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Nós, agora

Ou em inglês, Us Now.

Este é o título de um fantástico documentário, idealizado por um jovem cineasta inglês de 27 anos.

Seu conteúdo trata de como as pessoas podem – e devem – influenciar na tomada de decisões em instituições públicas ou privadas, em tempos de internet.

A internet, atualmente, configura-se num ilimitado ambiente de busca de informações e de relacionamentos sociais, cuja transparência de conteúdo passa a ganhar força e retroalimentar esse contexto.

Nessas redes, as pessoas e as instituições, cada vez mais, publicam informações sobre si mesmas, fazendo com que as relações sejam balizadas por índices de confiabilidade – como no Ebay, onde os compradores reputam os vendedores e todos ficam sabendo disso.

Fronteiras entre pessoas, governos e empresas serão cada vez mais tênues e não haverá espaço para “empurrar” o que se quer vender e esconder o que não se quer mostrar.

Isso porque a mobilização das pessoas para ter acesso e propagar informações permite acompanhar o dia-a-dia dos tomadores de decisões e daquilo que decidem, e, também, influenciá-los.

“Pela internet, as pessoas podem acompanhar as vidas umas das outras. Está se tornando difícil esconder se você é uma pessoa má, pois tudo o que você fizer virá à tona, seja por você mesmo ou pelos outros”, defende Ivo Gormley, o diretor do documentário.

E vai além na defesa do binômio internet-transparência nas decisões: “Com governo e empresas é a mesma coisa. As informações estão na rede. Se houver corrupção, tentativa de enganar, os cidadãos irão saber. Se antes empresas, por exemplo, conseguiam controlar o que saía sobre elas, hoje, não podem mais. Se for ruim, as pessoas vão começar a publicar isso”.

No futebol brasileiro, temos uma belíssima iniciativa pelas mãos do Corinthians. No site oficial do clube, há uma área chamada de “Transparência”, na qual existem atas de reuniões, balancetes e detalhes contratuais dos seus jogadores.

Parece que isso sinaliza uma nova “Democracia Corintiana”, já adaptada às novas exigências de uma gigantesca nação, que deseja ser governada com zelo e quer poder tomar parte nas decisões do clube – ou pelo menos se sentir parte delas.

Nada de “Atos Secretos”, os recentes exemplos negativos vindos do Senado que custaram milhões aos cofres públicos e indignaram a todos no Brasil – tudo aquilo que não se deve fazer como gestor, ainda menos da res publicae (coisa pública, em latim).

Torcedores, uni-vos! Em busca de participação e fiscalização da gestão do futebol brasileiro em geral. A internet é o meio. Seu ímpeto por mudança positiva, o combustível.

Us now é um instrumento libertário. Inspire-se.

Bem provável que ocorram com seu clube mudanças significativas e depois disso você dirá, com orgulho: “Yes, we can“.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br