Peço licença ao amigo para entrar num mundo fictício de uma conversa entre dois computadores a respeito das pessoas que os utilizam. Algumas ideias podem até ser muito semelhantes a realidade, mas como toda ficção devo dizer que é mera coincidência. Antes de adentramos no diálogo das máquinas ressalto que algumas ideias podem até ter origem em charges e piadas que circulam por aí neste nosso universo cibernético…
… – Ei! Ei! Ei você, está ouvindo? (gritando)
– Ouh! Não precisa gritar, estou com meu Bluetooth ligado. O que você quer?
– Então, você viu que agora nós trabalharemos para um clube de futebol?
– Fiquei sabendo sim, e daí?
– Cara! É meu clube de coração (sic), digo, meu clube de placa-mãe… E você, pra que time torce?
– Eu sou um computador profissional, não torço para clube nenhum.
– Ah, larga disso meu. Duvido. Hoje em dia qualquer PC torce para algum clube.
– Mas eu não torço para nenhum. Porque senão você já viu né? Vão falar que a gente beneficia alguém por interesses e essas coisas todas.
Ah, mas mesmo assim, fala logo pra quem você torce, com certeza tem um.
– Tá bom, tá bom. Eu torço para o Juventus da Mooca.
– Nem vem com essa não, sempre tem alguém que fala um clube de tradição, mas com menor expressão atualmente só para não se complicar.
– Ah, tá bom, não me enche.
– Viu?
– Que foi?
– Será que vão utilizar a gente em dia de jogo? Imagina, no estádio lotado, quanta emoção?
– E desde quando computador sente emoção?
– Como você é bravo hein? Mas bem que podia né?
– Acho que não vai rolar mesmo.
– Porque não?
– O meu HD veio de um computador que conhecia um processador que trabalhou num clube de futebol. Ele disse que quase nunca usavam ele, dia de jogo então, nem pensar, ninguém tinha tempo para isso.
– Poxa, mas por quê?
– Primeiro ele falou que as pessoas mal sabiam mexer nele, e quando muito tinha um rapaz da administração que ia lá e usava para fazer uns trabalhos da escola, e um outro que ia ver umas fotos e coisas assim.
– Mas será que é verdade?
– O meu HD jura de bytes juntos que sim, afinal ele morou com o processador no mesmo computador.
– Mas poxa, queria tanto ir em dia de jogo. Será que não vamos mesmo? Será que nunca seremos usados? Porque será hein?
– Então, primeiro, neste clube não sei se tem alguém que precisa fazer trabalho de escola ou ver fotos. Então precisa ver se tem alguém que sabe usar a gente né? E ai tem que ver se quem usa a gente é do departamento de futebol. E mesmo assim ainda precisamos ver para quais fins eles iriam usar a gente.
– É verdade. Mas hoje em dia todo lugar tem sistemas integrados.
– Então, no futebol não é bem assim, e ainda tem a questão de infraestrutura.
– Como assim?
– Bom, o papo tá bom, mas depois a gente se fala, preciso processar alguns dados por aqui e vou precisar usar minha memória. Mantenha seu wireless ligado que a gente volta nesse bate papo. Ah e quando me chamar não precisa gritar porque se não sobrecarrega meu Bluetooth. Semana que vem continuamos o papo.
– Falou, abraços!
(continua)
Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br