A legitimidade de um protesto se dá, sobretudo, quando o argumento é bem sustentado e encontre respaldo legal e social.
Contudo, costumamos acompanhar debates que produzem pouca ou nenhuma validade prática por uma questão estritamente conceitual, mais das vezes originadas por interesses particulares que não combinam com um pensamento lógico de um conjunto de pessoas.
A mais recente delas é a tentativa do deputado federal e ex-atleta Romário de Souza Faria, que tem fomentado uma ampla discussão em torno da CBF que fogem em muito da sua competência enquanto parlamentar.
É verdade que o ensejo e a provocação deste debate é de grande interesse social, mas está sendo feito em local e momento inadequado.
Tem validade as investigações relacionadas com recursos públicos aplicados na Copa do Mundo 2014. Não faz qualquer sentido a tentativa de intervenção sobre uma entidade privada como a CBF, que não recebe diretamente recursos públicos há muito tempo.
O resultado deste tipo de ação é que o debate que deveria realmente ser feito acaba por perder credibilidade. Ao querer resolver problemas pessoais, institucionais e de governo em processos que se contradizem, o real valor visando novas atitudes na gestão do esporte brasileiro resta desviado de seu rumo desejável.
Lutar e debater pela construção de um legado dos megaeventos por conta do investimento público que tem sido feito é justo e necessário.
Precisamos de lideranças que apelem e discutam de maneira eficaz os interesses e a aplicação de recursos públicos sim. Mas, a produtividade e o resultado só poderá ser alcançado com respaldo técnico de forma a produzir força sobre o argumento e não argumentos pela força e imposição.
Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br