A classificação dos cinco clubes brasileiros para a fase final da Copa Libertadores é a prova da soberania do futebol brasileiro no continente. O Brasil está para a América do Sul assim como a Inglaterra está para a Europa.
Pudera. As duas nações não apenas são aquelas que têm a moeda nacional mais forte, mas também são aquelas que possuem, de maneira mais territorialmente disseminada, mais apego ao futebol. Se na América do Sul a Argentina aparece como grande concorrente do Brasil, na Europa quem faz frente à Inglaterra é a Espanha. Mas Argentina e Espanha possuem suas forças extremamente concentradas. Na Espanha, o dueto Barcelona e Real Madrid impera. Ora um, ora outro. Na Argentina, é tudo concentrado, em Buenos Aires. Mais especificamente, pelo menos nos últimos tempos, no Boca Juniors. Nem o River faz mais tanta frente aos clubes brasileiros.
A questão é que não tem muito o que fazer. Em geral, a Inglaterra compra os melhores talentos da Europa e, consequentemente, forma as melhores equipes. No Brasil, isso não é tão evidente, mas acontece. A concentração de jogadores sul-americanos nas equipes brasileiras cresce a cada dia. Tem espaço pra crescer ainda mais.
Enquanto Brasil e Inglaterra continuarem sendo potências clubísticas e econômicas, o cenário dificilmente irá mudar.
A Inglaterra sofreu um baque feio com a crise. A libra esterlina perdeu um valor considerável em relação ao Euro. Uma eventual aceleração da decadência econômica inglesa pode dar início à perda de poder dos seus clubes de futebol. O Brasil até está sofrendo com a crise, mas nada que vá fazer o cenário mudar, uma vez que os outros países sul-americanos estão sofrendo muito mais.
Mas convenhamos, se for para depender do avanço econômico dos outros países da América do Sul, o futebol brasileiro vai reinar por muito tempo ainda.
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