Questionado por suas atitudes e também pelo seu alto salário, que segundo alguns chega perto dos R$ 500 mil por mês, Vanderlei Luxemburgo foi o grande personagem do último clássico entre Corinthians e Santos pelo Paulistão 2006.
Quem esperava pelo destaque de alguns jogadores presentes em campo, corintianos ou santistas, acabou vendo a astúcia do treinador prevalecer sobre o talento dos atletas.
Tudo começou a ser tramado bem antes do jogo. Durante a semana Luxemburgo já ensaiava as ações estratégicas que ajudaram a levar seu time à vitória contra o badalado e atual campeão brasileiro, o Corinthians.
Na hora do jogo, armou um cenário que surpreendeu a todos, atrapalhando completamente o trabalho da
Luxemburgo não divulgou a escalação da equipe santista. O time entrou em campo com 12 jogadores e só permitiu revelar os 11 que começariam a partida dois ou três minutos antes do jogo começar.
Tal procedimento obrigou o treinador corintiano a correr, na última hora, atrás de seus jogadores para dar as últimas orientações sobre o plano tático, comprometido pela ausência de informações sobre o seu oponente.
Claro que poderíamos argumentar: se o Corinthians tivesse aproveitado as chances que criou, se as bolas na trave tivessem entrado, se isso, se aquilo… Mas acontece que, como costumamos dizer no futebol, o “se” não joga. E como o “se” não jogou no domingo, o que conta é a vitória do time santista.
O resultado final, favorável ao Santos, queira ou não, consagrou as ações de Luxemburgo. Tivesse o time corintiano vencido o jogo, provavelmente o técnico teria sido duramente criticado por suas atitudes. Mas não aconteceu isso.
Assim é o futebol. Assim é nossa cultura. Só sabemos dar valor ao vencedor. É a versão do vencedor que vale. E se assim é, esta foi uma vitória de Vanderlei Luxemburgo.
Infelizmente nossa cultura ainda não aprendeu a levar em conta os méritos do perdedor. Tanto é que o vencedor brasileiro de 2005, Antônio Lopes, dois meses após a conquista do campeonato brasileiro, já corre riscos de perder seu emprego.
Lamentável, mas é assim que funcionamos.
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