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O legado também depende de comunicação

Legado é um dos assuntos mais frequentes em debates sobre a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Brasil.

No entanto, quase todas as discussões sobre o tema abordam estruturas físicas ou de serviços que o país terá de desenvolver para acomodar os dois eventos. Pouco se fala sobre algo que os torneios poderiam promover: uma revolução na cultura esportiva nacional.

A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos são grandes oportunidades para mostrar ao mundo um pouco da cultura do país que os organiza. Mas, também são, por tudo o que representam, uma chance de o local criar novos costumes e condições. Sobretudo em sedes como o Brasil, que demandam mais intervenções na estrutura física.

O exemplo da África do Sul serve para deslindar a situação: a Copa do Mundo de 2010 foi uma plataforma para o país mostrar a relação que tem com o futebol – as vuvuzelas, por exemplo –, mas exigiu um novo conceito de consumo do esporte, guiado pelo perfil escolhido para os estádios.

Esqueçamos por alguns momentos os orçamentos estourados, a necessidade das obras, a locupletação ou a pasteurização desses equipamentos. Isso à parte, o fato é que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos exigem um padrão diferente do que é usado, por exemplo, no cotidiano brasileiro. São estádios cobertos, com lugares numerados, lojas, restaurantes de qualidade, camarotes bem estruturados e até gramados baixos e menores, feitos para acelerar o ritmo das partidas.

Todos esses atributos são bases usadas pela Alemanha para alicerçar a Bundesliga como a liga de futebol que mais cresce no planeta. É o campeonato com maior média de público entre os grandes, tem uma política mais austera do que outras ligas e vê crescer gradativamente o faturamento dos participantes. Essa evolução tem ligação intrínseca com a transformação que o país sofreu para receber a Copa do Mundo de 2006.

A África do Sul também precisou se transformar para sediar o Mundial de 2010. O país também ergueu novos estádios, reformou outros e uniformizou a excelência entre essas arenas. Contudo, a estrutura nunca foi plenamente aproveitada.

O que distancia a Alemanha da África do Sul, nesse caso, é o foco. A Copa do Mundo feita em solo germânico foi concebida com um propósito e foi colocada em um projeto muito maior. O evento foi meio. No exemplo africano, o evento foi fim.

Entre os dois exemplos, o Brasil está, evidentemente, muito mais próximo do segundo. O país ainda pode percorrer ambas as rotas, e o que vai determinar a escolha nacional é uma combinação entre dois aspectos: organização e comunicação.

Organização aqui é um conceito extremamente amplo, que passa pela criação de uma liga administrada de forma equânime, que trate o futebol como produto e que exija profissionalização de gestão para campeonatos e clubes. Esse é um caminho claro, que só não é obrigatório porque destruiria a estrutura política e coronelista que beneficia poucos.

Quanto à comunicação, o processo ainda não é tão nítido assim, mas não há outro meio de incutir nos consumidores a necessidade de uma mudança na relação com o esporte.

Por natureza, o ser humano é avesso a mudanças. Algo como se a homeostase fosse um novo patamar na escala evolutiva. O maior desafio não é criar novidades, mas fazer com que elas sejam assimiladas.

Pensemos nos estádios, então: a Fifa exige, por exemplo, que as arenas usadas na Copa do Mundo tenham lugares marcados. O respeito a isso, porém, só será possível com um grande esforço de comunicação dentro e fora dos aparatos.

Houve problemas com desrespeito a lugares marcados na Copa do Mundo de 2010. Curiosamente, alguns deles envolveram brasileiros. Os mesmos brasileiros que respeitam locais marcados em cinemas e teatros.

Lugares marcados são apenas um exemplo do quanto a cultura em eventos esportivos pode mudar com as novas arenas. Há outros, como o fim dos ambulantes circulando dentro e fora dos estádios. É necessário que essa prática seja regulamentada e que não seja predatória. As lojas oficiais são importante fonte de receita, e a emoção de um jogo normalmente é um bom impulso para fazer os consumidores gastarem.

Tudo isso demanda comunicação. O torcedor precisa saber, por exemplo, que a Fifa cria um raio de proteção em torno das arenas usadas na Copa do Mundo. Nesse setor, é impossível circular com produtos de marcas diferentes das que patrocinam o evento. Até os bares e restaurantes nas imediações dos estádios precisam se adaptar.

O torcedor precisa saber quais são as funcionalidades de cada novo estádio e precisa entender como usá-las. Não basta prepará-lo para o clima de festa ou tentar forjar no país um Carnaval em torno dos eventos esportivos; é fundamental mostrar de forma prática como eles podem afetar o cotidiano do povo.

Nesse ponto, nenhum estádio entre os que foram inaugurados recentemente no Brasil foi competente. O último exemplo veio do Maracanã, reaberto no último sábado. O primeiro jogo no novo palco, que será sede da Copa do Mundo de 2014, foi um amistoso entre amigos dos ex-jogadores Bebeto e Ronaldo.

(Parênteses: Sim, o estádio mais importante da Copa do Mundo de 2014 foi reinaugurado em um jogo de amigos. Sim, essa é uma representação incrível de como o país funciona. Os amigos, chegados e cupinchas são sempre os primeiros.)

O foco da discussão, todavia, não é nem esse. O importante é pensar que a reabertura do Maracanã não foi sustentada por grande campanha de comunicação. E que todo o espaço foi usado para divulgar o evento, não para mostrar ao torcedor o que isso muda na vida dele.

Em Salvador, a maior campanha sobre a inauguração da Itaipava Arena Fonte Nova foi feita pela cervejaria que comprou os naming rights do aparato. Mas também foi, a exemplo do Maracanã, algo com perfil totalmente institucional.

A sensação que fica é como se Brasil estivesse comprando 14 novos supercomputadores, mas não capacitasse pessoas para operá-los ou para aproveitar plenamente as funcionalidades oferecidas.

O maior exemplo disso também foi dado na Itaipava Arena Fonte Nova. No último fim de semana, torcedores que foram ao estádio ganharam caixirolas, instrumentos criados pelo compositor e músico Carlinhos Brown e adotados pelo governo federal como artefatos oficiais da Copa do Mundo de 2014.

A experiência não podia ter sido mais frustrante. As caixirolas produziram barulho chato, comparável ao da vuvuzela sul-africana. E a situação ficou ainda pior durante o jogo: enquanto o Bahia perdia para o arquirrival Vitória, torcedores atiraram os instrumentos na direção do gramado.

As cenas dos jogadores recolhendo os objetos rodaram o mundo. Autoridades ligadas à Copa do Mundo de 2014 já
se sarapantaram com a possibilidade de algo semelhante acontecer no evento internacional.

As caixirolas, assim como os estádios modernos e reformulados, são equipamentos estranhos para o público. Não basta simplesmente jogar as coisas nas mãos das pessoas e esperar que a cultura emerja sozinha.

Essa noção é fundamental para que o Brasil comece a pensar em um plano de comunicação para os grandes eventos esportivos. Não apenas para a duração desses campeonatos, mas para o que eles deixarão no país.

O problema é que um plano de comunicação assim depende de uma abordagem sistêmica, que admita as peculiaridades de cada sede e que coloque isso a serviço de um projeto maior. Fazer algo assim é extremamente difícil com a estrutura politizada do comitê organizador local e das entidades esportivas do Brasil.

A comunicação, afinal, depende da gestão. Ignorar isso é abrir mão de todas as possibilidades que o esporte oferece.

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br

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Pacotão de reforços

Vem aí um grande pacote de reforços prometido para salvar o futebol brasileiro da iminente insolvência econômica – historicamente acumulada – e instituir, em mais uma das tentativas, um marco regulatório no Brasil.

Junto da grande anistia aos clubes de futebol do país, o Governo Federal e o Ministério do Esporte pretendem incluir, no marco de gestão e responsabilidade fiscal, a limitação dos gastos com salários dos jogadores e comissão técnica, do tamanho dos elencos, além de alinhar o calendário de competições do Brasil com o da Europa.

A Europa já vem discutindo e implementando medidas no futebol continental, a partir do Sistema de Licenciamento de Clubes da Uefa, conjunto de normas e procedimentos regulatórios que versam sobre melhores práticas de governança corporativa, dirigidos aos clubes e associações nacionais.

De fato, as associações nacionais também se envolvem diretamente na aplicação de tais medidas, no âmbito de sua atuação nacional, e isso é um dos fatores de êxito do sistema.

Recentemente, após o período de adequação de clubes e associações ao sistema, alguns clubes foram punidos por não cumprirem com a previsão de respeitar as diretrizes orçamentárias.
As sanções variam de perda de pontos até a eliminação de competições continentais.

No Brasil, corre-se um grande risco de insucesso nessa tentativa de "enquadrar" o futebol a tais regras impositivas, se a própria CBF não estiver envolvida na construção do sistema de licenciamento.

Não só de fato como de direito, a autonomia desportiva que a Constituição Federal lhe assegura e, consequentemente, aos clubes e federações estaduais, permite à CBF decidir quando e, se, deseja por em prática esse marco regulatório.

A não ser que o movimento para a instauração do licenciamento seja originário da Fifa e impulsione, ou até mesmo, obrigue a CBF a implantá-lo por aqui, dificilmente a iniciativa do Governo e Ministério do Esporte ganhe legitimidade junto ao futebol brasileiro, além da questão formal-legal definida na legislação federal.

Se for, obviamente, apenas para anistiar os clubes e não se lhes exigir, como contrapartida, o estabelecimento de melhores práticas de governança corporativa, em áreas estratégicas da gestão, como recursos humanos, jurídica, ética, administrativa, desportiva, financeira e de responsabilidade social, ficará muito fácil e tranqüilo.
Afinal, é muito simples proibir ou permitir.

Muito mais complexo é se criar um sistema baseado na ampla discussão, na educação e informação, visando regulamentar e contribuir com a evolução da gestão do futebol brasileiro, chamando a todos para discutir e assumirem responsabilidade sobre este marco regulatório – CBF, clubes, federações, atletas, poder público.

Nesse sentido, o horizonte pode ser positivo, não apenas impositivo.
E, no fim das contas, nós todos pagaremos a conta disso tudo.
Já pagamos outras tantas vezes. Não pretendo ver meu dinheiro, recolhido através dos impostos, sustentando instituições falidas que não entendam seu relevante papel social e assumam o ônus decorrente disso.

Porque o bônus já estamos cansados de oferecer.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Os treinos, os tipos de jogos e a manutenção da posse de bola

A qualidade na manutenção da posse de bola é um comportamento coletivo pretendido pela grande maioria dos treinadores. Seja a equipe orientada para um ataque posicional, ou até mesmo um ataque rápido ou contra-ataque, é fato que se espera a eficácia na transmissão da posse de bola para que a ação ofensiva termine com possibilidade de finalização.

Posto isso, para aperfeiçoar a dinâmica coletiva da progressão em posse, os treinadores fazem uso de diversos treinamentos, atividades e recorrem à utilização de diferentes métodos.

Em minha atuação prática, como todos sabem, aplico um método de treino sistêmico em que toda atividade (jogo) é ao mesmo tempo física-técnica-tática-mental. Nesta semana, serão feitas algumas observações para quem escolhe este método e pretende evoluir na construção do comportamento de manutenção da posse de bola (não necessariamente um jogar predominantemente em posse).

É bem frequente a realização de jogos sem alvos para aperfeiçoar a manutenção da posse. Denominados jogos conceituais, por não terem as zonas de risco e finalizações, estes tipos de atividades são muito distantes do futebol formal e seguramente não traduzem no ambiente competitivo a posse de bola desejada. Nestas atividades, elementos indispensáveis para uma boa circulação como as coberturas ofensivas, a profundidade e as estruturas zonais fixas inexistem, logo, a dinâmica da construção da posse na sessão de treino não será a mesma daquela que se pretende evidenciar no jogo.

Outra situação muito utilizada é a dos jogos conceituais, agora com a presença de alvos, portanto, mais próximos do futebol formal. Por definição, os jogos conceituais são realizados em dimensões significativamente menores que o espaço formal de jogo. Com a distância entre alvos mais próxima, a atração pelas metam são ainda maiores e um equívoco não deve ser cometido: preocupados com a manutenção da posse, a solução encontrada por alguns treinadores (inclusive por este que vos escreve, anos atrás) é estipular um número mínimo de passes para permitir a finalização. Um crime contra a Lógica
do Jogo!

 

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É preciso saber que jogos com dimensões reduzidas, por sua formatação, inviabilizam um trabalho de manutenção da posse de bola em quantidade de passes. O que não significa que tal referência operacional não possa ser treinada em tais dimensões.

Os jogos conceituais em ambiente específico, se corretamente planejados e aplicados, são os que proporcionam maior proximidade com o jogo de futebol. Neles, as regras de ação desempenhadas por cada um dos jogadores, derivadas das competências essenciais do jogo (estruturação do espaço, comunicação na ação e relação com a bola), são altamente específicas. Com os 22 elementos (ou a maioria deles) na mesma atividade, a densidade das situações-problema que surgem relativas à manutenção da posse (lembrando, independentemente do tipo de ataque utilizado) é elevada e tem grande relação com o ambiente competitivo uma vez que são exigidas a ampliação do espaço efetivo de jogo, a abertura de linhas de passe, as desmarcações, as movimentações com ou sem troca de posição, a ação dos fundamentos técnicos de transmissão da posse de bola, além das coberturas ofensivas, profundidade e estruturas zonais fixas (citadas no início do texto), indispensáveis para o sucesso do referido princípio de jogo.

É válido mencionar que a faixa etária e o nível de compreensão do jogo por parte da equipe influenciam a escolha que a comissão técnica fará sobre os jogos. Quanto mais próximos da profissionalização, aconselha-se maior quantidade de jogos conceituais em ambiente específico.

Para a evolução de cada princípio de jogo, os treinadores fazem uso de diversos treinamentos, atividades e recorrem à utilização de diferentes métodos. Qual o método você utiliza?

Aguardo sua resposta!

 

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

 

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O que a Copa do Mundo tem a ver com a escola dos seus filhos

No próximo ano, o Brasil sediará o maior evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo de Futebol. Desde a confirmação do país como sede, em 2007, a expectativa é grande. Espera-se um evento fantástico e, acima de tudo, que, enfim, a seleção canarinho possa vencer um Mundial em casa.

Entretanto, organizar um Mundial não envolve apenas questões desportivas e estruturais, mas interfere no país como um todo. Por esta razão, em 2012, foi promulgada a Lei Geral da Copa que dispõe sobre as medidas relativas à Copa das Confederações Fifa 2013, à Copa do Mundo 2014 e à Jornada Mundial da Juventude – 2013.

Dentre as medidas previstas, o art. 64 determina que, em 2014, os sistemas de ensino deverão ajustar os calendários escolares de forma que as férias escolares decorrentes do encerramento das atividades letivas do primeiro semestre do ano, nos estabelecimentos de ensino das redes pública e privada, abranjam todo o período entre a abertura e o encerramento da Copa do Mundo Fifa 2014 de Futebol.

Como a Copa do Mundo ocorrerá entre 12 de junho e 13 de julho de 2014, as férias escolares do meio do ano que normalmente são de 15 dias, em 2014 terão 30 dias.

Doutro giro, a Lei de Diretrizes e Bases, em seu artigo 24 determina que a educação básica, nos níveis fundamental e médio terá carga horária mínima anual de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.

Sobre estas disposições, o Ministério da Educação homologou, em março, parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) no sentido de que a Lei Geral da Copa não poderá se sobrepor à Lei de Diretrizes e Bases. Assim, as escolas deverão adequar seus calendários de forma que cumpra a carga horária prevista e ao mesmo tempo conceda férias durante a Copa do Mundo.

Dessa forma, os sistemas de ensino possuem três soluções. A primeira seria iniciar as aulas ainda no mês de janeiro. A segunda seria repor aulas aos sábados. E a última, seria terminar o ano letivo mais tarde.

A tendência é que a primeira solução seja adotada, ou seja, as aulas do ano letivo de 2014 devem se iniciar ainda na segunda quinzena do mês de janeiro, razão pela qual, os pais não devem programar suas férias de verão para este período, sob pena de não poder desfrutar do tempo livre com seus filhos.

Urge destacar que, com base no parecer do CNE, as escolas que pretenderem manter o calendário regular, ou seja, sem férias durante o Mundial, terão subsídio jurídico e poderão pleitear seu anseio judicialmente.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br

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Estresse no futebol, como controlá-lo?

No esporte o estresse é uma das variáveis determinantes do rendimento esportivo e por este motivo tem sido estudado ao longo dos anos por vários pesquisadores no campo das ciências do esporte.

Os sintomas e consequências são investigados com o objetivo de desenvolver instrumentos eficazes de diagnóstico e controle do estresse. Os resultados desses diversos estudos nos permitem compreender que o estresse poder afetar os atletas de diferentes formas e que devemos levar em consideração fatores como idade, sexo, nível de rendimento e modalidade esportiva.

Essa situação que requer alguma adaptação dos atletas que denominada estresse pode ter diversas fontes, tais como: o volume dos treinos, a importância da competição, contusões, pressão da torcida, a obrigação de vencer, a cobrança do técnico, a cobrança do próprio atleta, de colegas da equipe e às vezes da própria família.

E nestas situações é que a ausência de instrumentos para controle do estresse é que alguns ou muitos atletas perdem o controle emocional. Estes mesmos atletas eventualmente acabam recorrendo à utilização de medicamentos para controlar o estresse, em outros casos vão buscar o relaxamento na bebida alcoólica ou até na comida.

Pelo este motivo, na coluna desta semana que contribuir com a exposição de uma técnica para controle do Estresse: a Técnica de Respiração. Esta técnica somática, desenvolvida por Lindemann (1984), é realizada através da respiração e por meio de movimentos respiratórios, na qual se pretende relaxar todo o organismo e os segmentos corporais.

Os principais efeitos desta técnica são:

• Relaxa todo o corpo e a mente por meio da respiração profunda;

• Aprende-se o autocontrole e o autodomínio sobre o corpo e a mente;

• Melhora a capacidade mental de relaxamento e consequentemente a saúde mental e a qualidade de vida.

• Podemos atentar que a grande vantagem desse método é a flexibilidade de aplicação: pode ser realizada em qualquer lugar, em qualquer momento e com duração de apenas 2 a 5 minutos.

Temos as seguintes opções para as posições para a realização desta técnica:

1. Posição sentada (numa cadeira ou num banco);
2. Posição deitada no chão (relaxamento profundo);
3. Pernas colocadas em cima de uma cadeira e corpo deitado no chão;
4. Posição em pé (adequado para competição);
5. Respirar profundamente caminhando ou correndo levemente (adequado para competição).

A fase de preparação da técnica necessita que o atleta esteja numa posição cômoda e num lugar tranquilo, que esteja mentalmente positivo e que a expiração do atleta seja profunda.

Na execução a inspiração deve ser um processo natural e acontece automaticamente; devem-se evitar intervalos após a fase de inspiração; a fase de expiração de ser levemente prolongada, sendo que após esta fase é necessário termos um intervalo acentuado. Lembrando que a referência na execução deve ser a respiração abdominal.

Como orientação, recomenda-se contar internamente, na fase de inspiração, até 3, e na fase de expiração, até 5. No final dos exercícios de respiração, devem-se abrir os olhos e aplicar a fórmula positiva de autoafirmação, como por exemplo: "Eu estou me sentindo tranquilo, concentrado, com muita energia e pronto para competir".

O exercício da respiração pode ser realizado em durações diferentes conforme abaixo:

1. Programa de 2 minutos: Relaxamento parcial (antes de treinos e competições);
2. Programa de 5 a 10 minutos (com música de relaxamento): Relaxamento profundo (após treinos e competições);
3. Programa de 10 a 15 minutos (com música de relaxamento): Relaxamento profundo (antes de dormir, um dia antes da competição).

E você, tem controlado seu estresse? Fica a dica, tente a técnica da respiração e sinta-se melhor e no controle de suas emoções.

Para interagir com o autor: gustavo.davila@universidadedofutebol.com.br

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Os promotores do espetáculo

No mercado de entretenimento, a participação de atores, diretores e produtores no lançamento de qualquer obra é liturgia extremamente corriqueira. Quando um filme chega aos cinemas, por exemplo, todos os envolvidos nas filmagens passeiam por eventos, entrevistas coletivas, programas de TV e todo tipo de plataforma promocional. O mesmo acontece com shows, novelas, séries e até livros. Esse modelo ainda é extremamente raro em outras áreas, como o esporte.

Façamos justiça: o esporte está repleto de entrevistas coletivas. Também há um esforço gigantesco para que os personagens, sejam eles atletas, técnicos ou dirigentes, ocupem espaço na mídia. O que falta é que eles façam isso como verdadeiros promotores do espetáculo, a exemplo do que acontece no entretenimento.

O espaço que os personagens esportivos ocupam na mídia mostra o quanto os veículos são ávidos por qualquer contato com esses profissionais. No entanto, por falta de um planejamento sistêmico das esferas superiores, esse tempo de exposição não é aproveitado como deveria. Esse é um dos principais reflexos da desorganização das confederações esportivas do Brasil.

Houvesse um plano de comunicação estruturado nas ligas esportivas nacionais, atletas teriam direcionamento sobre o que falar nas conversas com a mídia. E principalmente, saberiam o que não deve ser falado.

É claro que as personalidades do esporte têm até um dever de aproveitar o espaço que ocupam para falar sobre as mazelas que enfrentam. Expor problemas é uma forma de causar estranhamento e de brigar por soluções. Contudo, além de ser extremamente populista, esse comportamento é ineficaz e pode apresentar efeito contrário.

Isso é o que acontece no caso da arbitragem. O nível de juízes e auxiliares no futebol brasileiro, como em outras partes do mundo, é muito baixo. Há um número altíssimo de erros, potencializados por transmissões esportivas mais profissionais e minuciosas.

Discutir os porquês de os árbitros errarem tanto é fundamental. Também é fundamental buscar caminhos. Mas falar sobre essas falhas sempre que elas acontecem é subterfúgio ou desvio de foco.

A diferença entre expor problemas e buscar soluções é abissal. Um caminho denigre a imagem do esporte como um todo, e o outro oferece passos para evolução.

Se houvesse uma cultura de que os personagens do esporte são promotores do espetáculo, jogadores e técnicos não usariam a mídia para desabafar e criticar a arbitragem a cada rodada de cada campeonato. Fariam isso em fóruns adequados e brigariam por mudanças.

Nunca vi um ator dar uma entrevista falando que o teatro é muito ruim, a temporada é excessivamente longa e a peça não tem o melhor nível do mundo, mas que ainda assim o público deve pagar ingresso para vê-la. No esporte, o que acontece muitas vezes é isso.

Um modelo profissional de comunicação é imprescindível para qualquer empresa ou entidade, e o esporte não pode estar alheio a isso. Criar canais e estabelecer relacionamento com a mídia são passos importantes, mas aproveitar esse espaço é primordial.

Isso só será possível, porém, quando todo o futebol brasileiro for pensado de forma mais profissional. Ligas esportivas na Europa e nos Estados Unidos balizam a comunicação e exercem controle sobre o que dizem jogadores, técnicos e dirigentes. Mas só fazem isso porque há espaços em que o interesse comum é discutido.

No Brasil, a implosão do Clube dos 13 apenas oficializou o quanto o esporte é individualista. Sim, o esporte. Outras modalidades trabalham com ligas, mas a recente troca de ataques entre dirigentes de equipes da Superliga de vôlei é um exemplo do quanto falta um sentimento verdadeiramente coletivo.

As discussões no vôlei incluem calendários, excesso de jogos da seleção brasileira e até a inequidade financeira entre as equipes que disputam a Superliga. E tudo isso é feito na mídia, com uma enorme e interminável troca de declarações sobre cada assunto.

A questão é: imaginar que a simples publicação de uma reportagem sobre qualquer assunto é suficiente para motivar mudanças estruturais drásticas é valorizar a mídia a ponto de desconhecer a atual realidade dessa seara. Veículos jornalísticos são relevantes, repercutem, mas não podem ser vistos como os únicos agentes de qualquer alteração.

O caminho mais eficiente, no caso do vôlei, seria aproveitar a Superliga como fórum e usar reuniões da competição para buscar unidade em torno de novas ideias. No futebol não há um fórum assim, o que complica ainda mais o cenário.

O curioso é que a inexistência de um modelo profissional de comunicação é extremamente paradoxal. Ela contribui para esfacelar a confiança popular em entidades e eventos, colocando em xeque o conservadorismo que guia a maioria das confederações esportivas nacionais.

E quando eu falo de um modelo profissional de comunicação, não me refiro a algo que cerceie a liberdade de expressão ou que proíba alguém de falar algo. O que eu prego é que exista um trabalho para incutir nos jogadores, nos treinadores e nos dirigentes a ideia de que eles são partes fundamentais para a promoção do evento.

Se eles entenderem que são promotores, poderão guardar críticas e cobranças para fóruns adequados. Aliás, poderão brigar para que esses fóruns existam e que sejam eficientes.

Mas, talvez seja muito abstrato falar de comunicação profissional do esporte dum país em que o Campeonato Brasileiro, principal competição da modalidade mais popular, é tratado por todos com tanto desprezo…

Para interagir com o autor: guilherme.costa@universidadedofutebol.com.br

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Mitos e verdades do apagão profissional

Saudações a todos!

Diariamente recebo consultas de executivos e empresários sobre como lidar com as dificuldades para encontrar profissionais qualificados e como driblar as barreiras para suprir suas necessidades de recursos humanos. Por outro lado, profissionais de diversas áreas e níveis reclamam que não conseguem emprego.

Apagão profissional é um tema que envolve diretamente os dois principais pólos do mundo do trabalho – empresas e pessoas. Debatê-lo virou mania nacional. Este assunto vem tirando o sono dos líderes de médias e grandes empresas e é uma preocupação real para os micro e pequenos empresários que desejam expandir seus negócios. Enfim, é necessário encontrar maneiras de lidar e superar esta barreira.

As empresas declaram que não enxergam uma solução imediata para esse desafio e tratam o assunto como um verdadeiro mito. Por outro lado, temos pessoas com boas qualificações e currículos atrativos sendo assediadas por várias empresas e, por conta disso, passam a escolher onde trabalhar. É a lógica da oferta e da procura. Nesta equação o mito ganha cada dia mais força.

Ouvi em filme recente uma frase que é bem propícia para o nosso tema: “o problema é do tamanho que você o faz”. Como um ”desmistificador” persuasivo, vou desafiar a lógica comum e desenvolver outro ponto de vista, tudo isso sem me descolar da realidade. Então, vejamos. Concordo que existe um desafio para atrair, selecionar e escolher profissionais e que esse mito pode parecer algo novo para algumas empresas e pessoas. Apesar disso, asseguro que este desafio sempre esteve presente em empresas de todos os portes e segmentos.

Mas, então, como enfrentá-lo? Colocando inteligência de gestão em prática!
Em resumo, planejando estratégias criativas, inovando para sair da mesmice e tendo “acabativa”, ou seja, concluindo o que planejou.

A primeira sugestão para resolver situações aparentemente complexas é simplificar o problema. Comecemos pensando nas palavras “atrair”, “selecionar” e “escolher” e com exemplos simples veremos que elas fazem parte do nosso dia a dia desde a mais tenra idade.

Quando pergunto ao Enzo, meu afilhado de três anos, qual presente ele prefere entre uma bola, um carrinho ou um joguinho, ele intuitivamente faz uma seleção mental do que é mais interessante entre as opções e escolhe o que mais o agrada, com isso fez sua seleção e escolha!

A partir da adolescência, na fase do namoro, agregamos mais habilidades ao nosso cotidiano. Por exemplo, nos produzimos para atrair pretendentes e, funcionando, selecionamos algumas opções e escolhemos com quem queremos nos relacionar.

No esporte, os exemplos também são inúmeros. O técnico da seleção brasileira, hoje o Felipão, seleciona em cada convocação um grupo entre 30 e 50 atletas que pretende ter na Copa do Mundo de 2014, dos quais 23 serão escolhidos e testados para representar o Brasil na competição. Os atletas, por sua vez se esforçam para atraírem a atenção do treinador e seus assistentes. É assim na seleção brasileira, nas peneiras de grandes clubes ou no time de futebol da escola.

Portanto, atrair, selecionar e escolher são atividades tão presentes em nossas vidas que fazemos isso naturalmente, mesmo sem perceber. Todavia, se atrair, selecionar e escolher estão presentes em nosso cotidiano, por que as empresas e candidatos encaram isso como um grande desafio?

Alguns motivos podem justificar o mito, então vejamos:

a)Qualificação e preparo profissional são assuntos que voltaram à cena nos últimos 12 anos.

b)Com a reserva de mão de obra consumida ano após ano pelo crescimento do Brasil, a atividade “fácil” e “simples” de contratar profissionais passou a exigir mais inteligência e criatividade.

c)Escolher era fácil e era a única tarefa. Ouvi alguns relatos de empresários que diziam: “colocávamos um anúncio de vaga e tínhamos fila de gente na recepção e portaria”.

As empresas e candidatos não se prepararam ou criaram estratégias para este novo cenário.

Depois de 25 anos na área e várias consultorias para empresas e empresários, tenho um repertório de sugestões suficiente para escrever no mínimo dois livros. O primeiro, para empresas, seria “Como sua empresa vai atrair, selecionar e escolher com inteligência e criatividade a baixo custo”. O segundo, para pessoas, seria “O que fazer para se tornar o candidato dos sonhos das empresas”. Mas, para sermos práticos, vamos a um breve resumo:

Empresas precisam buscar as pessoas certas, para os lugares certos, no momento certo! Como vimos não está fácil e simples contratar, e mesmo assim a grande maioria das empresas não investe em estratégias diferentes para cada categoria de candidatos: ativos, semi-ativos, semi-passivos e passivos. Algumas empresas nem ao menos sabem desta distinção, clique e saiba mais.

Vejamos algumas dicas:

O primeiro passo é saber que categoria de candidatos quer e pode contratar e o que tem para oferecer para atraí-los.

O segundo passo é elaborar as estratégias de atração, descobrindo onde encontrar os candidatos que precisa e mostrando o que tem a oferecer. Enfim, venda a empresa e suas oportunidades de trabalho no local certo e para seu público alvo.

O terceiro e último passo é manter este processo ativo e renovando sempre que necessário, ou seja, mantenha um ótimo canal aberto com seu público e sempre que possível mostre mais do que vagas de emprego, demonstre oportunidade de crescimento para seus candidatos.

Seguindo esses simples passos, a chance de superar o desafio do apagão profissional será potencializada.

Candidatos querem o emprego dos sonhos. Sonho sem ação é igual a frustração, e digo isso pois infelizmente a grande maioria não se esforça o bastante para alcançar realmente o que almeja. Aqueles que o fazem se destacam tanto que ficam com várias opções de escolha.

Vejamos algumas dicas:

Para iniciar, se auto avalie de maneira honesta. Se pergunte: “tenho os conhecimentos e formação semelhantes aos que se destacam? Tenho as qualificações ideais para a posição que ocupo hoje e para a dos meus sonhos? Destaco-me positivamente na empresa em que trabalho? Destaco-me na universidade?”. Se as respostas forem sim, parabéns.

Agora chegou a hora de revisar o seu “produto” e suas ações de marketing. Tenha um currículo sem erros ortográficos e que mostre suas qualificações. Inscreva-se em todas as vagas de seu interesse, pois não é suficiente apenas ter seu currículo esperando alguém encontrar você. Nas redes sociais, participe ativamente de grupos de sua área profissional e cuide para não descuidar de sua imagem.

Se você está
fazendo o seu melhor e cuidando do seu produto, provavelmente é procurado por várias empresas e está vivendo o dilema da escolha de onde e para quem quer trabalhar – de fato, um bom problema. Mas para não se arrepender por uma escolha errada, avalie com cuidado os seguintes pontos:

a)Procure entender a cultura das empresas, avalie qual tem mais o seu estilo. Ser feliz é a chave para você ter desempenho superior. Acredite: fazer o que gosta, onde gosta e estar feliz automaticamente fazem de você um profissional motivado e mais produtivo. Equação “ganha-ganha”!

b)Fique atento a oportunidade em médio e longo prazos. O imediatismo pode mascarar oportunidades e te levar a decisões que nem sempre serão as melhores em futuro próximo.

c)Avalie os prós e contras de cada uma das oportunidades e troque suas impressões com a sua família. Por vezes, essa decisão não envolve só você. Lembre-se, uma visão de fora e neutra pode ajudar você a escolher melhor.

d)Tomada a decisão, vá em frente. Quando começar a trabalhar, esqueça as outras oportunidades e foque no seu trabalho. Atue todos os dias com determinação e dedicação, dando sempre o seu melhor.

É fato que não existe fórmula mágica para empresas ou para as pessoas superarem os desafios que ambos enfrentam nesse, digamos assim, “novo mercado de emprego”, muito diferente do que vivemos em outras décadas no Brasil.

De fato não há nada novo nisso, apenas novas combinações! Quer fazer diferente?

Busque reunir o máximo de informações e pense em novas combinações para criar modelos mentais e de execução diferentes. Lembre-se: inovação virá ao desafiar o status quo, não de sua aceitação.

Estou convicto de que, refletindo sobre como estão agindo e colocando em prática pequenas ações com inteligência e criatividade, tanto empresas quanto pessoas terão condições de enfrentar este novo desafio. Em futuro breve me darão razão, pois descobrirão que estávamos diante de um mito. Lembre-se: "o problema é do tamanho que você o faz".

É isto pessoal. Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos no próximo mês.

Abraços a todos!

 

Para interagir com o autor: ctegon@universidadedofutebol.com.br

 

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A Dama de Ferro, a anistia e a responsabilidade social

Já há um bom tempo, as melhores práticas de gestão corporativa impulsionam, dentro das instituições, a compreensão da posição privilegiada que estas ocupam na sociedade e que, uma vez conscientes do seu papel, promovam a chamada responsabilidade social corporativa.

Convencionou-se dividir a sociedade, nesse sentido, em primeiro setor (o Estado), segundo setor (a iniciativa privada) e terceiro setor (as organizações não-governamentais/ entidades da sociedade civil) para melhor se delinear as nuances.

Muito do desenvolvimento socioeconômico de um país depende do grau de articulação e engajamento dos três setores na criação e execução de programas variados, voltados à saúde, à educação, à cultura, ao esporte.

Com efeito, os clubes de futebol são importantes instituições que ocupam esta posição social privilegiada, para além daquilo que acontece, eminentemente, dentro do campo e das competições por eles disputadas.

Mais ainda do que representarem, para muitos jovens, a oportunidade de ascensão social e econômica para toda a família, os clubes de futebol têm, na comunidade em que estão inseridos, a origem e a razão de sua existência, pois a influenciam e por ela são influenciados.

Clubes de futebol personificam e incorporam ideologias, crenças, símbolos e aspectos culturais em dada cidade, estado, região, país.

E, por tais razões, gozam de imenso potencial de engajar a sociedade em atividades e iniciativas que extrapolam sua essência meramente esportiva e competitiva. Existente, pois, esse elo entre comunidade e clube, a força motriz para o desenvolvimento de programas de responsabilidade social corporativa no esporte encontra terreno favorável.

E o que isso tem a ver com o futebol brasileiro?

Tudo, uma vez que se discute, no seio do Ministério do Esporte, a possibilidade da criação de um grande programa de anistia financeira a grande parte dos passivos acumulados pelos clubes de futebol, exigindo-lhes, em contrapartida, dentro outros, a criação e execução de programas de inclusão social por meio de atividades esportivas.

Na Inglaterra, a responsabilidade social corporativa dos clubes de futebol existe, fundamentalmente, a partir de 1981, quando tensões raciais na periferia das maiores cidades do país levaram o governo Thatcher a lançar o programa de inclusão social denominado "Action Sport", que incentivava a prática esportiva.

O governo mapeou a ociosidade de algumas instalações esportivas do país, ao mesmo tempo em que reconheceu nos clubes o grande potencial de engajamento, coesão e identificação social e lhes convocou a aderir ao programa.

Nesse tempo todo, a evolução da natureza e da qualidade dos programas executados apontou para que fossem classificados nestas categorias: educacionais; esportivos; de inclusão social; de integração cultural; familiares; saúde; assistência social/beneficência.

Para que se tenha uma referencia mais precisa, dos 20 clubes da Premier League, em 2011-2012, todos mantinham programas de responsabilidade social corporativa, totalizando 355 programas.

Média de quase 18 programas sociais por clube.

O Chelsea FC, clube com maior número de programas (44), em 2005-2006 investiu 2.8% do orçamento (4.4 milhões de libras) em responsabilidade social corporativa: 3 milhões para investimentos comunitários; 1.3 milhões para assistência social/beneficência; 200 mil crianças participaram dos programas educacionais do clube e foram doadas 573 mil libras para mais de 700 famílias cujos filhos necessitavam de tratamento contra o câncer.

Espero que todos nós – incluo-me nessa luta – consigamos fazer com que o futebol brasileiro alcance esse patamar de verdadeira responsabilidade social corporativa no esporte.

E que o Governo Federal e o Ministério do Esporte exijam essa contrapartida social dos clubes como sendo a construção de um verdadeiro marco de governança e sustentabilidade corporativa.

A sociedade já deu demais ao futebol brasileiro. Chegou a hora de receber.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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O nosso futebol está mudando os rumos! E você?

Corinthians-SP, Mogi Mirim-SP, São José-SP, Penapolense-SP, Grêmio Osasco-SP, Fragata-RS, Paulínia-SP, Desportivo-SP, Portuguesa-SP, União Frederiquense-RS, Red Bull-SP, Atlético-MG, Grêmio-RS, Águia Negra-MS, Ypiranga-PE, SEV-SP, Nova Iguaçu-RJ, Audax-SP, Bragantino-SP, Joinville-SC, Ubaense-MG, Ituano-SP, Bahia-BA, São Paulo-SP, Serrano-RJ, Taubaté-SP, Caldense-MG, Barra-SC, Vasco-RJ, América-MG, Rio Preto-SP, Cabense-PE, Guarani-SP, Guarani-MG, Desportivo-MG, São Bento-SP, Coritiba-PR, Desportiva-ES, Pelotas-RS e Vitória-BA.

A lista acima se refere aos clubes brasileiros que possuem pelo menos um funcionário atualizado em relação às tendências do treinamento em futebol.

Os contatos estabelecidos com cada um dos profissionais destes clubes vão de uma simples troca de cartões de visita numa apresentação pessoal a longas discussões por e-mail ou pessoalmente sobre a aplicação do treino na modalidade.

Seguramente, existem outros clubes espalhados pelo país que possuem colaboradores com o mesmo perfil profissional, porém, que ainda não obtive nenhuma aproximação, mesmo que mínima.

Estamos acostumados a criticar severamente (com critérios) o futebol brasileiro e todo o ambiente que compreende a cadeia produtiva das equipes. Limitações gerenciais, estruturais, financeiras e técnicas atrasam o futebol brasileiro e limitam a qualidade atual do espetáculo quando comparado ao predominantemente evoluído futebol europeu.

O fato é que este atraso e limitação qualitativa nos posicionam, merecidamente, na pior colocação no ranking de seleções de toda a história, o décimo nono lugar.

É fato também que a posição atual do ranking, apesar de representar o momento da nação, é reflexo do passado e do projeto de futebol do país nos últimos dez, quinze, vinte anos. Apesar do mau posicionamento atual, é preciso mencionar que os passos necessários para retomarmos o topo (em dez, quinze ou vinte anos) já começaram a ser dados. Não por todos aqueles que deveriam e tampouco na direção mais coerente, da gestão para o corpo técnico, no organograma dos clubes de futebol.

As quase quarenta equipes mencionadas no início da coluna dão segurança para a afirmação de que estamos mudando os rumos. Profissionais muito capacitados, que prescrevem treinos atualizados e constroem equipes atualizadas, estão presentes em diversos estados do país, divisões e categorias.

Além disso, está cada vez mais frequente o posicionamento da imprensa (que aos poucos também tem se atualizado) sobre o atraso do nosso jogo. Inclusive grandes treinadores, como Autuori e Parreira em declarações recentes, têm exposto opiniões que refletem o processo de mudança que estamos inseridos.

Somam-se a todos estes profissionais, centenas de estudantes, recém-formados, professores de escolinhas, de futsal e quem sabe ex-jogadores, devidamente atualizados e ávidos por uma oportunidade profissional no futebol de campo.

Peço desculpas se deixei de mencionar algum clube em que eu conheça, mesmo que minimamente, um profissional atualizado em relação ao treinamento em futebol. Se você acredita que está atualizado e ainda não estabelecemos nenhum contato profissional, não deixe de me escrever, pois temos uma longa missão em prol do futebol brasileiro e, por fim, se você acha que tudo isso é bobagem e que os rumos do nosso futebol não vão mudar, cuidado.

Quando você notar poderá ser tarde demais…

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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O Cruzeiro pode ser eliminado da Copa do Brasil?

Após a partida entre Cruzeiro e CSA pela Copa do Brasil, surgiram rumores de que a equipe mineira poderia ser eliminada da competição por ter usado o volante Tinga de forma irregular.

O clube de Minas Gerais foi acusado pelo alagoano, adversário no torneio, de descumprir punição do jogador, mas, nega a irregularidade.

O CSA pleiteia que o Cruzeiro seja punido por escalar o volante em partida entre as duas equipes, quando o jogador deveria cumprir suspensão, por causa de pena imposta pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) em 2012.

Tinga foi expulso na última rodada do Campeonato Brasileiro em partida contra o Atlético-MG, o que ocasionou punição com um jogo de suspensão.

Assim, segundo o CSA, como era a última rodada, a pena poderia ser cumprida na primeira partida de um torneio organizado pela CBF, no caso, a Copa do Brasil.

Neste sentido cita-se as palavras de Vitor Brutuce no "CBJD Comentado" da Editora Juruá

"Dessa maneira, uma infração cometida na última rodada do Campeonato Brasileiro deve ter sua pena de suspensão por prazo cumprida nas partidas da Copa do Brasil subsequente".

Analisando-se o artigo 171 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva existe a opção de transformar a suspensão automática de uma competição que se encontra na fase final em advertência ou trabalhos sociais. Tal situação é analisada de acordo com o pedido do clube ou atleta punido e julgada através dos critérios do tribunal.

Art. 171. A suspensão por partida, prova ou equivalente será cumprida na mesma competição, torneio ou campeonato em que se verificou a infração.

§ 1º Quando a suspensão não puder ser cumprida na mesma competição, campeonato ou torneio em que se verificou a infração, deverá ser cumprida na partida, prova ou equivalente subsequente de competição, campeonato ou torneio realizado pela mesma entidade de administração ou, desde que requerido pelo punido e a critério do Presidente do órgão judicante, na forma de medida de interesse social. (NR).

Assim, se o Cruzeiro tiver apresentado todas as condições ao STJD antes de fazer a inscrição dos jogadores na Copa do Brasil, a escalação de Tinga será regular, já que a entidade teria tomado conhecimento e liberado a presença do atleta.

Outro ponto favorável ao clube mineiro diz respeito ao que dispõe o item I da RDI 05/2004 da CBF:

I. Em todos os campeonatos e torneios realizados no território nacional, o jogador expulso de campo, pelo árbitro, ficará automaticamente impedido de participar da partida subsequente da mesma competição.

Diante do exposto, apesar da imposição da suspensão na partida seguinte, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva disponibiliza alternativas, bem como a RDI supra citada propicia interpretação benevolente ao Cruzeiro.

Outrossim, diante do grau de profissionalismo do futebol atual, seguramente o clube de Minas Gerais tomou as devidas cautelas para relacionar o jogador Tinga.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br