É comum associarmos o talento de um jogador de futebol quase que exclusivamente à sua habilidade corporal. Ou seja, a sua capacidade de executar alguns gestos técnicos, como driblar, chutar, controlar, dominar e passar a bola.
Num sentido mais amplo, entretanto, a habilidade envolve muitos outros aspectos. Segundo Howard Gardner, famoso psicólogo americano, há pelo menos oito tipos de habilidades as quais ele chamou de inteligências múltiplas. São elas: as inteligências lógico-matemática, verbal-lingüística, espacial, musical, corporal-cinestésica, intra e interpessoal, naturalista e existencial.
Daniel Goleman, outro psicólogo americano, completando este rol de habilidades, popularizou os conceitos de inteligência emocional e mais recentemente o conceito de inteligência social.
Portanto quando falamos em habilidades, se pretendemos desvendar um pouco da complexidade humana e em particular entender o atleta, temos que superar algumas simplificações que costumamos fazer no futebol.
Outro componente necessário para que um jogador possa expressar sua competência e suas habilidades é o conhecimento. Conhecer regras, normas e valores que norteiam o futebol, por exemplo, é fundamental para se obter o sucesso.
Mas, como os antigos já nos ensinavam, “a coisa principal da vida não é o conhecimento, e sim o uso que fazemos dele”. Isto quer dizer que talvez a mais importante qualidade necessária a um atleta não seja nem suas habilidades, nem seus conhecimentos, mas as suas atitudes. Atitude aqui entendida como a predisposição para reagir aos diferentes estímulos de maneira positiva ou negativa.
O atleta ou qualquer pessoa que não tenha atitudes proativas, adequadas e necessárias à superação de seus limites, dificilmente conseguirá projetar e alcançar metas ambiciosas, por mais amplo que sejam seus conhecimentos ou por mais aguçadas que sejam suas habilidades.
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