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O craque não para

Ronaldo anunciou há pouco que se aposentou dos gramados. Mas será que, de fato, um jogador como ele realmente vai “parar”?

A verdade é que craque não se aposenta.

A partir de agora, muda apenas a percepção que teremos de Ronaldo e sua função dentro do futebol. Ronaldo não é mais jogador, porém continuará a ser sempre lembrado. Da mesma forma como Pelé não se aposentou, ou como não deixaram os gramados Beckenbauer, Maradona, Romário, Zidane e outros gênios da bola.

E aí é que está a grande diferença do craque para o jogador comum.

Os gols, as jogadas, as opiniões. Tudo em Ronaldo é relevante. Não precisaremos, daqui a cinco anos, resgatar a história do jogador, procurá-lo para dar entrevista e dizer o que faz desde que encerrou a carreira como atleta. Ele vai continuar a ser notícia, a aparecer, a ser fruto da atenção da mídia e do público.

E é assim que Ronaldo continuará a estar presente no meio do futebol. E como sempre fenomenal, mas agora em outro campo de atuação.

Não há motivo para tristeza, e sim para celebrar. Relembrar o craque dentro de campo e agradecer o momento de lucidez que teve para que os Tolimas da vida não acabem com a imagem de um dos maiores jogadores do mundo.

Maior artilheiro e duas vezes campeão da Copa do Mundo, Ronaldo foi um daqueles raros jogadores que teve atuação tão espetacular pelo seu país que superou qualquer barreira clubística.

Obrigado, Ronaldo. E seja bem-vindo ao seu novo estilo de vida!

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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Alma castelhana

O Uruguai, depois de 84 anos, volta a ter uma seleção nacional disputando as Olimpíadas.

Apesar da derrota contundente por 6 a 0 contra o Brasil, o país assegurou uma das vagas para Londres 2012.

O que explica o êxito do futebol do Uruguai?

Somando esta classificação e a bela campanha da seleção na Copa da África do Sul em 2010, chegando à semifinal após 40 anos, ficamos ainda mais perplexos com a resistência do futebol no país.

Muitos fatores jogam contra o Uruguai em termos de desenvolvimento da indústria do futebol local.

Mercado consumidor minúsculo e pouco atraente aos patrocinadores, clubes de infraestrutura arcaica, êxodo de jogadores ainda muito jovens para a Europa, baixos salários pagos, pouco ou nenhum interesse da TV.

O país tem 3,5 milhões de habitantes e quase 50 mil jogadores filiados à Federação Uruguaia.

Como base de comparação, no Brasil, somos 200 milhões de pessoas e 2,1 milhões de jogadores filiados à CBF.
Os resultados são reflexo de um projeto em andamento que teve início com a chegada de Oscar Tabárez à seleção principal em 2006, em que o treinador passou a ter mais contato com as categorias de base e formou uma equipe de profissionais de sua confiança.

“Junto a isso, mudamos o perfil em busca de jogadores mais inteligentes e incentivamos o estudo. Tem um projeto que obriga todos a terem curso de computação e a apresentarem o boletim de notas. Eles precisam de objetivos psicológicos e físicos. Isso de alguma maneira ajuda a fazer melhores profissionais. O futuro está nos pés e na cabeça”, afirma o treinador.

O presidente da Federação Uruguaia acredita que a tradição tem que ser um diferencial, na ausência de outros fatores determinantes.

“A celeste é uma marca registrada. Todos precisam saber desta história. Para que eles se sintam identificados, o Gigghia, que marcou o segundo gol no Maracanã (na final da Copa de 1950 contra o Brasil), vai falar com os jogadores na concentração com frequência, para mostrar a importância da camisa do Uruguai. Quando veste a celeste, tem que deixar tudo”.

O futuro está nos pés e na cabeça…

No Brasil, sim, temos sorte de ter muito futuro nos pés.

Nosso futebol precisa mais da cabeça.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br