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Quem você escolheria para ser o treinador do São Paulo FC?

Está repetitivo o discurso de todas as pessoas direta ou indiretamente relacionadas com o futebol que as mudanças gerenciais e técnicas são urgentes no futebol brasileiro. E, numa semana em que o Corinthians dá início à sua decisão mais importante do ano dentro das quatro linhas, um dos seus maiores rivais também está diante de uma grande decisão, no entanto, administrativa.

Tal mudança ocorre justamente semanas após a declaração do coordenador técnico do São Paulo FC, René Simões, sobre a necessidade de formar jogadores inteligentes, ação que implica significativa quebra de paradigma. Diante disso, a presidência do clube tem a oportunidade de tomar o que classifico como a decisão mais importante do ano para o nosso futebol (inclusive mais importante que a Libertadores).

A demissão de Émerson Leão do clube paulista que, segundo declarações de Juvenal Juvêncio, gerenciando a equipe conseguiu praticar um futebol somente razoável, abre espaços para a confirmação do coerente, porém desafiador, projeto idealizado pela diretoria. Nos próximos anos, o São Paulo pretende ter entre os onze titulares da equipe principal oito jogadores oriundos das categorias de base.

Para substituir Leão, como sabemos, o presidente são-paulino tem diversas possibilidades. No mercado, existem treinadores já consagrados que estão em atividade nos clubes grandes do futebol brasileiro, ex-jogadores com a ainda curta carreira como treinador, treinadores que obtiveram resultados de destaque nos últimos Estaduais, treinadores emergentes atuando nas primeiras divisões no âmbito nacional, treinadores estrangeiros respeitados mundialmente, além dos próprios profissionais do São Paulo, como o interino Milton Cruz ou o treinador da equipe sub-20, Sérgio Baresi.

A solução ideal seria a escolha de um treinador que fosse capaz de, no curto prazo, deixar a equipe com condições de brigar pelas primeiras colocações no Campeonato Brasileiro, que viesse com uma ideia de jogo condizente com o futebol moderno (para dúvidas sobre o que é futebol moderno, vide Eurocopa 2012) e com competências para solucionar os conflitos evidentes do grupo. Conflitos, como por exemplo, o mau comportamento de Luís Fabiano perante os árbitros e até as discussões deste mesmo com o Lucas para que ele solte mais a bola. Além disso, para o médio e longo prazo (se os resultados vierem, obviamente, pois só assim para haver tempo), será preciso uma aproximação com René Simões e um olhar minucioso para a base. Missão um tanto difícil.

Juvenal Juvêncio apontou que o Brasil não forma bons treinadores (e ele está certo!), no entanto, mesmo diante desta afirmação ele será obrigado a decidir. Caberá a ele ser conservador ou inovador!

E não há dúvidas que o momento pede uma decisão inovadora. Enquanto clubes tradicionais engatinham na busca de soluções para suas equipes profissionais e simplificam ao somente padronizarem as plataformas de jogo, ou então, determinarem que as equipes da base sejam formadas com pelo menos cinco meias e atacantes, o São Paulo tem a oportunidade de contratar um treinador que tenha know-how para o desenvolvimento do projeto “8+3”.

E será que existe este treinador?

Alguém com competências para resultados imediatos, com discurso e prática convergentes com a filosofia do clube e capaz de estabelecer um Modelo de Jogo digno do clube tricampeão mundial?

Encerro a coluna no dia 28/06 sem o conhecimento de quem foi o escolhido.

Quando Juvenal decidir, o nome do profissional indicará se o projeto “8+3” caminha ou não para o acontecimento. Espero que acertem!

Até o momento, a única certeza é que os jogadores não ficariam mais inteligentes repetindo à exaustão os fundamentos técnicos do jogo como prescreve em seus treinamentos o demitido técnico Leão.

Finalizando, deixo a pergunta do título da coluna e aguardo a sua opinião!

Eu já tenho a minha…

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

Leia mais:
Universidade do Futebol apresenta especial sobre o trabalho metodológico desenvolvido no futebol brasileiro
 

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Alterações nas regras do futebol

O futebol de campo surgiu na Inglaterra em virtude de dissidência entre os atletas que queriam utilizar os pés e os que preferiam utilizar as mãos (estes criaram o rúgbi).

As regras do futebol foram criadas pela Federação Inglesa em 1863 e tratam-se de 17 regras básicas, a saber:

Regra 1 – O campo de jogo
Regra 2 – A bola

Regra 3 – O número de jogadores
Regra 4 – O equipamento dos jogadores

Regra 5 – O árbitro
Regra 6 – Os árbitros assistentes

Regra 7 – A duração da partida
Regra 8 – O início e reinício do jogo

Regra 9 – A bola em jogo ou fora de jogo
Regra 10 – O gol marcado
Regra 11 – O impedimento
Regra 12 – Faltas e conduta antidesportiva
Regra 13 – Os tiros livres
Regra 14 – O tiro penal
Regra 15 – O arremesso lateral

Regra 16 – O tiro de meta
Regra 17 – O tiro de canto

Por seu turno, a International Board foi criada em 6 de dezembro de 1882 por ingleses, escoceses, galeses e irlandeses para que se definisse e unificasse as regras do futebol entre os quatro países.

Em 1904, a Fifa foi criada e adotou as disposições do International Board, que admitiu a entidade nove anos depois.

Em sistema utilizado desde 1958, para mudanças na regra serem aprovadas, ela deve ter o voto de pelo menos seis dos oito membros da Assembleia Geral Ordinária que é composta por quatro delegados da Fifa e membros de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda, fundadores do International Board.

Historicamente, mudanças já foram feitas pelo International Board, como o acréscimo no fim dos dois tempos (1987), proibição dos goleiros pegarem com mão no recuo de bola (1992), terceira substituição (1994) ou a disposição sobre a paradinha em cobranças de pênalti (2010). Entretanto, percebe-se que foram poucas e pequenas as alterações sofridas ao longo de mais de cem anos.

Esta semana, a CBF divulgou as alterações nas regras implementadas pela Fifa que entrarão em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2013.

A partir desta data, serão permitidos 12 jogadores no banco de reservas (atualmente são sete), o que exigirá adequação dos estádios.

Além disso, os técnicos também terão a opção de escalar um jogador que não esteja na lista dos titulares divulgada antes da partida. Dessa forma, se um atleta que não esteja nesta relação começar jogando, nem o jogador, nem o clube serão punidos e o número de substituições também não será diminuído.

Há outras alterações mais significativas em pauta, como a quarta substituição em jogos com prorrogação, a utilização de tecnologia para se aferir se realmente a bola entrou no gol e até mesmo uma punição tripla para faltas violentas (pênalti, expulsão e suspensão).

Por outro lado, os membros da International Board são extremamente conservadores, o que traz indícios de que não haverá mudanças significativas. Considerando o público e a paixão que acompanham o futebol, de certo, não são necessárias grandes alterações até mesmo porque “não se mexe em time que está ganhando”.

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Cidade-sede: Porto Alegre

Mais complexo que a construção de um estádio e a reforma de um equipamento desses. Na lista para a Copa estão: Mineirão, Maracanã, Mané Garrincha, a Arena da Baixada e o Beira-Rio. O Beira-Rio, embora não seja tão afogado por construções vizinhas como a Arena da Baixada, tem outros fatores limitantes para que tudo seja modificado de acordo com as exigências da Fifa e com tudo que possamos considerar a melhor solução em estádios. Além disso, por ser um estádio privado, há outros fatores limitantes, como o financeiro também.

A principal ideia de reforma do Beira-Rio foi em relação à cobertura e fachada, que deveriam ser criada e modificada, respectivamente, e surgiu bem antes do projeto de Copa em 2014. Passou por vários estudos, evoluiu e agora conta com muitas outras mudanças.

A cobertura é leve, em módulos metálicos, revestida com membrana PTFE, e independente da estrutura original das arquibancadas – fixando-se nelas somente.

A estrutura final da mesma é travada com um anel de manutenção com acesso de funcionários, onde fica fixada a iluminação.

A cobertura tem aberturas no topo do anel superior, o que deve ajudar na ventilação natural e conforto ambiental do equipamento. Anteriormente, havia as cabines de transmissão na cobertura, mas acabaram sendo retiradas por um estudo de ventos – os mesmos faziam com que a sensação dentro delas não fosse das mais agradáveis.

Novamente, por ser privado, por depender da renda e não querer abrir mão dos jogos em nenhum momento, as obras são sempre interrompidas e a instalação da cobertura/fachada (juntas em um único elemento) não devem interferir no andamento do Campeonato Brasileiro.

O estádio do Inter não ficará pronto para a Copa das Confederações em 2013, somente para a Copa do mundo 2014. Por isso, a comparação com outros estádios é ainda mais difícil de ser feita: seus projetos ainda estão um pouco mais crus em relação a alguns assuntos, como a acessibilidade, por exemplo – embora já tenha definições.

O campo, por exemplo, não pode ser rebaixado para maior aproximação do público por conta de problemas com irrigação futura. Isso acontece por estar próximo ao lago Guaíba – ou rio? Sempre existe esta discussão. No entanto, visando a mesma oportunidade de aproximação, as arquibancadas serão trazidas, mudando sua inclinação, e os trechos do escanteio terão um público cadeirante e comum muito satisfeito com a boa proximidade.

Acima, podemos ver a diferença da proximidade da arquibancada anterior e a nova. Abaixo, podemos ver, respectivamente, o protótipo in loco que demonstra a diferença do projeto novo para o anterior e a localização dos cadeirantes.

Quanto aos cadeirantes, neste estádio, como em muitos outros, foi colocado somente um acompanhante por cadeirante, o que é uma reclamação corriqueira. Como o estádio ainda está em fase de definições, esperamos que o clube e a incorporadora consigam perceber a necessidade dessa modificação e cogitar este estudo ainda em tempo.

O estádio contará com um o centro de treinamento do Internacional (localizado ao lado do estádio: veja imagem abaixo), o que deve movimentar a visitação de treinos e do estádio, com visitas guiadas. A direção do clube também pretende ganhar público com lojas especializadas, restaurantes, etc., dentro do estádio, ou seja, com comércio.

Um complexo de hotéis, a marina no Guaíba e o estacionamento dão suporte ao estádio.

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Esporte no Rio+20

Terminada a Rio+20, que teve aos olhos da imprensa e da opinião pública um resultado pífio em termos de compromissos para mudanças significativas no comportamento global perante a questão da sustentabilidade, pergunta-se: e o esporte, tomou partido deste movimento? Ou ficou mais uma vez alheio a decisões que ele (esporte) acredita que não faz parte de seu escopo? E o futebol?

Destaco, portanto, três ações que posicionaram o esporte de alguma maneira na agenda deste tema na última semana:

Cúpula Internacional de Sustentabilidade no Esporte + Esporte para a Paz: realizado no Rio de Janeiro no dia 19 de junho e liderado pelo Prof. Dr. Lamartine Pereira da Costa, que reuniu confederações e estudiosos do tema na ECEME (Escola do Exército, na Urca) para discutir o papel do esporte ligado à sustentabilidade, mostrando a participação do mesmo nos últimos 50 anos. Teve ainda participação internacional, de professores de Barcelona (Prof. Ferran Brunet), Londres (Allan Brimicombe) e Mainz, Alemanha (Holger Preuss), dentre outros, que fizeram suas palestras por vídeo conferência. Os assuntos estiveram direcionados sobre o papel dos megaeventos esportivos na sustentabilidade, as empresas de tecnologia envolvidas com o esporte e as pesquisas nacionais relacionadas com o tema. O resultado da cúpula deverá ser direcionado para um repositório, com um resumo de todas as apresentações.

Arena de Basquete em Londres para as Olimpíadas Rio 2016: exemplo de sustentabilidade em esporte veio da notícia “Provisória, Arena de Basquete de Londres pode ser transferida para o Rio”. Diante das sucessivas crises globais e do crescimento dos megaeventos, somado à globalização, os gastos públicos neste sentido podem ser otimizados também em termos globais, facilitando a qualificação e entrega de Jogos Olímpicos e de Copa do Mundo de Futebol se as instalações puderem ser, em partes, aproveitada a cada ciclo de realização das mesmas.

Programa Sócio-Ambiental do São Paulo FC: na semana da Rio+20, o São Paulo Futebol Clube lançou um projeto bastante interessante e, até onde sei, inédito para o futebol no Brasil, chamando torcedores, jogadores, comissão técnica e funcionários para terem uma atitude mais positiva ante as questões climáticas e sociais. O vídeo resume a ação, aproveitando muito bem o momento da Rio+20.


 

Em suma, os exemplos acima ainda são cases, fruto de iniciativas isoladas de entidades, pessoas ou instituições que propõem um pensamento diferente dos demais envolvidos com esporte no Brasil. Mas é o registro de que algo está sendo feito, havendo potencial para posicionar o segmento de uma maneira diferente da sociedade, lançando a partir dele uma eventual mudança de atitude.

Pelo seu poder midiático, não é difícil imaginar que o esporte tem um potencial bastante relevante para ser um agente transformador para que algumas ideias sustentáveis possam ser aplicadas e replicadas para o maior número de pessoas possível. Basta se organizar, querer e fazer.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

 

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Existe um modelo de jogo ideal para ganhar jogos?

O Modelo de Jogo se configura como um arcabouço de referências que orienta os jogadores nos momentos de ataque, defesa, transição ofensiva e defensiva. Acredito que isso já é bem claro para vocês.

Por muito tempo dediquei meus esforços para entender os conteúdos do modelo e aperfeiçoar os comportamentos táticos da minha equipe.

Após certo tempo de estudo e observação prática dos conteúdos táticos, comecei a me indagar sobre a funcionalidade do modelo em relação ao cumprimento da lógica do jogo e consequentemente à vitória.

Assim iniciei uma reflexão sobre a existência de um Modelo de Jogo ideal para a vitória.

Pesquisei, li, discuti, perguntei e comecei a formar algumas ideias, que eram colocadas a prova em cada jogo que observava.

Sempre que algumas certezas iam sendo construídas, algumas partidas me mostravam que ainda estava longe das respostas que buscava…

Olhei muito para o modelo e “dissequei” equipes em seus mínimos princípios, sub-princípios, sub-princípios dos sub-princípios…

E eis o que eu encontro?

Que precisava olhar fora do quadrado em que me encontrava…

Mas, como assim?

Comecei a observar (com a ajuda dos meus mestres, já que sem eles o caminho seria muito mais difícil) que o modelo para muitas equipes era o fim em si mesmo e não uma ferramenta para o cumprimento da lógica do jogo.

Isso significava que a equipe não jogava o jogo, mas cumpria princípios!

Isso muda tudo!

O jogo é jogo e precisa ser jogado, já o modelo não é jogo e não necessariamente precisa ser cumprido.

Pense sobre isso!

O modelo não é o fim.

O modelo pode e deve contribuir para o cumprimento da lógica do jogo, mas ele não resume tudo e também não é nada!

O modelo se configura como uma parte importante no processo de formação de uma equipe vencedora, vide o caso do Barcelona que tem um modelo bem definido, porém que não é o fim.

O Barcelona não joga para cumprir seu modelo, mas para exaltar a cultura catalã, mostrar um futebol bonito, apresentar uma filosofia de jogo e, é claro, para ganhar.

Veja que isso muda a forma de olharmos para os princípios.

Precisamos olhar para fora do quadrado e ver que acima das referências existem muitos outros conceitos que se integram complexamente.

Mas dentro de tudo isso, será que existe um modelo de jogo ideal?

Existe!

Mas qual?

O que fará nossas equipes jogar o jogo e resolver melhor e mais rápido os problemas da lógica!

Isso é um modelo ideal? Ou um modelo circunstancial?

Até a próxima!

Para interagir com o colunista: bruno@universidadedofutebol.com.br
 

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Banco de Jogos – jogo 5

Os princípios de jogo escolhidos por um treinador devem ser complementares. Ao definir as possibilidades tático-estratégicas de sua equipe, é indispensável que os diferentes comportamentos individuais e coletivos tenham consonância para que as diferentes situações de treino, fractais do jogar pretendido, sejam potencializadoras do aperfeiçoamento do Modelo de Jogo.

Diminuir em espaço e tempo a ação adversária desde o campo do oponente com o objetivo de induzi-lo ao erro pede, necessariamente, o bloco alto para que a elevada distância entre linhas não seja um facilitador da troca de passes.

Criar estes comportamentos é consideravelmente complexo, tamanha a desordem gerada no sistema (equipe) ao adiantar a marcação, ficar distante do alvo, pressionar diferentes jogadores em posse de bola e fechar linhas de passe importantes. Conseguir efetuá-los, porém, permite que a distância da meta adversária seja relativamente pequena. E isto não precisa explicar porque é bom…

Jogo Conceitual em Ambiente Específico de Pressing e Bloco Alto

– Dimensões do campo oficial. ~ 100m x 70m;
– Campo dividido em 3 faixas verticais (~15, 40 e 15m);
– Formam-se, então, duas faixas laterais e uma região central entre a linha da grande área e o meio campo como as ilustradas na figura abaixo;
– Tempo de atividade, incluindo esforço e pausa, a critério da Comissão Técnica, em função dos objetivos desejados.


Plataforma de Jogo Equipe A (preta): 1-4-4-2 (losango)

Plataforma de Jogo Equipe B (azul): 1-4-3-3 

Regras do Jogo

1.Cada passe pra frente, à frente da linha 1 (linha da grande área adversária) = 1 ponto;
2.Cada passe pra frente, na região central à frente da linha 3 (linha do meio campo) = 2 pontos;
3.Recuperar a posse de bola nas faixas laterais no campo de defesa com três jogadores no setor = 1 ponto
4.Recuperar a posse de bola com a equipe toda posicionada no campo de ataque = 2 pontos;
5.Gol = 5 pontos;
6.Gol com toda a equipe no campo de ataque e com goleiro fora da área = 15 pontos

Assista aos vídeos com os exemplos de algumas regras:

Regras 1 e 2

A equipe preta faz dois passes para frente no campo de defesa e um passe para frente na região central ofensiva. Estas ações valem 4 pontos para a equipe preta.

 

Regra 3

A equipe preta faz um passe para frente no campo de defesa e a equipe azul recupera a posse de bola com três jogadores na faixa lateral. Estas ações valem 1 ponto para a equipe preta e 1 ponto para a equipe azul.

 

Regra 4

A equipe azul recupera a posse de bola com todos os jogadores à frente do meio campo, com exceção do goleiro. Esta ação vale 2 pontos para a equipe azul.

 

Regra 6

Na sequência da jogada, a equipe azul faz dois passes pra frente na região central e depois o gol com todos os jogadores à frente do meio e o goleiro fora da área. Estas ações valem 19 pontos para a equipe azul.

Lembrem-se que, como dizem alguns estudiosos do futebol, os exercícios são somente potencialmente específicos. Além disso, comportamentos de jogo prévios são fundamentais para a adequada realização deste jogo.

Bons treinos!

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Leia mais:
Banco de jogos – jogo 1
Banco de jogos – jogo 2
Banco de jogos – jogo 3
Banco de jogos – jogo 4

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Nalbandián, Bendtner e o espírito esportivo

Na última semana, duas notícias jusdesportivas estamparam os noticiários. A primeira, veio do tênis, um esporte sem contato físico e a outra do segundo principal campeonato de seleções do mundo, a Eurocopa, que está sendo disputada na Polônia e na Ucrânia.

Na final do torneio de Queen’s, o tenista argentino David Nalbandián, em um ataque de fúria, chutou as placas de publicidade que atingiram um árbitro auxiliar, ferindo-o. Imediatamente, o árbitro principal desclassificou o tenista que além de perder a partida, perdeu os pontos e prêmios do torneio.

Tal punição está em consonância com as regras do tênis que conferem autonomia ao árbitro para punir severamente o atleta em casos de atitudes antidesportivas. Um ato deste cometido no futebol teria a pena imediata máxima de cartão vermelho e as demais punições seriam ou não aplicadas pelo Tribunal de Justiça Desportiva.

Na Eurocopa, o dinamarquês Nicklas Bendtner foi multado em cem mil euros por fazer propaganda irregular na partida contra Portugal.

Segundo as regras da Uefa, os jogadores só podem fazer propagandas das empresas que forneceram o material esportivo durante uma partida. Ainda assim, apenas nas regiões desses utensílios de jogo, como chuteiras e luvas.

Ao comemorar o gol, o atleta levantou a camisa e deixou aparecer parte de uma cueca verde estampada com a inscrição de uma casa de apostas irlandesa.

Tal prática o ato constitui marketing de emboscada, ou seja, é uma estratégia que consiste em tirar proveito publicitário invadindo um evento ou espaço de um veículo de comunicação sem amparo contratual com os detentores do direito.

Trata-se de prática antiga, utilizada pelos jogadores da seleção brasileira de futebol na Copa de 1994 com o clássico sinal de “número 1” durante as comemorações de gols (em referência a uma marca de cerveja), pegando carona no evento cujos direitos foram comprados por valores elevadíssimos pelos concorrentes.

Dessa forma, a fim de proteger seus pratrocinadores, os organizadores dos grandes eventos têm aplicado penas severas a fim de coibir a prática do marketing de emboscada.

Neste caso específico do dinamarquês, o que mais chamou a atenção foi o fato da sua punição ter sido superior àquelas aplicadas em casos de racismo; eis que a multa aplicada a Bendtner equivale a quatro vezes o valor com que a própria Uefa puniu recentemente o Porto por ofensas racistas dos seus torcedores ao italiano Mario Balotelli em jogo contra o Manchester City.

Na Euro, apesar de já ter detectado alguns casos de racismo, a Uefa ainda não puniu nenhuma federação. A entidade analisa o caso da torcida da Croácia, que imitou sons de macacos na partida contra a Itália.

Destarte, percebe-se que no tênis imperou o espírito desportivo, o atleta respeitou a punição e ainda desculpou-se publicamente, enquanto, no futebol, os fatos indicam uma preocupação mais econômica do que desportivo-humanitária.

Apesar de toda a importância e relevância econômica dos eventos e de seus patrocinadores, nunca se deve perder de vista o caráter social do desporto que deve ser utilizado para unir as pessoas em torno do ideal olímpico representado pela velha máxima “O importante não é vencer, é participar”, defendida em 1908 pelo bispo da Pensilvânia, durante um sermão aos atletas que disputariam as Olimpíadas de Londres – expressão posteriormente atribuída de forma equivocada ao Barão de Coubertain ao ressaltar que “O importante é competir”.

Por fim, destaque-se que tamanha a relevância dos fins sociais do desporto que a Constituição Brasileira, em seu parágrafo 3º, artigo 217, estabelece que “O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.”

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Cidade-sede: Brasília

O estádio Mané Garrincha será sede da capital brasileira na Copa do Mundo 2014 e também será um dos mais caros e mais questionados (pelo mesmo motivo) pela população. Numa cidade como Brasília, planejada e, por isso, com área destinada ao esporte, a inserção e ampliação do complexo do estádio se deu tranquilamente, sem nenhuma obstrução de edificações vizinhas, como outras cidades-sede.

Consigo enxergar uma inspiração do novo estádio na arquitetura de Brasília. Mais precisamente comparando a cobertura com a Catedral metropolitana de Brasília (foto abaixo), mas, segundo o próprio autor, Eduardo de Castro Mello, o estádio em geral também faz referência ao estádio de Berlim, ao Palácio da Alvorada e ao Palácio do Planalto.

Já um pouco modificada desde a apresentação inicial, atualmente o estádio apresenta uma cobertura mais com a cara ainda de Brasília, como podemos ver abaixo:

* O telão centralizado não será mais disponibilizado por questões financeiras e agora serão dois localizados atrás dos gols.

O aspecto e apelo plástico do estádio são bastante condizentes à arquitetura de Brasília e somente fortalecerá o turismo que vai à cidade para conhecê-la como a cidade modernista que marcou a história do Brasil.

É interessante salientar a proximidade do campo em alguns trechos, como podemos ver pela imagem abaixo, onde o banco de reservas fica emendado com o anel da arquibancada inferior:

Para isso, deve ser estudada somente a questão da segurança no que diz respeito à invasão do campo. Geralmente algum obstáculo, de preferência não visual, para que dificulte o acesso ao campo e que facilite a ação dos seguranças – como gradis horizontais em anel ao longo da arquibancada, abaixo da mureta da arquibancada. Neste caso, fica mais difícil; então, a solução deve ser vista de outra forma a garantir que a desordem não tome conta do Mundial e posteriormente de nossos campeonatos.

O escritório responsável é o Castro Mello Arquitetos, autor responsável pelo projeto original e único autorizado a mexer no projeto devido sua importância, agora liderado por Eduardo de Castro Mello e seu filho Vicente de Castro Mello. Ambos trabalham com Ian McKee, e este junto a Vicente luta bastante pela certificação LEED e consciência da sustentabilidade das construções para a Copa.

Neste sentido, é óbvio que o estádio de Brasília é o que deve servir como exemplo de sustentabilidade, visando o selo máximo (Platinum) e buscando a certificação que dignifica o equipamento como edificação verde.

Para a construção da arena devem ser usados materiais recicláveis ou reciclados e o estádio terá uma cobertura que tem material que auxilia na limpeza do ar. A cada hora de sol, a decomposição de óxidos de nitrogênio (NOx) será capaz de ter o efeito de tirar do ar o equivalente a 104 carros ou 75 caminhões poluidores. Energia também será produzida pelo estádio e deverá abastecer cerca de mil casas por dia.

Haverá a captação da água de chuva por meio de calha interna na cobertura em anel que direcionará a água para quatro pontos estratégicos de escoamento por gravidade até o anel mais baixo do estádio. No entanto, isso só parece funcionar com a cobertura aberta. De qualquer forma, toda a água coletada estima-se que deve ser responsável por 80% do uso total do estádio.

O entorno do estádio receberá projeto paisagístico de Benedito Abbud, renomado profissional, com símbolos da flora brasileira como o pau-brasil, ipê amarelo e outras espécies do cerrado. Podemos observar também que o paisagismo, por meio das cores das plantas, colabora com o sistema radial de dissipação do público, facilitando junto à arquitetura em si, para uma melhor distribuição das pessoas na saída dos jogos e orientação pelo estacionamento.

O piso das calçadas é totalmente drenante, baseado em uma experiência do paisagista para uma calçada acessível e sustentável, e é trabalhado também junto às leis vigentes de acessibilidade.

Ao falar em acessibilidade, devo salientar que a proposta do escritório permite vagas para cadeirantes e obesos em vários pontos diferentes do estádio, possibilitando uma gama de visibilidade diferente e sem segregar o público. No entanto, o estádio disponibiliza somente uma vaga para acompanhante, o que, muitas vezes, é de reclamação deste público, por limitar a atração para uma dupla.

A circulação interna é baseada em oito rampas, o que facilidade bastante na mobilidade de pessoas com dificuldades e o acesso mais facilitado é em nível direcionando à parte superior do anel inferior como vemos no corte abaixo. Inclusive essas facilidades de locomoção ajudam bastante a ampliar o público e garantir o direito da população também para as visitas guiadas que o estádio poderá fazer depois da Copa.

Já nos detalhes abaixo, a ênfase está no bloqueio em vidro de alta resistência para que não hajam acidentes de queda, mas que permitam total visibilidade sem obstrução alguma. O desenho da arquibancada também garante que a visibilidade de um cadeirante não seja interrompida por alguém que fique em pé logo abaixo.

De qualquer forma, em Copa do Mundo o público geralmente assiste aos jogos sentados, prática comum fora do Brasil. Como será aqui no Brasil? Mantendo o respeito às cadeiras e a quem não consegue ver em pé ou mantendo a tradição?

Para interagir com o autor: lilian@universidadedofutebol.com.br

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Outdoor do futebol

Definição de outdoor: “É a designação de um meio publicitário exterior, sobretudo em placas modulares, disposto em locais de grande visibilidade, como à beira de rodovias ou nas empenas de edifícios nas cidades” (retirado do Wikipedia).

Definição de patrocínio esportivo: “É uma relação de troca entre patrocinador e patrocinado, em que o primeiro realiza um investimento (bens, serviços ou dinheiro) na organização ou celebração de um evento ou indivíduo, e recebe em troca espaços e facilidades para difundir mensagens a um público mais ou menos determinado com a intenção de fazer promoção, criar goodwill, boa imagem ou vendas. É o investimento que uma entidade pública ou privada faz em um evento, atleta ou grupo de atletas com a finalidade precípua de atingir públicos e mercados específicos, recebendo, em contrapartida, uma série de vantagens encabeçadas por incremento de vendas, promoção, melhor imagem e simpatia do público”. (Cardia, 2004).

Características do Outdoor:
Transmite uma comunicação comercial, tendo como pouca (ou nenhuma) emoção atrelada. Tem a vantagem de ser barato, no caso de cartazes simples; ter grande repetição da exposição; ter pouca concorrência e o anúncio pode ser veiculado próximo ao ponto de venda, permitindo também selecionar a audiência apenas pela localização geográfica. As desvantagens são que a mensagem é, por vezes, vista por um curto espaço de tempo; que pode haver outras coisas próximas que podem distrair a atenção, fazendo com que as pessoas não vejam o outdoor e tem uma imagem negativa entre grupos contra a poluição visual nas cidades (trechos adaptados de Churchill & Peter).

Características do Patrocínio Esportivo: Tem como principal mais valia a transmissão de valores inerentes ao esporte, cabendo exploração de atributos como a emoção, a disputa, a competição, a paixão, a raça, a vitória, o status e tantas outras, dependendo muito, como dito, do esporte, das características do patrocínio, da cultura do clube (no caso do futebol) etc. Tende a ir além de um simples aporte financeiro, passando a ser tratado como uma parceria em que o patrocinador se apropria e explora comercialmente a propriedade patrocinada.

Conclusão:
pelo que estamos vendo, os “abadás” que se tornaram as camisas dos clubes de futebol no Brasil se encaixam mais na definição de patrocínio esportivo ou de outdoor?

No meu entendimento, a lógica deste tipo de patrocínio guarda muita relação com o outdoor. O patrocínio não é só exposição de marca.

Aos olhos dos torcedores (só para exemplificar, vamos utilizar o Corinthians, com seus pouco mais de 20 milhões de fãs da marca), as empresas simplesmente estão manchando o manto sagrado, ou seja, estão dizendo para os fiéis torcedores o seguinte: “nós desprezamos a sua marca”.

Pesquisas mostram que um torcedor não consegue lembrar-se de mais de duas marcas associadas ao seu clube de coração.

Sabemos que isto que está ocorrendo é, na verdade, uma necessidade (e um alento) para alguns clubes, que precisam repor o caixa, vendendo patrocínios pontuais para “estancar uma sangria que vem de tempos”.

No fim das contas, é fruto e o preço que estamos pagando pela falta de planejamento, por tratar os milhões de torcedores como pessoas que estão fazendo um favor para o clube, não os vendo como consumidores de fato.

Que empresa não gostaria de ter 20 milhões de consumidores fiéis, que brigam, argumentam, vestem a camisa e defendem, com unhas e dentes, suas marcas?

É também o sinal de amadorismo de algumas empresas, que aportam no esporte sem o conhecer de fato, sem entender todo o seu potencial e a importância em fazer patrocínios de longo prazo – basta ver o caso atual da Unimed: acredito que todos que acompanham um pouco de futebol no Brasil, quando querem se lembrar da camisa do Fluminense, hão de ver naturalmente a marca do Plano de Saúde lá, se comunicando em harmonia com a camisa (logomarca verde da empresa e as cores verde, grená e branco do clube). E lá se vão 10 anos de parceria…

Enfim, o registro deste fato, que vem sendo fortemente debatido em eventos ligados ao Marketing Esportivo, é apenas a lamentação por ter que ver um espetáculo visualmente desagradável e com resultados duvidosos em termos de comunicação empresarial associado ao esporte.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

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A mulher faz o homem

Num agradável almoço recente, com amigos que herdei e conservo, oriundos da minha modestíssima história como jogador de futsal e futebol, conversamos bastante sobre as razões de sucesso e fracasso na carreira profissional nesse esporte.

Não só profissional, mas também pessoal.

Naturalmente, alguns exemplos vívidos de jogadores cujo presente de declínio técnico e decadência moral, como Ronaldinho Gaúcho e Adriano, suplantam o passado brilhante, vieram à tona.

Ambos os amigos desfrutaram – porque construíram – de carreiras vitoriosas no Brasil e na Europa.

E falávamos a respeito da importância de treinadores que, em nossa época de criança, eram verdadeiros educadores. Alguns com estilo rigoroso, sim, mas verdadeiros formadores do jogador e do homem.

Porém, o principal fator crítico de êxito na carreira e na vida do jogador, apontado por eles, era sobre a mulher escolhida para esposar.

Baseados na observação das histórias de vida de outros colegas, ao longo dos anos, perceberam que, aqueles que se casavam com as mulheres oriundas do mesmo ambiente social em que viviam, estariam condenados à estagnação na carreira como jogador e, consequentemente, quando parassem de jogar.

Afirmaram que a perda de patrimônio, de prestígio, de entrega a festas, badalações, bebida e vida descompromissada se dava em boa parte por esse motivo.

Notei que as entrelinhas do que haviam comentado não era algo negativo sobre as mulheres em si.

Era, sim, uma referência à necessidade que as pessoas tem de buscar crescimento mediante o embate com o diferente.

Algo na linha de dialética de Hegel, com tese, antítese e síntese.

Enfim, ter como esposa alguém de origem socioeconômica e cultural distintas – não necessariamente “melhores” – para somar em diversos aspectos na vida do jogador.

Para que isso significasse a ruptura com um ciclo de vida engessado.

Entende-se a pertinência dessa história, porque muitos dos craques que entram em decadência declaram amar seu lugar de origem, ainda que seja uma relação superficial e esse lugar seja dissociado do seu estilo de vida novo.

Como Adriano e a Vila Cruzeiro. Adriano não leva a vida da Vila Cruzeiro. Leva uma vida de Leblon e Barra da Tijuca.

Nada acontece por acaso.

Somos produto do meio, mas podemos influenciar boa parte do que acontece em nossa vida.

Escolher a mulher que estará ao nosso lado é uma delas.

E ela também vai influenciar nossa vida.

De forma bem positiva, esperamos.

Embora com pitadas intensas de paixão e loucura, que isso impulsione nossa evolução como homens.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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Camile Pasqualotto Lewczynski, pós-graduada em Psicologia do Esporte e esposa de Roger Machado, auxiliar técnico do Grêmio e ex-jogador de futebol