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O futebol em 2020: atraso ou avanço?

Caros amigos, recentemente pude analisar um estudo feito por uma empresa de consultoria e previsões sobre o futebol em 2020.

Tal estudo traça um mapa de tendências das evoluções tecnológicas e os impactos que causarão no futebol, seja no aspecto da competição, do entretenimento ou no business.

Dentre os assuntos estão: a questão dos “bandeirinhas” (assistente de arbitragem) robotizados que permitem identificar com precisão aspectos hoje ditos polêmicos, o registro dos atletas através de sensores que podem facilitar uma série de procedimentos e estimular uma possibilidade inimaginável de analise e informações, estádios com pontos de comunicação no qual comissão técnica e jogadores podem manter constante contato, ciência aplicada que permite encurtar tempo de recuperação de lesões, a nanotecnologia auxiliaria uniformes que podem ajudar na prevenção de lesões e otimizar desempenho, uniformes utilizando a tecnologia para uma publicidade dinâmica.

Vendo isso me chama atenção, e desperta muita preocupação a respeito desse universo chamado futebol. Não! Engana-se quem imagina que iria comentar sobre o romantismo do futebol e todo esse aspecto tradicional e envolvente. O tempo passa, as coisas são dinâmicas, a tradição é sempre construída e saudosa, o passado sempre nos parece melhor e mais belo. Mas prefiro me ater a necessidade de se atualizar e utilizar a tecnologia como facilitadora e otimizadora do trabalho profissional.

Se estamos falando de um futebol moderno, profissional nas suas ações e diretrizes, essas previsões do futuro e das evoluções, colocando 2020 como foco, me deixam preocupado e extremamente decepcionado com o atraso e mentalidade excessivamente conservadora dos dirigentes e ditos profissionais do futebol.

Vamos comparar pelos exemplos indicados pelo estudo:

Sobre os assistentes robotizados: o futebol americano utiliza-se a muito tempo de câmeras para eximir as duvidas, enquanto o futebol renega esses avanços com um vigor surpreendente. O tênis utiliza câmeras e sensores para registrar o toque de bola na rede ou a marcação de bola dentro ou fora da quadra. E o que falar do Judô essa tradicionalíssima e conservadora modalidade, na qual pudemos ver nos jogos de Pequim um quarto arbitro utilizando o vídeo como recurso.

Sobre os sensores em atletas: falo com propriedade de participar de um projeto que é desenvolvido junto a um clube da elite do futebol brasileiro , há algum tempo , no qual essa isso tem se tornado uma realidade, sendo iniciado seu desenvolvimento a quase 2 anos.

Comunicação técnico e jogadores: no futebol americano mais uma vez temos exemplo de que já é feito a muito tempo, e ainda temos o exemplo de Luxemburgo em 2001 com o polêmico ponto eletrônico.

Ciência aplicada para prevenir e recuperar lesões: lembro de minha época de graduação no qual tive contato com diversos estudos do Laboratório de Bioquímica do Exercício (Labex-Unicamp) no qual se analisavam indicadores bioquímicos que permitiam prever possibilidades de lesões (com certeza hoj está muito mais avançado que isso e falta-me competência para descrever melhor).

Uniformes que otimizam desempenho: não precisamos ir muito longe, basta observar a recente polemica, mais incorporada pelos atletas, quanto a utilização dos novos maiôs na natação.

Uniformes que possibilitam publicidade dinâmica: já existem clubes europeus fazendo experiências com tais possibilidades, desde o mais simples preenchimento do número até os recursos mais elaborados, já convencionais em outros setores.

Bom é uma análise muito breve a rápida, com comparações que vêm de imediato na cabeça, sem um aprofundamento de detalhes, mas é o suficiente para refletirmos sobre esse futuro do futebol.

Se o futuro aponta para questões que já estão ocorrendo, algumas com um relativo tempo em outras modalidades e as vezes no próprio futebol, é de se preocupar com o “futuro tecnológico atrasado do futebol.”

Será que a culpa é só dos “velhinhos” da International Board ?

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br