Giovanni está velho para o futebol, Ronaldo precisa voltar à forma, Roberto Carlos tem de se readaptar ao futebol brasileiro, o Palmeiras não sobreviverá sem mais atacantes, o São Paulo tem de encontrar novamente seu equilíbrio.
Ou, então.
A Portuguesa, o Palmeiras e o Santos são os favoritos ao título paulista. Giovanni é craque. O Palmeiras não precisa de um atacante fixo na área. O Corinthians e o São Paulo estão mais preocupados com a Libertadores do que qualquer outra coisa.
Início de trabalho, volta de férias, pé no freio para aguentar a atípica temporada de Copa do Mundo, planejamento para render mais quando for afunilamento de campeonato.
Nada disso é levado em conta na hora da análise de como vai se comportar um time de futebol ao longo de 11 meses de trabalho. Depois de uma pré-temporada em que a imprensa mais especulou sobre contratações do que procurou se informar como estava sendo a preparação do time para os cerca de 50 jogos que serão realizados até o final do ano, não tem mistério.
É o resultado dentro de campo que vai determinar quais dos discursos colocados acima serão mais recorridos pela imprensa ao longo de, pelo menos, os próximos três primeiros meses do ano.
Numa época em que a mídia apela ao mau gosto para garantir audiência, em que os anunciantes olham a quantidade muito mais do que a qualidade, e o público “engole” a programação que lhe é oferecida, não tem muito o que esperar de novidade na cobertura da mídia esportiva sobre o futebol.
É só reparar o que aconteceu neste domingo nas mesas-redondas por aí, inclusive nas de TV a cabo, em que teoricamente o peso da audiência em massa não existe. Uma série de profecias espalhada por aí, com o que aconteceu num primeiro jogo determinando a sorte para as outras partidas do ano.
Depois do que aconteceu no Campeonato Brasileiro de 2009, era de se esperar, no mínimo, mais prudência da crônica esportiva na análise do futebol, entendo que o desempenho de um clube não se mede pelos primeiros resultados. E, talvez, nem pelos últimos!
Palmeiras e Santos terão duras batalhas neste Paulistão. Da mesma forma, Vasco, Flu e Bota podem sofrer no Rio. O motivo é óbvio. Diferentemente de seus rivais São Paulo, Corinthians e Flamengo, os jogos da Copa do Brasil no formato mata-mata vão criar um desgaste maior nesses times. Do outro lado, o trio enfrentará uma primeira fase de Copa Libertadores, geralmente nada preocupante para os clubes brasileiros.
Será assim também em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, com Atlético-MG e Grêmio sofrendo mais que os grandes rivais Cruzeiro e Inter. Por isso mesmo, não dá para fazer qualquer projeção tendo como base os jogos iniciais de todos os clubes que não têm no Estadual a sua prioridade.
O duro é o jornalista se lembrar disso na hora em que o Ibope parece martelar sua cabeça e deturpar as opiniões. Nessas horas, voltamos aos tempos de criança, em que até Copa São Paulo de Juniores era campeonato em que o resultado nos levava do céu ao inferno com nossos amigos.
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