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Esquadrão Classe A

Dia desses, conversava com um parceiro de negócios da Argentina sobre formação e liderança de equipes de trabalho, suas dificuldades, desafios e a respectiva adrenalina vivenciada, particularmente em start up companies.

Para minha surpresa, afirmou que utiliza como mantra em boa parte do treinamento e composição dos integrantes das equipes o seriado Esquadrão Classe A, famoso nos EUA e no Brasil na década de 1980.

Eu mesmo era fã do seriado, que possuía uma linguagem leve, muitas vezes em tom de comédia farsesca e contava com personagens pitorescos, além de muita aventura.

Na abertura de cada um dos episódios, ouvíamos: “Há dez anos, uma equipe de comandos especiais foi mandada para a prisão por um tribunal militar por crime que não haviam cometido. Esses homens escaparam da prisão militar de segurança máxima passando a viver secretamente em Los Angeles. Ainda hoje são procurados pelo governo e sobrevivem como aventureiros. Soldados da Fortuna. Se você tem algum problema, se ninguém mais puder ajudá-lo e se conseguir encontrá-los, talvez consiga contratar o ESQUADRÃO CLASSE A”.

Missão por missão, cada membro do grupo tem sua função específica, que se articulam para realizar os planos malucos do Coronel Hannibal.


 

Murdock “Louco de Pedra” é um maluco interno do hospital psiquiátrico de veteranos de guerra, que em diversos momentos deixa todos intrigados se ele é realmente louco. Todas as vezes consegue dar um jeito de escapar do hospício para realizar as missões, voltando para lá no final. Suas habilidades no grupo são pilotar helicópteros e aviões, além de irritar o sargento B.A. Baracus com seu cão imaginário.

Templeton “Cara-de-pau” é o responsável por conseguir os recursos para cada missão, como carros, passagens aéreas, hotéis, suprimentos, equipamentos, informações e tudo o que for necessário. Consegue tudo o que precisa utilizando sua conversa fiada ou seu charme com as mulheres.

John “Hannibal” Smith, sempre fumando um charuto, ganha a vida como ator figurante, fazendo bicos e pequenas aparições (sempre disfarçado de monstros ou velhinhas). Seu papel no grupo é se passar por outras pessoas com seus disfarces realísticos, além de elaborar os planos mirabolantes, que sempre acabam dando certo. Mesmo quando os problemas são simples de serem resolvidos, ele “faz isso pelo Jazz” (uma forma de ele expressar que gosta de viver as emoções intensamente). Geralmente conclui as missões com sua imortal frase “adoro quando um plano dá certo”.

B. A. Baracus é o piloto do furgão, o mecânico, o especialista em construir engenhocas e o grandão que se envolve nas lutas físicas. Tem um carisma muito forte com as crianças, a quem protege e orienta. Morre de medo de voar, e precisa ser dopado pelos amigos para entrar em um avião ou helicóptero, principalmente se estes forem pilotados pelo maluco do Murdock, a quem geralmente tem um desejo explícito de agredir.

Amy Allen é uma jornalista, cuja especialidade é providenciar as pesquisas necessárias para que as missões possam começar, além de ser a responsável por uma rede de contatos que garante que nada falte ao Esquadrão Classe A. É ela também a responsável por tirar eles das encrencas quando isso exige um pouco mais do que emoção e força bruta.

Nas missões, geralmente quem contrata o Esquadrão tem o primeiro contato com um velhinho (Hannibal disfarçado) em uma lavanderia de Los Angeles, que marca o encontro com o restante do grupo, onde a missão é apresentada.

Daí em diante, eles apagam o B. A. para voarem, provocam os adversários, infiltram escutas, constroem veículos e equipamentos extraordinários, disfarçam-se e envolvem-se em grandes confusões.

Nossa discussão sobre o seriado voltou-se à importância de se ter uma equipe coesa, comprometida e com atitude, porém que respeita as diferenças de cada um dos membros, reconhecendo-lhes a relevância do papel que desempenham dentro da estratégia traçada por quem os lidera e, acima de tudo, chegando ao fim da missão proposta, ao conquistar o objetivo visionado.

Atingir esse grau de comprometimento e qualificação da equipe não é nada fácil.

A gestão esportiva no Brasil carece deste senso – e a inspiração para formar uma equipe de trabalho como a defendida acima também pode vir do próprio esporte, pois isso lhe é intrinsecamente presente.

Toda equipe de trabalho precisa de doses de liderança visionária, atitude, inteligência, estratégia, experiência, força, ousadia e loucura, sedução, informação, para transformar os riscos dos empreendimentos/projetos, em adrenalina positiva – esta, o verdadeiro combustível para que os meios sejam executados e os resultados alcançados.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br