Categorias
Sem categoria

O novo profissional de comunicação

Na era em que a tecnologia se tornou ainda mais eficiente, em que celulares adquirem a função de câmeras, câmeras assumem as vezes de telefones, e máquinas fotográficas viram filmadoras, o esporte se encontra de pernas para o ar.

O atleta, o treinador e o dirigente esportivo têm, cada vez menos, condições de terem uma vida social “relaxada”. Por serem figuras públicas, têm cada vez menos o direito de escorregar e cometer algum ato falho.

No passado, escândalos envolvendo atletas e dirigentes esportivos só eram notícia quando o caso parava na delegacia. Hoje, com celulares equipados com câmeras e, principalmente, com o consumidor no papel de reprodutor da informação, a situação é totalmente diferente.

Michael Phelps é flagrado fumando maconha numa festa. Quantos atletas não viveram tal situação? A diferença é que Phelps foi flagrado por uma câmera de um telefone celular, e depois foi parar na rede… Belluzzo foi cantar “vamos matar os bambis” na festa da torcida do Palmeiras. Quantos dirigentes não cometeram absurdos iguais ou até maiores ao longo da carreira?

As mídias sociais alçaram o torcedor no papel do dono da mídia. Não é mais só o que o jornal, a TV, a rádio, a revista ou o grande portal decidem que será notícia. E isso tem causado uma revolução na forma de se comunicar.

Com o consumidor no papel de dono da mídia, o esporte e as figuras públicas têm de abrir os olhos. A vida social tem de se tornar muito menos interessante. Do contrário, as mídias sociais serão as novas “culpadas” pelos atos falhos que todos estão sujeitos a cometer, mas que as figuras públicas não podem se dar ao luxo de ter.

O vídeo de Belluzzo dizendo para “matar os bambis”, que ganhou o noticiário da semana, é o exemplo mais bem acabado de como deve se comportar, e se preocupar com a informação, a figura pública deste século 21.

E azar de quem trabalha com a comunicação. Qualquer assessor de imprensa terá de ser agora, antes de tudo, um grande estrategista. Ele tem de se colocar à frente das mídias sociais. A mídia tradicional ainda dependerá dos seus serviços, mas provavelmente será ela a responsável pelas menores dores de cabeça para o gerenciamento de crise.

O novo profissional da comunicação precisa saber como funciona essa tal de mídia social. Se não souber, estará fadado a ser um mero – e ineficaz – produtor de releases.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br