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A alteração do card principal do UFC e os direitos do torcedor

No dia 23 de junho será realizado em Belo Horizonte, no Mineirinho, o UFC 147 e o card principal (principal luta) seria entre os brasileiros Vanderlei Silva e Vitor Belfort. Os ingressos de vários setores esgotaram-se rapidamente. Entretanto, posteriormente, o lutador Vitor Belfort lesionou-se e foi substituído pelo norte-americano Rich Franklin.

Inicialmente, importante destacar que o Estatuto do Torcedor é aplicado a todas as competições profissionais e a liga de artes multimarciais denominada UFC possui contrato com seus atletas sendo, portanto, profissional.

Neste esteio, tendo havido alteração no programa do evento esportivo, os torcedores possuem direito à devolução dos ingressos com o consequente ressarcimento dos valores pagos.

Tal direito é oriundo da aplicação sistêmica e integrada do Estatuto do Torcedor e do Código de Defesa do Consumidor que em seu artigo 20 estabelece que fornecedor de serviços responde pelos vícios decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha, a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; ou o abatimento proporcional do preço.

Destarte, a alteração da luta principal consubstanciou-se na disparidade apontada e dá ao torcedor/consumidor o direito de optar entre o valor pago com correção, abatimento no preço e até indenização por danos que tenha sofrido.

A organização adiantou-se e convocou os consumidores insatisfeitos para serem receberem o valor pago de volta, mas não se ateve à correção monetária e à opção do torcedor exigir abatimento no preço.

Portanto, os consumidores/torcedores devem acionar os Juizados Especiais para sanarem eventual prejuízo.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br
 

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Cidade-sede: Recife

O projeto que leva Recife nas costas, na verdade, é de São Lourenço da Mata. Como se a Copa em São Paulo fosse com um estádio em Guarulhos, por exemplo.

Estratégia para ganhar a vaga na Copa à parte, o projeto não é um simples estádio, mas uma cidade inteira. Inicialmente sem muita programação, fez o Brasil se preocupar com uma futura cidade fantasma.

Hoje, com projeto mais desenvolvido, “Recife” contará com um programa melhor e já mostra mais definições arquitetônicas.

Anteriormente, com uma perspectiva “pixelada”, a arena parecia um tanto sem graça; hoje passa uma imagem um pouco mais facetada. Não que seja um problema, mas um projeto inspirado nas rendas locais poderia ser mais flexível, maleável, ou seja, com uma fachada menos rígida. No entanto, esta é somente minha opinião: do ponto de vista funcional, não há problemas nesse sentido.

O efeito noturno parece valorizar bastante a pele rendada que cobre o estádio. Esta é composta por diversos painéis ou ausência deles em uma trama provavelmente metálica para garantir agilidade na construção e leveza por garantir peças mais esbeltas.

A fachada vazada pode colaborar com a ventilação e iluminação naturais, evitando gastos de energia com refrigeração do ambiente ou iluminação artificial.

Sua acessibilidade interna é feita por escadas, escadas rolantes e por rampas, que interferem na fachada de uma forma um tanto brutal com uma forma pesada e nada leve ao lado da suporta renda – como podemos ver na primeira imagem deste texto.

Os acabamentos internos, inicialmente, parecem bem apresentáveis e podem proporcionar espaços confortáveis, mas também sem grandes surpresas e identidade tão forte.

Em relação à cobertura, podemos dizer que colaborará com a sobrevivência do gramado. Mesmo sem ter grandes problemas climáticos, como outras cidades, a cobertura pode proporcionar transparência suficiente para a insolação adequada e igual em todas as partes do campo. Sua estrutura também não é das mais leves e contrapõe a ideia de leveza da renda, mas sem problemas na funcionalidade.

O campo é bem próximo do público, proporcionando boa visibilidade, mas se não houver cuidado com o estudo, placas de publicidade podem prejudicar as primeiras fileiras, tirando o privilégio da proximidade do campo de jogo.

Como a cidade é criada, foge de grandes problemas viários, ao menos se espera. No entanto, isso também gera preocupação, pois tem que ter investimentos em todos os sentidos, por não haver nem mesmo a infraestrutura básica. É um projeto bem difícil de comparar com os outros da Copa 2014, pois está numa situação e localização bem diferente das demais.

Uma notícia recentemente dada pode dar bastante vida (diurna e noturna) à cidade e ao estádio: pensam em implantar um campus da Universidade de Pernambuco na cidade. Provavelmente isto tornaria o lugar uma cidade universitária, com muita vida durante o ano e com poucos casos de esvaziamento em períodos de férias por ser próximo a Recife.

Como a capital pernambucana tem uma produção cinematográfica, de repente, poderia ser o caso da UPE inserir um curso potencializando o cinema regional e também a produção brasileira em geral.

Abaixo, uma implantação das ideias de planejamento para a cidade:

O perigo da região é que somente um trecho deve ser concluído até a Copa, e todos sabem que o interesse, depois disso, diminui bastante. No entanto, a universidade pode ser fator que estimule o interesse na região.

Segundo a proposta, a cidade deve contar com um sistema de segurança com ações mais inteligentes e mais rápidas a partir de uma central de comando e controle. Outra central (ITS), semelhante à que funciona em Tóquio, trará benefícios e estudos do tráfego na cidade.

Outro lado positivo: pedestres e ciclistas devem ser privilegiados, um BRT passará pela cidade e um dos acessos ao estádio será pelo Rio Capibaribe. A proposta do transporte fluvial terá interligação com pontos do sistema metropolitano de transportes, facilitando a acessibilidade e funcionará como mais um ponto de quebra de tabus brasileiros com este meio de transporte que poderá ganhar mais espaço, eficiência e mais sustentabilidade em breve, principalmente com o estudo do Hidroanel em São Paulo. É, portanto, um incentivo nacional.

A cidade, que ainda começa do zero, pode pensar em um sistema de energia inteligente e mais eficiente ao que armazena e gasta a energia captada durante o dia, em horários de pico. O sistema se chamará SmartGrid.

Com um projeto duvidoso, São Lourenço da Mata passa de uma cidade duvidosa para uma cidade promissora, com sua chamada “Smart City” e com a arena um pouco mais desenvolvida, mas ainda um tanto misteriosa por informações ainda não divulgadas.

Para interagir com o autor: lilian@universidadedofutebol.com.br

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Craques desde sempre

Craques desde sempre: é assim que são tratados os “talentos” do nosso futebol quando começam a dar seus primeiros chutes nas categorias de base. E as consequências tendem a ser problemáticas quando os mesmos chegam à idade adulta e ao futebol profissional.

Este primeiro parágrafo é um resumo e a referência para o desenvolvimento desta coluna, inspirada sobretudo em casos recentes (e corriqueiros, diga-se de passagem), do futebol brasileiro.

Na minha opinião, o descompromisso com contratos, com a postura profissional que um atleta deve ter e a indisciplina dentro de campo por boa parte de nossos grandes jogadores são reflexo da má educação dada pela grande maioria dos clubes ainda nas categorias de base.

Já vivenciei, em categorias infantis, juvenis e/ou nos juniores, alguns atletas já serem tratados como estrelas, chegando em carro especial ao invés do ônibus com o grupo ou mesmo não se dando o respeito ao seu treinador e aos companheiros de equipe, para ficar em dois exemplos simples. É o antiprofissionalismo começando desde cedo.

E pautado em pequenas atitudes de paternalismo, pergunta-se: ora, se estas “pseudo-celebridades” fazem e acontecem quando adolescentes, o que os faria mudar na idade adulta?

Portanto, caros leitores, não adianta ficar chateado quando o craque do seu time falta ao treinamento por ter passado a noite anterior em uma balada “daquelas”. Basta aceitar, porque ele foi educado desta maneira, para fazer este tipo de coisa, sendo que ele passa a acreditar que está certo fazer o que faz.

Dificilmente os jogadores de futebol no Brasil são preparados para serem atletas de fato, daí a incompreensão sobre o que é certo ou errado fazer em determinados momentos.

Também não sejamos puritanos ou demagogos. Estamos falando de jovens, alguns deles com dinheiro e badalação, que necessitam, por vezes, extravasar um pouco diante da pressão por resultados ou pela necessidade, como jovens que são, de se divertir um pouco. Mas, com inteligência, é possível fazer tudo, sem prejudicar seu desempenho físico dentro de campo ou manchar sua imagem perante mídia, torcedores, patrocinadores, treinadores e colegas de equipe.

Mesmo assim, e sem citar nomes, acredito que existem clubes no Brasil cujos atletas oriundos das categorias de base parecem sair com um selo de “bom comportamento” ou respeito a contratos e instituições. Outros atletas, de outros clubes, parecem sair com um selo ao contrário, de “maus elementos” ou péssimos profissionais, o que nos leva a crer que as pessoas (ou a cultura do clube) que os formam não têm lá um grande comprometimento com a cidadania pautada no bom exemplo.

Internacionalmente, nosso maior exemplo seria o Barcelona: conhecemos muito pouco da vida extracampo dos jogadores formados nas “Canteras del Barça” (talvez o Piqué, hoje, fuja um pouco à regra por conta do seu namoro com a pop star Shakira. Mesmo assim, nenhum registro de grandes confusões, simplesmente um namoro um uma pop star. Como aqui não é coluna de fofoca, paramos por aqui…). Ao que parece, lá, os atletas são formados para serem simplesmente jogadores de futebol.

E é simplesmente isso: a indisciplina de boa parte dos bons jogadores no Brasil, seja ela tática (dentro de campo) ou fora das quatro linhas durante os 90 minutos, é fruto do desserviço que alguns clubes insistem em praticar na formação dos atletas.

O desrespeito a regras e a uma vida regrada tem clara relação com a negligência dada à educação destes jovens quando ainda se é possível educar. Quando adultos, resta aceitar e tentar tolerar…

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

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Tecnologia e automatização: nem ver para crer, nem confiar cegamente

Olá, amigos!

Trago para a discussão na coluna dessa semana uma reflexão sobre a automatização de alguns processos e os cuidados que temos de ter ao resistir ou aceitar tais adaptações e inserções na rotina cotidiana.

Defendemos o uso das tecnologias, sim, porém temos de defender seu uso com ciência e aplicação prática coerente com os requisitos que a modalidade exige.

Já mencionamos algumas vezes que não podemos esperar que um notebook possa realizar um passe ou ainda marcar um gol de cabeça. Porém, o uso dos recursos deve ser visto como agregador de informações, facilitador de processos, agilizando situações, aumento potencial de ação, e por algumas vezes, corrigindo nossas próprias falhas.

E é justamente nesse último aspecto que muitos criam sua resistência com o advento da tecnologia no esporte, por entender que queremos defender uma substituição do trabalho de um profissional por uma máquina.

Esse é um pensamento natural do ser humano acuado com o avanço tecnológico, porém, já superamos tais impactos e estamos maduros, ou deveríamos estar maduros suficientemente, para entender que não há uma substituição, e sim uma otimização do trabalho, mudando o escopo do mesmo, mas não substituindo-o.

Assim, para alimentar essa polêmica discussão, trago a seguinte nota:

A utilização de recursos de reconhecimento de padrões e construção de reportagens foi tema de uma reportagem sobre inovação e marketing. A revista Forbes tem causado grande discussão no meio através de um blog mantido pela empresa Narrative Science, no qual são transmitidas informações sobre a as ações na bolsa americana. Tais informações e notícias são totalmente escritas por um software de inteligência artificial, sem interferência humana…

A confecção automática das notícias tira, com certeza, de alguma forma, a personalidade da escrita, dos sentimentos que podem ser impressos de acordo com o momento e as sensações, mas é por um lado uma facilitação do processo quando se buscam informações, nas quais o dado é mais importante que as emoções.

E, ainda, abre espaço para a criatividade para gerar textos variáveis, uma vez que o que o software fará é combinar banco de dados com informações pré-estabelecidas.

Trazendo isso para o futebol, vejo algo interessante no avanço de leitura de informações. O tempo que é gasto atualmente em busca de informações e na preparação destas para serem interpretadas é muito grande ainda.

Imagine o quanto ganharíamos em qualidade se todo esse trabalho fosse automatizado, e o tempo que o profissional gastaria em coletar e tornar apresentáveis tais informações fosse gasto em efetiva e aprofundada análise?

A tecnologia pode causar polêmicas, não resolve as coisas para nós, mas possibilita-nos tornar situações mais eficazes. Assim, o futebol poderia, de fato, compreender que informação sem o ser humano não é conhecimento; porém, quanto mais acesso às informações e de maneiras mais práticas, maiores as possibilidades de se desenvolvê-lo.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br
 

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Salão de festas do Titanic

Estive presente no Footecon realizado em Curitiba.

Foi a primeira das cidades-sede da Copa 2014 a receber o evento, organizado por Carlos Alberto Parreira há alguns anos.

Alguns dos palestrantes são figuras bastante reconhecidas no universo do futebol brasileiro.

Fernando Carvalho, ex-presidente do Internacional; José Carlos Brunoro, experiente gestor, do período de ouro Palmeiras/Parmalat e, antes disso, da estruturação do voleibol no país, dentre outros grandes projetos; o próprio Parreira; Evandro Mota, psicólogo responsável por grandes trabalhos em equipes vencedoras; René Simões, da seleção feminina de futebol e, hoje, na base do São Paulo.

O mítico Paulo Cesar Caju, grande ídolo da década de 1970, que compartilhou sua experiência positiva e, também, de dificuldades pessoais que o levaram à derrocada financeira e o envolvimento com drogas.

Gente da nova geração, como Ricardinho, atual técnico do Paraná Clube; Felipe Ximenes, coordenador técnico do Coritiba; Sandro Orlandelli, ex-scout do Arsenal na América do Sul e que hoje é diretor do Atlético Paranaense.

Além disso, a abertura protocolar do evento feita pelo Secretário Estadual da Copa no Paraná, ladeado pela engenheira-chefe que explicou, superficialmente, as obras realizadas em Curitiba, incluindo o estádio, para adequação aos encargos da Fifa e ao PAC da Copa.

Fui com especial atenção para apreender algo que apontasse para o grande legado da Copa, em seus mais variados aspectos – técnicos, de negócios e marketing, de gestão e, naturalmente, sociais – embora soubesse do direcionamento do fórum para o lado intracampo.

Raríssimas foram as menções ao conceito. Pior ainda, não se está evidenciando à população qual é o conceito de legado que a Copa pode proporcionar.

Quando muito, vincula-se a noção de legado às obras do estádio e seu entorno, e melhorias de infraestrutura.

Nada se fala dos aspectos imateriais atinentes a uma noção mais ampla da herança do grande evento.

Evandro Mota me surpreendeu positivamente. Não por duvidar de sua capacidade, ao contrário, mas por tê-lo visto pela primeira vez ao vivo.

Sua palestra foi muito além do tema, que era a formação de equipes vencedoras.

Como seu trabalho faz parte de um sistema, e ele entende claramente isso, defende que precisamos ter muitas mudanças na gestão do futebol no país.

E que o ponto de partida é o reconhecimento dessa necessidade por quem o comanda e nele atua.

Que o futebol brasileiro chegou a uma encruzilhada. Para um lado, mais do mesmo.

Para o outro, evolução e modernização. Reestruturação. Êxito.

Se não houver tal reconhecimento e atitude para mudar, afirma que os resultados continuarão sendo inferiores aos mercados mais desenvolvidos.

Diz que “é como se estivéssemos empenhados em fazer uma belíssima decoração no salão de festas do Titanic”.

Ele vai afundar de qualquer jeito.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br
 

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Princípios estruturais: atividades práticas para flutuação e equilíbrio

Em colunas anteriores, iniciei a discussão sobre a elaboração de atividades práticas para o desenvolvimento de determinados princípios estruturais do jogo.

Foram abordados até aqui os seguintes princípios: apoio, mobilidade, compactação defensiva e bloco.

Na coluna desta semana, focaremos na flutuação e no equilíbrio defensivo.

Como já mencionei, todos os princípios estão inseridos em uma teia complexa, na qual eles se influenciam mutuamente. Sendo assim, é impossível entender e treinar cada um deles de forma isolada dos demais.

O grande segredo é dar ênfase em cada um deles sem deixar de contemplar o todo.

Acho que isso já é claro para vocês, mas não custa nada relembrar.

Bom, vamos para os princípios da coluna.

Tanto a flutuação como o equilíbrio são “Princípios Estruturais de Defesa”. Ambos têm uma relação direta com a ocupação inteligente dos espaços em largura do campo.

A flutuação, segundo Vásquez Folgueira (2001) e Leitão (2008) se refere à movimentação coordenada em largura quando a bola está com o adversário e é passada de um lado para o outro do campo. O objetivo desse princípio é acompanhar a movimentação da bola de linha lateral a linha lateral fechando os espaços mais importantes do campo.

 

Já o equilíbrio, segundo Hughes (2008), Parreira (2005) e Leitão (2008) se refere à distribuição inteligente em largura do campo de forma que não haja muitos espaços na região oposta da bola. Nesse princípio, o objetivo é manter uma distribuição homogênea em largura do campo a fim de evitar com que o adversário tenha muita vantagem quando a bola é virada de forma direta.

Entendido?

Veja: enquanto o bloco e a compactação estão mais ligados à estruturação do espaço vertical (de linha de fundo a linha de fundo), a flutuação e o bloco se relacionam mais com a ocupação inteligente dos espaços na horizontal do campo (de linha lateral a linha lateral).

Vamos para as atividades práticas.

Atividade 1

Descrição

– Atividade de 5 X 5 + 1 coringa, o objetivo da equipe que está com a bola é fazer 10 passes utilizando todos os quadrantes do campo. Equipe que se defende deve ocupar o espaço de jogo de maneira equilibrada e flutuar de um lado para o outro a fim de manter zonas de pressão constantes na região da bola.

Regras e Pontuação

– Equipe marca 1 ponto quando fizer um passe direto das faixas A para C ou C para A.

– Equipe marca 3 pontos se trocar 10 passes consecutivos no campo de jogo.

Atividade 2

Descrição

– Atividade de 8 X 6 + Goleiro, atividade realizada em meio-campo. O objetivo da equipe que ataca é fazer o gol e pontuar fazendo passes por entre os golzinhos. A equipe que se defende deve fechar os golzinhos e fazer o passe para os coringas posicionados atrás da linha do meio-campo. Nessa atividade são trabalhados vários conceitos, como a estruturação da linha defensiva composta por quatro jogadores, a pressão, a progressão apoiada e direta, todos eles se integram com a flutuação e o equilíbrio da equipe.

Regras e Pontuação

Ataque
– Equipe marca 3 pontos se fizer o gol.
– Equipe marca 1 ponto quando fizer um passe certo por entre os golzinhos ou passar com a bola dominada por entre os mesmos.

Defesa
– Equipe marca 2 pontos se fizer um passe para os coringas posicionados atrás da linha do meio campo.

Atividade 3

Descrição
– Atividade de 11 X 11, coletivo com regras adaptadas. O campo será dividido em 3 faixas: A,B e C. Se bola for virada direto das faixas A para C ou C para A equipe pontua. Equipes devem manter um bom equilíbrio horizontal e flutuar adequadamente..

Regras e Pontuação

– Equipe marca 3 pontos quando fizer o gol.

– Equipe marca 1 ponto se virar a bola das faixas A para C ou C para A.

 

Fim?!

Até a próxima!

Para interagir com o colunista: bruno@universidadedofutebol.com.br
 

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Entrevista Tática: Oliver Minatel, atacante do Nacional da Madeira-POR

Oliver Minatel teve parte de sua formação realizada no Paulínia FC. Todos os treinadores que tiveram oportunidade de trabalhar com o atleta sempre elogiaram sua leitura de jogo. Em fase final de formação, com quase 20 anos, já se encontra há duas temporadas na Europa e, juntamente com Gabriel Girotto (Botafogo-RJ) e Fábio Tavares (seleção sub-20 e Fluminense-RJ), atualmente, é o atleta de maior destaque oriundo do clube formador do interior de São Paulo.

Na última temporada, encerrada semanas atrás, atuou por 419 minutos na equipe comandada por Pedro Caixinha, que fechou o campeonato português na sétima colocação com 44 pontos.

Confira, abaixo, a entrevista com o atleta:

1-Quais os clubes por que você jogou a partir dos 12 anos de idade? Além do clube, indique quantos anos tinha quando atuou por ele.

– Paulínia FC, dos 13 aos 16 anos (2005 a 2009);
– PSV-HOL, aos 17 anos (2009/2010);
– Nacional-POR, dos 18 anos até hoje (2010 a 2012).

2-Para você, o que é um atleta inteligente?

O atleta inteligente é o que consegue absorver completamente as informações destinadas a ele em seu jogo, fazendo a leitura do que está se passando e executando com sucesso. Sendo assim, ajuda seus colegas no momento em que ocorre o imprevisto, onde muitas vezes não existe a possibilidade de receber orientações vindas de fora.

3-O quanto o futebol de rua, o futsal ou o futebol de areia contribuiu para a sua formação até chegar ao profissional?

O futebol de rua me ajudou por fazer com que desde cedo tivesse que lidar com situações onde é preciso saber se proteger sozinho, pois na maioria das vezes existem garotos mais velhos. Isso também faz com que a responsabilidade aumente, pois esperam sempre que o melhor jogador resolva.

Iniciei minha trajetória no futsal com apenas sete anos e acredito que sem essa base não estaria aqui hoje. Eu me lembro das dificuldades que tive no início, pelo peso da bola e principalmente a falta de espaço. Algumas importantes características que pude aperfeiçoar no futsal foram: proteção da bola, dribles em espaço reduzido e condução de bola em velocidade.

4-Em sua opinião, o que é indispensável numa equipe para vencer seu adversário?

Para se vencer no futebol hoje, a equipe tem que ter um senso de união coletiva enorme, pois cada vez menos o individual consegue resolver os jogos.

5-Quais são os treinamentos que um atleta de futebol deve fazer para que alcance um alto nível competitivo?

Para além do talento natural, são importantes os treinos físicos e táticos.

6-Para ser um dos melhores jogadores da sua posição, quais devem ser as características de jogo tanto com bola, como sem bola?

Como sou atacante, as principais características necessárias são a finalização certeira, movimentações para abrir espaços para os meias e bom posicionamento nos cruzamentos (atacando sempre a bola). Sem bola, cada vez mais os atacantes ajudam na marcação, seja pressionando ou recuando em um bloco mais baixo para compactar.

7-Quais treinos físicos você acha importante?

Treinos físicos sem bola dificilmente ocorrem (exceto na pré-temporada); portanto, acredito que os trabalhos de manutenção na academia para prevenção de lesões são os mais importantes durante a temporada.

8-Quais são seus pontos fortes táticos, técnicos, físicos e psicológicos? Explique e, se possível, tente estabelecer uma relação entre eles.

Para se tornar um grande jogador esses quatro pontos são fundamentais. A tática exige do jogador uma leitura de jogo aperfeiçoada, levando em conta que quando estamos lá dentro temos de tomar as decisões sozinhos e em curto espaço de tempo. Já a técnica é a característica que exige que o jogador tenha um talento natural, que apenas será aperfeiçoada com os treinos. Físico e psicológico têm para mim uma forte ligação, pois mesmo bem fisicamente existem situações onde sem o espírito de sacrifício e “entrega”, os fatores psicológicos, não existe sucesso.

9-Pense no melhor treinador que você já teve! Por que ele foi o melhor?

O melhor treinador com quem trabalhei até o momento é o meu atual treinador, Pedro Caixinha. Além de ter uma visão ampla do que se passa no jogo, trabalha muito bem durante a semana um cenário parecido ao que encontramos nos jogos, preparando muito bem o time.


 

10-Você se lembra se algum treinador já lhe pediu para desempenhar alguma função que você nunca havia feito? Explique e comente as dificuldades.

Já atuei algumas vezes em posições em que não estava habituado e acredito que a maior dificuldade é na hora de marcar.

11-Qual a importância da preleção do treinador antes da partida?

A preleção é boa por mostrar o que o adversário tem como pontos fortes para nós neutralizarmos e quais são os pontos mais fracos para podermos explorar. Além disso, deixa claro o posicionamento de todos nas bolas paradas ofensivas e defensivas. O fator emocional também é importante, pois na maioria das vezes no final existe um vídeo motivacional ou algo do gênero.

12-Você pode explicar algum treinamento realizado pelo treinador Pedro Caixinha que te deixa preparado pra jogar?

O treino mais importante na minha opinião ocorre no meio da semana, quando fazemos circuitos, separados em grupos (dois times de quatro jogadores em cada estação) e fazemos diferentes tipos de confrontos, simulando sempre o que está em mente para o jogo do fim de semana.

13-Quais são as diferenças de jogar em 4-4-2, 3-5-2, 4-3-3, ou quaisquer outros esquemas de jogo? Qual você prefere e por quê?

A maior diferença dos esquemas táticos está na hora de marcar, pois quando temos a bola o treinador nos dá liberdade total para trocas de posição e movimentações no campo ofensivo. Aqui, jogamos quase sempre no 4-3-3, fazendo sempre com que o campo fique grande e baixando um médio entre os zagueiros para a saída de bola, subindo, assim, os laterais. Para mim a melhor forma de jogar é no 4-4-2, pois assim existe a possibilidade de mais movimentação no ataque.

14-Comente como joga, atualmente, sua equipe nas seguintes situações:

•Com a posse de bola;
•Assim que perde a posse de bola;
•Sem a posse de bola;
•Assim que recupera a posse de bola;
•Bolas paradas ofensivas e defensivas.

A mentalidade implementada pelo nosso treinador é de que com bola abrimos o jogo, e sem bola pressionamos rápido logo no momento da perda. Nas bolas paradas marcamos zona e nas ofensivas existem diversas variações (bolas rápidas, longas, no 2º poste, curtas).

15-O que você conversa dentro de campo com os demais jogadores, quando algo não está dando certo?

Quando algo não está dando certo, tentamos resolver primeiro sozinhos, identificando o que está mal para corrigir. Continuando mal, com certeza o treinador ajudará no intervalo.

16-Como você avalia seu desempenho após os jogos? Faz alguma reflexão para entender melhor os erros que cometeu? Espera a comissão técnica lhe dar um retorno?

Após os jogos gosto sempre de assistir ao VT sozinho. Faço minha autocrítica e vejo os pontos em que acertei e onde poderia ter feito melhor. Na reapresentação existe sempre a conversa com a comissão para falar do jogo e, caso tenha alguma dúvida em especial, converso com eles para saber a opinião de qu
em está vendo de fora.

17-Para você, quais são as principais diferenças entre o futebol brasileiro e o europeu? Por que existem estas diferenças?

Por nunca ter atuado profissionalmente no Brasil, é mais difícil de analisar, porém, acredito que a principal diferença do futebol brasileiro para o europeu está no jogo sem bola. No futebol europeu, as equipes são montadas basicamente para marcar muito, reagir muito rápido à perda, pressionar sempre e, quando têm a bola, tentar manter a posse e articular jogadas pré-determinadas com diagonais e cruzamentos. Já no futebol brasileiro, existem os jogadores de marcação e os jogadores de ataque, fazendo com que o jogo fique mais imprevisível e “quebrado” com muitos ataques e times mais expostos.

18-Se você tivesse que dar um recado para qualquer integrante de uma comissão técnica, qual seria?

O mais importante para a comissão técnica é ter sempre o grupo em mãos, tendo sempre um bom relacionamento com os atletas.

19-Existe alguma semelhança entre os treinos realizados no Paulínia FC, no PSV e no Nacional? Explique.

Os treinos realizados no Paulínia, no PSV e no Nacional têm uma base semelhante, com trabalhos em espaço reduzido, finalização com confronto e treinos mais curtos em intensidades mais altas.

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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Ronaldinho Gaúcho é liberado pela Justiça do Trabalho. Decisão correta?

A lei Pelé traz os dispositivos legais que regulamentam o contrato especial de trabalho do atleta profissional, no qual deverá constar, obrigatoriamente, a cláusula indenizatória desportiva, no caso de transferência e a cláusula compensatória desportiva, devida pela entidade de prática desportiva ao atleta.

O vínculo desportivo do atleta com a entidade de prática desportiva não pode ser inferior a três meses ou superior a cinco anos e se constitui com o registro do contrato especial de trabalho desportivo na CBF, tendo natureza acessória ao vínculo empregatício, dissolvendo-se com: o término da vigência do contrato ou o seu distrato; o pagamento da cláusula indenizatória desportiva ou da cláusula compensatória desportiva; a rescisão decorrente do inadimplemento salarial, de responsabilidade da entidade de prática desportiva empregadora; a rescisão indireta, nas demais hipóteses previstas na legislação trabalhista; e com a dispensa imotivada do atleta. 

Esta semana, a notícia de que Ronaldinho Gaúcho teria ingressado na Justiça do Trabalho para cobrar mais de R$ 40 milhões e ser liberado do vínculo com o Flamengo causou perplexidade no mundo esportivo. 

Destarte, o artigo 31 da Lei Pelé estabelece que a entidade de prática desportiva empregadora que estiver com pagamento de salário de atleta profissional em atraso, no todo ou em parte, por período igual ou superior a 3 (três) meses, terá o contrato especial de trabalho desportivo rescindido, ficando o atleta livre para se transferir para qualquer outra entidade de prática desportiva de mesma modalidade, nacional ou internacional, e exigir a cláusula compensatória desportiva e os haveres devidos. 

Assim, estando o Flamengo em atraso com salários e depósitos do FGTS do Ronaldinho Gaúcho, a medida legal que se impõe é o fim do vínculo empregatício, tal como determinou liminarmente o Juiz da 9ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro. 

O fato é que não há mais espaço no futebol para a falta de profissionalismo. As contratações de jogadores sem análise da real condição financeira da entidade desportista tendem a terminar com um prejuízo maior como ocorreu no caso em tela. Que isto valha de aviso para os clubes brasileiros.

Para interagir com o autor: gustavo@universidadedofutebol.com.br