O estresse dentro do futebol é algo muito comum, a cultura de buscar resultados no curto prazo faz com que os profissionais que exerçam liderança passem por situações deste tipo. Ainda mais quando vivemos um momento como esse de 2013, aonde a dança das cadeiras no futebol brasileiro atinge os clubes da primeira divisão e seus respectivos treinadores.
William James disse: "A maior arma contra o estresse é nossa habilidade de escolher um pensamento ao invés do outro."
Quando o equilíbrio fisiológico/psicológico dos técnicos vão além da capacidade que estes têm de suportar estes profissionais ficam desregulados e desordenados, sem conseguir produzir nos seus comandados as ações de alto desempenho já conseguidas em outras ocasiões.
O estresse pode impedir a qualquer um de nós de manter o foco no que precisamos fazer, de resolver nossos problemas de maneira criativa, de expressar nossas emoções de forma efetiva e consequentemente de estarmos com nossa mente em paz.
Sabem que muito do nosso estresse vem da percepção das inúmeras ameaças, reais ou imaginárias em nossas vidas; se nosso status social, nosso ego ou nosso desejo de controlar as coisas estiverem ameaçados nós reagimos e nosso sistema de fuga ou de luta toma conta.
E alguns casos esse estado de hiperestimulação pode tornar-se permanente e muitos de nós passamos a sentir os alguns dos sintomas abaixo:
• Ansiedade excessiva;
• Tensão muscular crônica;
• Tremor decorrente de batimentos cardíacos elevados;
• Palpitações;
• Palmas das mãos úmidas;
• Necessidade de se isolar;
• Incapacidade de manter o foco, entre outros sintomas.
Com os treinadores acontece exatamente a mesma coisa. Quando estão sob forte estresse em sua vida cotidiana e mesmo que alguns sejam altamente resilientes e resistam mais, a somatização de estímulos pode provocar os sintomas em questão.
Mas, então, como os treinadores podem reduzir essa exposição ao estresse e lidar com isso na vida profissional? A resposta pode estar no melhor equilíbrio entre o lado pessoal e o profissional.
Um trabalho específico de gerenciamento do tempo e das emoções do treinador é muito importante para promover a redução do estresse. Com o apoio de um coach, o treinador pode precisar das seguintes ações:
• Examinar o desperdício de tempo;
• Explorar as situações em que o profissional se sente realizado ou se sente subutilizado;
• Discutir possíveis trocas/compensações que o treinador precisa ter para obter mais equilíbrio na vida pessoal;
• Determinar os valores do indivíduo e priorizá-los;
• Identificar e lidar com o vício pelo sucesso.
Além dos itens acima, devemos relevar a importância das técnicas de relaxamento e visualização, também muito eficazes na redução do estresse.
Cabe aqui compartilhar alguns princípios fundamentais para combater o estresse, não só indicados para os treinadores, mas também para todos nós.
1. Viva o hoje;
2. Lembre-se de que 95% das nossas preocupações não se transformam em problemas;
3. Todo problema tem solução;
4. Pare de sofrer pelo passado;
5. Saiba perdoar a si mesmo e ao outro;
6. Evite reagir à ansiedade dos outros como se fosse sua;
7. É preciso ter sempre alguém com quem possa falar abertamente;
8. Compreenda de uma vez por todas: "VOCÊ É O QUE VOCÊ FAZ DE SI MESMO".
Acredito que devemos compreender, cada vez mais, o tamanho do desafio profissional de um treinador de futebol no Brasil, pois se repararmos muito bem os estímulos em excesso que podem causar o estresse estão intensamente presentes na vida destes e atuar com excelência neste cenário sem o apoio e ferramentas adequados é muito complicado, não acham?