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Deputado nega pressão da CBF contra CPMI sobre clubes

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, negou, em entrevista coletiva realizada há pouco no Salão Verde, que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tenha feito pressão contra a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre fraudes no esporte.
 
A comissão, que pode ser aberta por deputados e senadores, terá como objetivo investigar o uso freqüente de clubes de futebol para acobertar crimes de ordem econômica, como o caso de lavagem de dinheiro envolvendo o Corinthians e a empresa Media Sports Investment (MSI).

O autor do pedido da CPMI, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), culpou na semana passada Ricardo Teixeira pelo adiamento da instalação da CPMI, que já tem o número de assinaturas necessárias. Segundo o deputado, Teixeira teria usado como argumento que a comissão atrapalharia as negociações com a Fifa para o País ser escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014 – a decisão será anunciada amanhã, na Suíça, e o Brasil é candidato único.

Chinaglia disse que não considera crível que a CBF tenha poderes de pressão sobre o Congresso Nacional.

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Romário é rei

A alcunha sempre foi usada para se referir a Pelé, o Rei do Futebol. Mas, desde que Rei deixou a coroa à disposição, ninguém foi tão Rei quanto Romário. Pelo menos no Brasil…
Na última semana, o Baixinho deu um show de mídia training para os jogadores que estão em início de carreira. Nunca um atleta, aos 41 anos, conseguiu chamar tanto a atenção da imprensa quanto o eterno camisa 11 do Vasco.
Em 2007, Romário conseguiu ressuscitar uma carreira que melancolicamente se encerraria. Primeiro, criou a história dos mil gols. A imprensa, ávida por notícias numa época em que os estaduais ocupam apenas as datas, mas não a mente e os corações das pessoas, viu na saga de Romário um prato cheio para o factóide.
Na última semana, mais um golpe de gênio de Romário: pela primeira vez o jogador tão conhecido pelo gosto de uma farra noturna e pela displicência com que encarava os treinos sentou-se no banco de reservas para comandar um time de futebol. Não tirou o Vasco da difícil situação na Copa Sul-Americana.
Mas causou frisson ao dizer que era preciso perguntar ao “treinador” se ele iria jogar. Romário recolocou o Vasco na mídia, recolocou os holofotes sobre si e, no dia seguinte, derrotado, deixou em aberto a chance de começar uma nova carreira,  não sem antes indicar o novo treinador do Vasco.
Romário faz parte de uma geração em extinção no futebol mundial. Não teremos nunca mais um jogador que seja tão competente dentro de campo e tão irresponsável no tratamento com a imprensa. Não dá para discutir a genialidade do Baixinho nos dois campos. Na mídia, ele dá uma aula de como se comportar, de como tratar a polêmica (a favor ou contra), de como enfeitiçar o jornalista.
O craque-problema está, hoje, fadado a ser substituído pelo “craque-assessoria”, aquele que só cumpre as ordens do empresário ou do jornalista que o assessora. O jogador tem sido fabricado com um rótulo insosso, algo meio que embalagem diet, zero caloria, mas também zero sabor.
Romário consegue, a cada semana, surpreender mais um pouco. Enquanto isso, vamos em busca de um novo Rei. Mas, na acepção do termo, será difícil, mas muito difícil, encontrar alguém tão bom em campo e que seja ao mesmo tempo tão polêmico, tão carismático e tão inteligente no trato com a mídia como é Romário.
Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho são craques. Mas, infelizmente, na hora de falar com a imprensa, não passam de um produto diet. Bonitos por fora, extremamente benéficos à saúde, mas totalmente sem gosto…

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Brasileiros que vivem na Suíça mantêm paixão pelo futebol

Os brasileiros que vivem atualmente em Zurique, na Suíça, deixaram o país do futebol, mas não perderam a paixão pelo esporte. Na cidade onde a Federação Internacional de Futebol (Fifa) anuncia na terça-feira se o Brasil será sede da Copa do Mundo de 2014, os brasileiros não deixam de se reunir para assistir aos jogos nas copas do mundo.
“É uma festa, tem batucada na rua, tudo fica verde a amarelo. Nos reunimos e é sempre uma festa, estamos sempre procurando uma razão para fazer festa e a Copa é uma”, conta Heloísa Marques, que tem uma casa de dança em Zurique, onde brasileiros se reúnem para dançar ritmos do Brasil.
Atualmente cerca de 45 mil brasileiros vivem na Suíça, de acordo com dados do consulado brasileiro. Para acompanhar os jogos brasileiros, é preciso assinar canais fechados de televisão. “Tem um pacote de canais brasileiros e a maioria dos homens assina por causa do canal de esportes”, afirma a carioca Vanessa Balestra, que se casou com um suíço e vive no país há quatro anos.
E os brasileiros que vivem em Zurique não gostam só de assistir ao futebol, também gostam de jogar. “Tem pessoas que se reúnem para jogar. A infra-estrutura aqui é excelente, todos os bairros têm campos”, afirma Severino Rodrigues, que está há quatro anos no país.
Anderson Santana mora em Zurique desde os 14 anos de idade, quando a mãe se casou com um suíço. O brasileiro trouxe com ele o entusiasmo pelo futebol. Santana jogou em clubes amadores da Suíça até que organizou com amigos brasileiros um time de futebol de areia que já chegou a ser campeão da Copa de Futebol de Zurique.
Ele conta que também não faltam as chamadas “peladas”. “Todo domingo temos um jogo que é mais brincadeira, fazemos um churrasquinho e jogamos. Fazemos torneios.”
Apesar de manterem a ligação com o esporte, apenas um dos entrevistados tinha ouvido falar sobre o evento de amanhã na Fifa, que terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ministros e de governadores, além de dezenas de convidados.

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O goleiro e a tática

“O jogo está zero a zero. A equipe mandante está com a posse da bola. Por duas vezes ela (a bola) é passada de pé em pé de um lado ao outro do campo em sua metade defensiva. E se isso já fazia inquietar a torcida negativamente, pior e com vaias nos ares ficou o ambiente quando um dos jogadores ao ser pressionado pelo adversário, recuou a bola para o goleiro”.
 
Essa seqüência imaginária poderia ser o relato de uma seqüência real de pelo menos um jogo assistido por algum de nós, ao vivo, no estádio ou pela TV.
 
No futsal, já faz algum tempo o goleiro deixou de ter a função que lhe dera origem (proteger a meta, defendendo-a com qualquer parte do corpo em sua área de ação) e passou também a desempenhar um importantíssimo papel na organização tática defensiva e ofensiva de uma equipe.
 
Guardadas as devidas proporções de dimensões, regras e características especiais de jogo (entre futsal e futebol de campo), devemos observar que no futebol de campo, muito pouco tem sido explorado a respeito das possibilidades táticas de se trabalhar com o goleiro como elemento importante e atuante do sistema defensivo e ofensivo
E isso não quer dizer incentivá-lo a orientar e coordenar seus zagueiros e jogadores de marcação, ou “subir” ao ataque para cobrar faltas ou tentar o gol nos escanteios. O que estou apontando está além desse “concreto enraizado” a grandes profundidades.
 
Na Inglaterra é muito comum (e bonito de ver) equipes marcando em zona. Elas se fecham no seu meio campo de defesa e em determinados momentos, a partir de uma referência planejada, pressionam o seu adversário na tentativa de recuperar a bola. Não havendo êxito imediato na situação “pressão” recolhem-se novamente ao posicionamento zonal para avaliar nova oportunidade. Interessante que as equipes que estão sendo marcadas muitas vezes recorrem ao goleiro como ponto de apoio para fazer a bola girar de um lado para o outro do campo, deslocando a marcação adversária, sem a necessidade do “chutão” (algumas vezes assistimos a belos lançamentos – o que é bem diferente do tal “chutão”) e participando efetivamente da possibilidade de construção de um ataque.
 
É claro que tal procedimento desafiou os treinadores a desenvolver estratégias posicionais que pudessem impedir a livre e aparentemente “despretensiosa” ação do goleiro. É claro também que goleiros e seus treinadores diante de inovações do sistema de marcação adversária também criaram possibilidades para dificultar a ação da equipe que marca (e essa corrida segue: um dá um passo, o outro dá dois, e o percurso continua).
 
O fato é que no Brasil não estamos acostumados a certas nuances de jogo. Ingenuamente torcedores, treinadores e jogadores acabam por adicionar concreto à situações que acabam sendo “fuga” contra problemas táticos não resolvidos do jogo. Então se torna mais “bonito” (?) e aparentemente eficiente (??), aos olhos de quem vê tentar uma jogada inconsistente, perder a bola e sofrer um contra-ataque do que estrategicamente buscar os desequilíbrios sistêmicos do adversário para então dar o “golpe de misericórdia” (pontual, objetivo, eficaz).
 
Futebol não é futsal (mas pertencem a mesma família – tema há tempos discutido pelo prof. Dr. Alcides Scaglia), e assim como o futsal, precisa ir em busca de novas possibilidades. O mundo não vencia o Brasil no Futsal. Agora é o Brasil que não consegue vencer a seleção da Espanha.
 
O que fez a Espanha, aprendeu enfrentar o Brasil, ou realmente aprendeu a JOGAR melhor?
 
Seja qual for sua resposta, não duvide, isso é fato: a Espanha buscou novas possibilidades de jogo.
 
E por que isso não pode acontecer no futebol?

Tratar o goleiro efetivamente como jogador que faz parte dos sistemas defensivo e ofensivo é uma possibilidade real de “provocar” situações-problema que podem desequilibrar o adversário. Se, por exemplo, uma equipe resolve jogar sem sobra, pressionando fortemente, terá que desenvolver novas estratégias para conseguir marcar o adversário caso ele se utilize do goleiro para promover “rodízios defensivos de bola”. Se 10 marcam 10, precisarão de nova estratégia para marcar 11.

Então, seria uma equipe como a do São Paulo no Campeonato Brasileiro 2007 aquela que está um passo à frente nessa questão?
 
Um passo a frente talvez. Há no entanto de se destacar que poucas foram as equipes que definiram boas estratégias no confronto diante de um “goleiro-zagueiro”. Quando o São Paulo enfrentou uma dinâmica um pouco mais apropriada teve dificuldades e fora derrotada pelo “Milionários” (???) da Colômbia – que nem tinha uma estratégia tão boa assim; apenas suficiente (2º jogo entre as equipes na Copa Sul-Americana).
 
Então, é óbvio que não basta para uma equipe (que terá um goleiro-zagueiro) um goleiro que saiba passar, chutar e dominar bem a bola. É necessário que esse goleiro-zagueiro saiba passar, chutar, dominar, etc e tal, no contexto do jogo, compreendendo sua lógica e dinâmicas; e mais ainda, que os outros jogadores possam entender tais dinâmicas dentro dessa nova possibilidade.
 
E caros amigos, essa é apenas uma das inúmeras possibilidades que muitas vezes deixamos de perceber, seduzidos pelo “inconsciente coletivo” do senso comum (nesse caso “inconsistente coletivo”).
 
Por isso analisemos com outros “óculos” quando houver um recuo de bola para o goleiro, e observemos qual é e onde está o problema (e se o que se observa é algo treinado ou “anárquico”). Entender os porquês do quando se ganha é essencial para se saber os porquês quando se perde.

Então, para quê esperar para perder de novo para a França na Copa do Mundo ou para qualquer outra equipe que resolva buscar novas possibilidades? Não podemos nós criarmos as nossas e jogar melhor?

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Rebaixamento já!

Muito tem se comentado a respeito da média de público do atual Campeonato Brasileiro. Ouvi alguém dizer que cabia aos dirigentes do futebol e aos profissionais da CBF descobrir por que é que o público tem aumentado tanto ultimamente.
 
Eu não sou dirigente de clube, muito menos funcionário da CBF, mas vou dar o meu palpite.
 
Partindo de uma análise bastante superficial, as estatísticas indicam que o aumento de público pode estar relacionado ao preço cobrado pelo ingresso. A média de público do segundo turno é acima de cinco mil torcedores a mais do que a média do primeiro. Em compensação, o preço médio de ingresso do segundo turno é cerca de 50 centavos mais barato em relação ao ingresso do primeiro turno. De uma maneira simplista, mas não mentirosa – é preciso salientar, o público brasileiro mostra uma enorme sensibilidade ao preço cobrado por jogo.
 
Outro fator preponderante pode ser a presença do Sport no campeonato, que aumentou a média de público na competição ao longo do ano, com seu público regular de mais de 25 mil torcedores. Outra equipe que colabora, e muito, para o aumento do público em relação à temporada passada é o Atlético-MG, com público médio de cerca de 20 mil torcedores. Notadamente, o bom início de campanha do Botafogo também auxilia nesse acréscimo. Em relação ao ano passado, o Botafogo leva 10 mil torcedores a mais por jogo, com a média de 19 mil, quase o dobro em relação à última temporada.
 
Apesar dos diversos fenômenos citados, eles são em sua essência variáveis contínuas e não explicam a ascensão recente da média de público. É possível, porém, apontar um fator simples que pode explicar a evolução do público, e ele é provavelmente a fórmula da atual competição.
 
Do jeito que o campeonato se encontra, com quatro vagas para Libertadores, oito vagas para Sul-Americana e quatro vagas para o rebaixamento, todos os clubes brigam por alguma coisa a todo o momento. Coincidindo isso com a alta competitividade apresentada pelo campeonato, todo jogo significa muita coisa.
 
A tabela de classificação indica que apenas sete pontos separam o décimo colocado da zona de rebaixamento, e os mesmos sete pontos o separam da zona de classificação da Libertadores. Isso implica dizer que o sucesso de uma partida apenas, três pontos a mais, tem um grande significado na escalada rumo à nata do campeonato, enquanto que o fracasso de uma partida, três pontos a menos, representa uma grande aproximação da zona do menosprezo total. Como a proximidade de pontos é muito grande, qualquer time até a décima quinta colocação que ganhe quatro partidas seguidas pode se tornar candidato à Libertadores, e qualquer time até a oitava colocação que perca quatro partidas seguidas se torna um grande candidato ao rebaixamento.
 
Esse fenômeno indica uma mobilidade de posição muito grande, o que gera uma atenção ainda maior em relação ao campeonato pelos torcedores, que tende a ser refletida no acréscimo da torcida presente nos estádios.
 
Contudo, essa farra pode acabar ano que vem, uma vez que o número de equipes rebaixadas deve se limitar a apenas duas. Caso o campeonato atual tivesse apenas dois rebaixados, é certo que o público presente seria bastante inferior ao atual. Afinal, clubes como Corinthians, Atlético-MG e Sport já não estariam tentando escapar da degola. Talvez apenas lutando por uma vaga na Sul-Americana, que – verdade seja dita – não é lá um grande motivador para a presença de torcedor no estádio. É muito, mas muito mais divertido acompanhar a luta do seu time contra o rebaixamento do que acompanhar a luta do seu time pela Sul-Americana.
 
Pena que no ano que vem isso acaba.

Rebaixamento já!

 
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Seguridade aprova proteção à saúde odontológica de atletas

A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou na última quarta-feira (17) o substitutivo do deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG) ao Projeto de Lei 5391/05, do deputado Gilmar Machado (PT-MG). Pelo texto, as entidades esportivas são responsáveis por danos à saúde física, mental ou sensorial do atleta que sofrer acidente em razão de prática esportiva realizada sob sua organização ou supervisão.

Perda de dentes


O substitutivo chama atenção especialmente para cuidados com a sua saúde bucal, principalmente em casos de trauma ou perda de dentes. O texto original proposto por Gilmar Machado obrigava a presença de dentistas especializados em odontologia desportiva nesses eventos e previa a responsabilização da entidade caso isso não ocorresse. Geraldo Thadeu, no entanto, argumenta que a especialização é rara, e a atuação preventiva de dentistas nas entidades deveria ser priorizada. Para isso o projeto prevê que dentistas sejam contratados para acompanhar os atletas em orientações e intervenções do socorro.

Segundo o relator, os traumas ocasionados na prática esportiva representam de 14% a 39% de todos os traumatismos dentários. De acordo com especialistas, o risco é mais alto entre atletas, mas acidentes poderiam ser evitados com o uso de protetores bucais nos esportes mais arriscados. "Os maiores investimentos devem estar voltados para evitar o dano e não para colocar um profissional altamente qualificado e de custos elevados em cada evento esportivo", avaliou.

Geraldo Thadeu argumenta que não são oferecidas disciplinas nas faculdades nem existem cursos regulares de formação específicos suficientes para atender a demanda de especialistas em odontologia desportiva. Além disso, ele lembra que são realizadas milhares de competições, em praticamente todos os municípios brasileiros. Isso inviabilizaria o cumprimento da legislação, transformando-a em mais uma das leis que não pegam, disse ele sobre o projeto original.

Tramitação


O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será ainda analisado pelas comissões de Turismo e Desporto; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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Ausência

Coluna de Luiz Felipe Santoro não será publicada nesta sexta-feira
 
Caro leitor,
 
Por problemas pessoais, o colunista Luiz Felipe Santoro não poderá publicar nesta sexta-feira o texto semanal.
 
Pedimos desculpas e garantimos que tudo voltará ao normal na próxima semana.
 
Sem mais,
 

Equipe Cidade do Futebol

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Marcação individual: problema para quem marca ou é marcado?

Quando uma equipe emprega, em um jogo de futebol, um sistema individual de marcação, assume com ela algumas premissas típicas dessa proposta de jogo.
 
Uma delas diz respeito à transição ofensiva da equipe (transição defesa/ataque). Na marcação individual, a movimentação da equipe que está marcando acompanha e é totalmente dependente da movimentação da equipe que está atacando. Em outras palavras, se o jogador “A” está marcando o jogador “B”, deve acompanhá-lo em todas suas ações. Então, quando a equipe do jogador “A” conseguir recuperar a posse de bola, esse jogador estará posicionado em campo de acordo com o jogador “B” e não de acordo com uma estratégia desenhada para uma rápida transição ofensiva.
 
Vejamos um exemplo para ilustrar essa discussão:
 
 
 
Nas figuras A e B podemos observar uma equipe atacando (azul) e uma equipe defendendo (em seu meio-campo de defesa – equipe vermelha) com uma proposta de marcação individual. Notemos que a movimentação da equipe azul (triângulos) induz a equipe vermelha a um tipo de movimentação. Em outras palavras, a equipe azul se distribui em campo tentando se organizar ofensivamente e conduz a partir da sua disposição em campo a distribuição e posicionamento da equipe vermelha.
 
Ainda que no exemplo apresentado nas figuras A e B a marcação individual realizada pela equipe vermelha respeite certos princípios (os atacantes estão participando da marcação mais à frente e os zagueiros mais próximos da meta de defesa, por exemplo), é fácil perceber que sua distribuição em campo está totalmente condicionada à movimentação da equipe azul. Isso significa que ao recuperar a posse da bola, a equipe vermelha terá mais dificuldades de se organizar ofensivamente (pois vai levar mais tempo para alcançar uma geometria apropriada em campo).
 
Esse fato se agrava se levarmos em consideração que todos os jogadores (ou quase todos) da equipe azul já estão próximos dos jogadores da equipe vermelha. Ou seja: se a equipe azul tiver um modelo de jogo para rápida recuperação da posse de bola depois de sua perda, terá o seu trabalho facilitado ao tentar recuperá-la de imediato.
 
Basicamente, é como se fizesse parte da estratégia da equipe vermelha facilitar a transição defensiva da equipe azul (principalmente se essa atacar a bola imediatamente após sua perda).
 
Vejamos um exemplo de como se estruturaria a equipe vermelha se estivesse marcando em “zona de cinco faixas” para a mesma movimentação da equipe azul:
 
 
Sem que entremos em detalhes sobre a lógica dessa estrutura de marcação em zona (façamos isso em outro momento), notemos logo de início que a distribuição em campo da equipe vermelha ao marcar está mais harmoniosa sob a perspectiva da ocupação dos espaços. Os jogadores se movimentam a partir de uma lógica identificada no seu modelo de jogo e se orientam a partir da bola (a bola não é a única referência para uma marcação em zona, mas é a mais importante). Ao recuperar a bola, a transição ofensiva da equipe vermelha fica facilitada.
 
Pois bem. Então, sob a perspectiva da transição ofensiva, deveríamos excluir a marcação individual como possibilidade de jogo?
 
Certamente não.
 
Ainda que aquele que vos escreve seja um defensor da marcação em zona, a questão aqui não é abandonar marcação individual em função desse ou daquele problema. A questão aqui é como minimizar ou resolver os problemas que podem surgir de um modelo de jogo desse tipo.
 
Se a dificuldade está em ter uma transição ofensiva eficiente, que permita no mínimo chegar à meta adversária com maior velocidade, analisemos pontualmente a questão:
 
1 – A marcação individual está condicionada à distribuição geométrica do adversário em campo (o que a leva a uma má distribuição);
2 – Com uma má distribuição em campo, maiores as dificuldades para conseguir construir ações ofensivas eficazes (a partir da recuperação da posse da bola);
3 – Quanto mais demorada for a recuperação da posse da bola, maiores as chances de o adversário se aproximar da meta de defesa (da equipe que marca);
4 – Quanto mais ele (o adversário) se aproximar, mais distante a equipe que marca estará da sua meta de ataque;
5 – Quanto maior a distância, mais dificuldades para se chegar ao gol adversário.
 
Então, ou melhora-se a distribuição em campo (marcar zona?), ou imprime-se um ritmo de jogo mais veloz (seria possível com má distribuição?), ou recupera-se a bola mais rapidamente (antes que a movimentação do adversário “bagunce” demais a distribuição geométrica da equipe que marca), ou ainda realiza-se essa recuperação em uma região “vantajosa” do campo.
 
O que fazer?
 
Certamente, uma opção é buscar recuperar a bola o mais rápido possível no campo de defesa do adversário (o mais próximo possível de sua meta de defesa). Em outras palavras, a equipe deveria atacar a bola com grande intensidade, o tempo todo que estiver sem ela, pressionando o adversário em seu campo de defesa – idéias já defendidas pelos renomados treinadores Arsène Wenger e Rinus Michels em outros contextos e situações-problema.
 
Mas como fazer isso sem a devida preparação físico-técnico-tática?
 
Nesse caso, a questão deixa apenas de ser “o que fazer” e passa a ser também o “como fazer”. E aí… Bom, aí é uma outra discussão…

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Deputado propõe redistribuição de recursos para o futebol

A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição 10/07, do deputado André de Paula (DEM-PE), que prevê a elaboração de uma lei para definir a distribuição, entre as entidades esportivas, dos recursos provenientes de incentivos ou de contratos firmados com a administração pública direta ou indireta e empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. O objetivo é permitir uma distribuição mais eqüitativa dos recursos.

Segundo o deputado, atualmente há uma inaceitável distorção na repartição dos recursos repassados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aos clubes da primeira divisão do campeonato brasileiro. Tais recursos, de acordo com o deputado, são oriundos dos direitos de transmissão, negociados com as grandes emissoras, que resultam em arrecadações vultosas, que são distribuídas sem critérios de eqüidade.

Como exemplo, ele cita clubes que ingressaram recentemente na "série A" do campeonato brasileiro e que recebem cotas até oito vezes menores do que outros com os quais vão competir na mesma série. "Essa distorção acompanha e reproduz as desigualdades regionais", afirma.

Tramitação


A PEC será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto à admissibilidade. Se aprovada, será analisada por uma comissão especial a ser criada especificamente para esse fim. Depois, segue para o Plenário, onde precisa ser votada em dois turnos.

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Quem agüenta?

Doni ou Julio César? Afonso ou Vagner Love? Robinho joga? Ronaldo ainda pode jogar? E o Adriano, por que não? E se o Romário ainda estivesse em forma?
 
Volta à ativa da seleção brasileira e a overdose da cobertura da imprensa já começa a mostrar o quão vazio anda o trabalho relacionado ao time nacional. A era da assessoria de imprensa, que coloca um abismo entre jogador e jornalista, parece ter feito com que tivéssemos um emburrecimento jornalístico.
 
Com a internet e a TV a cabo, o treino da seleção é esmiuçado em todos os seus detalhes. Da expectativa da entrada do time, passando pela roda de bobinho e pela ânsia de descobrir quem veste qual colete e chegando à coletiva de imprensa, virou rotina dolorosa a cobertura da seleção brasileira.
 
Tempo real do treino pela internet, com direito a informações importantes como quem está no centro da roda do bobinho. Informações de bastidores dando conta de qual será a escalação oficial do time.
 
E ninguém consegue sair desse tipo de cobertura.
 
Do que interessa, de fato, saber a fundo quem Dunga colocará para jogar? Não é muito mais importante entender como o time joga?
 
A observação do treino é fundamental para o jornalista saber como se comportará o time durante toda a partida, quais as alternativas que o treinador costuma colocar, qual tipo de treino ele aplica para o time e o que, de fato, os jogadores têm feito em campo.
 
Mas a preocupação com o treino já termina quando o colete é distribuído e o jornalista acha que daí estará o time titular. A partir disso, começam todas as críticas sobre por que o técnico é incoerente na escalação, por que tal jogador está atuando em função errada, por que o Afonso não presta para a seleção, por que o Dunga é técnico-tampão, etc.

Para o azar de todos, serão dois anos de eliminatórias. Ao todo, 18 rodadas, divididas em nove períodos com dois jogos cada. E as mesmas dúvidas de sempre… Será que Dunga agüenta esse ritmo até o fim? Aliás, será que alguém ainda agüenta?

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