A solução parece ser uma só. Interditar a Confederação Sul-Americana de Futebol, ou como eles mesmos gostam de ser chamados, a Conmebol. Entidade máxima do futebol da América do Sul, a Conmebol pode, sem qualquer dúvida, ser chamada de cérebro mínimo da gestão esportiva na América do Sul.
Pelo menos no futebol.
A lambança que foi feita pela entidade na condução do processo envolvendo os jogos de times mexicanos nas oitavas-de-final da Libertadores é daquelas de fazer corar qualquer criança que um dia já quis organizar um campeonato de futebol de botão em casa.
Indefinição, insegurança, conflito de interesses, falta de pulso, falta de tato, falta de responsabilidade.
Uma lista interminável de erros e trapalhadas que acabaram deixando o principal campeonato de futebol das Américas mais mal organizado do que muito jogo de várzea por aí (o que, em se tratando de futebol na América do Sul, não é nenhuma grande novidade).
Chivas e San Luís não poderiam ter continuado na disputa da Libertadores. Infelizmente, por conta de uma epidemia de um vírus da gripe que pode até matar, não poderia.
Todo ano acontece isso? Não.
Esses times seriam prejudicados? Sim.
A culpa é da Conmebol ou dos clubes? Não.
Infelizmente, era a decisão a se tomar. Automaticamente, os clubes que tinham ficado em terceiro lugar nas chaves dos dois times mexicanos se classificariam em seus lugares. E, no ano que vem, Chivas e San Luís estariam assegurados na disputa da Libertadores, que excepcionalmente teria duas equipes a mais em 2010.
Em 2003, a Fifa viu-se em dilema parecido, com o vírus do Sars a castigar especialmente a Ásia. Isso era o início do ano. Em setembro, a Copa do Mundo de futebol feminino seria jogada na China. A sete meses do evento, a Fifa mudou a sede do torneio para os Estados Unidos, postergando a sede chinesa para 2007.
É o mesmo caso. E com dimensões mais complexas, já que envolve Copa do Mundo e zilhões de dólares em contratos comerciais e venda de direitos de transmissão.
O bom gestor precisa tomar sérias decisões. Mesmo que desagrade a muitos. Por isso mesmo, as entidades esportivas não podem ter, em seus tomadores de decisões, pessoas meramente políticas, como é o caso de Nícolas Leoz, há mais de duas décadas politicamente no comando da Conmebol…