”. Tudo isso construído dentro deste cenário.

Lance de América x Pumas UNAM em jogo da “Liga MX” (Photo by Hector Vivas/Getty Images).

 
Pois bem, o México mudou tudo isso. Nas discussões sobre gestão e marketing do esporte, os mexicanos ocupam uma posição de laboratório dentro de uma cultura clubística do futebol (típica da América Latina) com uma lógica do esporte voltada ao mercado (bem típica dos seus vizinhos do norte, os Estados Unidos). O povo de lá acompanha as ligas profissionais estadunidenses das mais diversas modalidades (o futebol americano coloca mais de 100 mil pessoas no estádio Azteca). Palavras como “franquia” (para se referir a um clube) não é estranha. Assim como nos EUA (e muito influenciados pelos americanos), as equipes possuem donos e, em outros casos, acionistas. Neste sentido, não há filantropia. Se alguém (pessoa física ou jurídica) investe em um time, o objetivo é o lucro.
Há sim um meio termo. É bastante interessante o sistema de rebaixamento e acesso justamente pela expectativa que é gerada. E isso alimenta o futebol. Não que o outro modelo não tenha isso, mas não tanto quanto. É possível o futebol do Brasil possuir uma lógica financeira mais sólida, voltada para o mercado, dando lugar ao profissionalismo, desempenho e meritocracia. Que a instituição não tenha dívidas para poder jogar um campeonato (dificílimo isso acontecer por aqui) e que apresente uma infraestrutura à altura de proporcionar um bom espetáculo de futebol que será vendido aos torcedores e também à televisão. A prazo, o mundo também poderá te conhecer.
Portanto, vai ser preciso muito, muito tempo para que – caso queiram – o que aconteceu no México aconteça no Brasil. No entanto, há muito nisso que a organização do futebol mexicano pode ensinar aos brasileiros.

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O discurso de ódio e o futebol

Morreu Marielle Franco, a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro, e essa morte diz muito sobre o nosso tempo. Foi um daqueles episódios extremamente significativos, marcantes, que sinalizam uma série de coisas – e se você acha que “o cadáver não é diferente de um cadáver comum”, por favor, acho melhor parar por aqui. O assassinato não tem nada de ordinário, sobretudo pelas circunstâncias que o envolvem, e entre as muitas discussões possíveis está justamente o discurso de ódio como ferramenta de comunicação.
A morte de Marielle está diretamente ligada ao extremismo, à solução que ignora limites éticos ou morais, ao uso da violência como resposta quando a comunicação não funciona, à necessidade de ter um tom superior ao do receptor; é a mensagem imposta, virulenta, cujo fim ignora totalmente os meios; é a versão mais extrema do “bateu, levou” e dos direitos cerceados.
Agora transponha isso para o futebol. Em quantos episódios você já viu um jogador, treinador, dirigente ou torcedor responder de forma violenta a um erro ou mesmo a uma ação proposital de um rival? Em quantas dessas situações a reação apenas aumentou o tom da celeuma e criou um confronto ainda maior / mais denso? Em quais episódios isso realmente funcionou e encerrou o assunto?
Poucos, para ser bem complacente. Em geral, vale a regra tácita dos conflitos entre torcedores organizados: nós reagimos e armamos algo contra vocês porque vocês fizeram algo a alguém que é importante para nós. Nós pensamos e agimos com sangue frio porque nos consideramos vítimas de um primeiro ataque. Essa espiral de violência cria uma onda de vitimismo e de atos cada vez mais drásticos. Se alguém morre, respondemos com mais mortes; se há vingança, respondemos com mais vingança.
Por isso, eventos como o que aconteceu na semana passada são fundamentais como marcos. São oportunidades para que clubes e federações se posicionem de forma assertiva e mostrem o que pensam ou os valores que perpassam a construção de suas marcas. Pior do que uma instituição que adota posicionamentos anacrônicos, é uma entidade que não se posiciona.
Também é essa a explicação de ter sido tão significativa a ação de policiais militares de Belo Horizonte e Porto Alegre. Segundo relatos de torcedores, em jogos de Estaduais nas duas cidades os oficiais retiraram faixas que falavam sobre Marielle. Em ambos, a explicação foi algo como coibir manifestações políticas. Quem faz isso ignora o contexto ou simplesmente não entende o quanto o que aconteceu é maior do que disputas partidárias / eleitorais.
A necessidade de um posicionamento em episódios assim também atinge os atletas enquanto formadores de opinião. O assassinato poderia ser estopim para revoltas, críticas, protestos e eventos organizados para realmente afetar a estrutura do esporte nacional. Isso deveria ser sentido em outros âmbitos, discutido por outros públicos.
Neymar – quem diria? – foi um exemplo positivo no caso. Ao contrário da infeliz homenagem ao físico Stephen Hawking, o atacante acertou em tom e conteúdo ao falar sobre Marielle. Foi conciso, mas agiu como em raros momentos.
O triste evento do Rio de Janeiro mostrou a enorme necessidade que a população brasileira tem de se posicionar e de lutar por direitos que vão muito além da simples justiça – ainda mais a justiça no sentido de “olho por olho, dente por dente”. O futebol tem chance de fazer parte desse processo, até pelo grau de influência que a modalidade tem na sociedade local.
Ou então é possível que todos fiquem parados, anestesiados, vendo a caravana passar como fazem nas discussões sobre o futuro da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Num período em que a sociedade clama por mudanças, que tipo de postura você espera do seu clube ou do seu ídolo?