O futebol pode salvar inúmeras vidas em todo o mundo.
Aliás, já salva, num certo sentido.
Muitos jovens que se engajam nas categorias de base dos clubes por aí afora podem ser vistos como tendo sido salvos dos riscos sociais típicos, em especial drogas, violência e desocupação profissional.
Além dessa atividade voltada ao alto rendimento, podemos também nominar alguns projetos sócio-esportivos ou, até mesmo, as escolas de futebol, como vetores de desenvolvimento e transformação social.
Porém, o futebol também tem amparado uma fantástica iniciativa que ajuda a “salvar vidas” num sentido mais “literal” ou, pelo menos, mais trivial.
O Complexo Pequeno Príncipe é o maior hospital pediátrico do Brasil e tem sede em Curitiba. Os números são impressionantes: 390 mil crianças são atendidas por ano, incluindo consultas, exames e procedimentos cirúrgicos.
Há cinco anos, foi fundado o Instituto de Pesquisas Pelé Pequeno Príncipe, tendo como patrono e grande apoiador o maior ídolo do nosso futebol em todos os tempos.
Por tal motivo, promove-se o envolvimento entre o futebol e a responsabilidade social, por meio dos projetos socioesportivos e culturais desenvolvidos pelo Programa Gols pela Vida, vinculado ao Instituto de Pesquisas Pelé Pequeno Príncipe.
Atualmente, são 60 linhas de pesquisa, incluindo genoma humano e transtornos neurocognitivos.
O Programa Gols pela Vida foi concebido como plataforma de iniciativas que visam a levantar recursos para as pesquisas, em prol da saúde infantil, realizadas pelo instituto.
E uma delas é a chamada Copa Gastronômica Gols pela Vida.
Um time de 15 chefs renomados, do Brasil e do exterior, liderados por Claude Troisgros, o simpaticíssimo francês do programa de culinária “Que Marravilha”, são convidados a apresentar pratos especiais, a preços populares, em eventos voltados à arrecadação de fundos.
O projeto foi aprovado junto ao Ministério da Cultura e contou com diversas empresas parceiras.
A mais recente etapa se deu em São Paulo, na linda Sala São Paulo. Antes de se servirem dos pratos especiais do evento, os frequentadores puderam acompanhar um concerto de música erudita, regido pelo maestro Norton Morozowicz, que fazia parte da programação oficial.
Mais de 2500 pessoas circularam pelo evento.
Na noite seguinte, num jantar mais restrito e também com intuito de arrecadação de recursos, foram recebidos 250 convidados, para apreciar o fantástico menu liderado por Troisgros e que também contou com Alex Atala, Roberta Sudbrack, Iñaki Aizpitarte e Ignacio Echapresto, ambos da Espanha.
Tive o grande prazer de convidar e dividir a mesa com Beatriz Pantaleão e Raí, da Fundação Gol de Letra, Ana Moser, do Instituto Esporte e Educação, Jair Libardoni, do Projeto Bom de Bola Paraná.
Além destes, o jogador do Corinthians, Paulo André, cujo instituto leva seu nome, e Eduardo Tega, representando a Universidade do Futebol.
Raí e Ana Moser também lideram os Atletas pela Cidadania, que se constitui num grande fórum de discussão e execução de iniciativas socioesportivas no Brasil.
A conversa foi bastante rica, com grandes experiências compartilhadas a respeito de como se deve encarar o futebol como agente de transformação social no país, também tendo como semente a aproximação de líderes de instituições que pensam e agem seriamente sobre essa premissa.
Peraí, acho que me enganei lá em cima…
Disse que o projeto da Copa Gastronômica Gols pela Vida foi aprovado junto ao MinC, não junto ao Ministério do Esporte.
Não, não me enganei.
Futebol também é cultura.
Também pode salvar vidas.
Que marrravilha!
Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br