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Só se chega ao topo com uma base bem feita

Saudações a todos!

Vocês lembram que na coluna da semana passada citei o jogador de vôlei Giovane?

Coincidentemente, estava vendo o programa “Encontro de Craques”, no canal Bandsports, e quem estava lá? O próprio Giovane! No programa, ele falava de um assunto muito interessante e que está em total evidência no mundo coorporativo: a base e a formação no início de carreira.

O Sesi, time no qual ele é técnico, tem um projeto revolucionário e que com certeza dará muitos resultados para o esporte brasileiro. O clube elaborou uma metodologia de trabalho que é aplicada em todas as modalidades esportivas, como vôlei, basquete, judô e natação, entre outras. Os garotos e garotas, de 12 e 13 anos, recebem informações básicas sobre o esporte que praticam, como teoria, conceito e história.

Além disso, recebem treinamentos técnicos de como jogar. Segundo o exemplo que ele deu sobre o vôlei, foi criada uma forma de como se deve receber uma bola, como se deve levantar (o jeito e a técnica de bater na bola), como se deve passar, etc. Como ele mesmo disse, “(…) não pregamos que essa forma seja única, seja a melhor do mundo, mas é a nossa forma, o nosso jeito”. Ou seja, existe uma crença, os garotos e garotas sabem o porquê estão fazendo aquilo, por que fazem daquela forma, têm a base de sua atividade, o que será fundamental para o seu futuro.

Aprendi, nas palestras que presenciei da Universidade do Futebol, que no esporte existem outros grandes exemplos de uma formação de base sólida e com resultados expressivos. Só para ficar em dois casos de sucesso na base, temos o Barcelona e o São Paulo, este último brilhantemente coordenado pelo Marcelo Lima.

Hoje, o mundo coorporativo está carente dessa formação de base e sofrendo as consequências nas posições de direção. Os jovens chegam às empresas e começam a fazer o que lhes é pedido sem ao menos saber por que estão fazendo e crescem assim. Passam de estagiários para auxiliares, depois analistas e chegam às posições de chefia sem ter tido uma base sólida. Sabem apertar o botão e extrair a informação, mas não sabem de onde vem essa informação, por que vem, para onde vai ou como vai.

Dou sempre o exemplo da luz elétrica para evidenciar essa falta de base. Os jovens apertam o interruptor e a luz acende; se você pergunta por que a luz acendeu, eles respondem: “porque apertei o botão”, e ficam bravos se falha, se a luz não acende. Simples, né? Mas a grande maioria deles não tem ideia de que para acender a luz, foi necessário ter uma represa, uma barragem, uma turbina, um estação de transmissão, torres de transmissão, subestações, distribuição comum, poste, instalação local e, claro, o interruptor.

Com o aquecimento do mercado e a falta de mão de obra qualificada, as empresas retomaram suas formações de base. Hoje, existem empresas com processos de estágios e trainees muito bem elaborados, consistentes e que com certeza trarão ganhos significativos para as coorporações, mas esses frutos serão colhidos em, no mínimo, cinco anos. No entanto, até este dia chegar, existem oportunidades para os que estão aí, mesmo sem ter vivenciado uma experiência de base de formação.

Se você está vivendo este momento, se está inserido nesta coluna, não perca sua chance: veja o que é necessário para suprir sua carência, descubra a razão pelaquel você faz uma determinda atividade, procure saber de onde ela vem, para onde vai e como pode contribuir para melhorar. Fazendo isto, você terá melhores resultados e poderá chegar ao topo de sua área com uma base sustentável.

É isto, pessoal. Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos na próxima semana.

Abraços a todos!

Para interagir com o autor: ctegon@universidadedofutebol.com.br