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Cooperação internacional

O Clube Atlético Paranaense (CAP), recentemente, anunciou o lançamento de sua fundação, a FUNCAP.

A FUNCAP tem como finalidade a promoção de atividades educacionais, sociais e culturais.

Nesse sentido, a estratégia do clube, pelo menos na primeira etapa de desenvolvimento da FUNCAP, será voltada à utilização de sua rede de “Escolas Furacão” para que tais iniciativas sejam implementadas.

O Clube Atlético Paranaense tem uma forte atuação social através das Escolas Furacão. O projeto, que tem como um dos principais objetivos a inclusão de jovens em atividades esportivas e educacionais, acontece em escolas licenciadas e espaços públicos, ambientes em que conta com a participação de professores e voluntários.

Indo além, o CAP decidiu inovar e estabeleceu parceria estratégica com a Tottenham Hotspur Foundation, fundação instituída pelo renomado clube inglês; com o British Council e com a Premier League para a realização do Programa “Premier Skills”.

O programa Premier Skills é uma parceria global entre a Premier League e o British Council e utiliza o futebol como ferramenta para engajar e desenvolver habilidades de jovens em todo o mundo. O Premier Skills combina a comprovada experiência da Premier League em projetos de futebol comunitário com a presença global e experiência no desenvolvimento e implementação de projetos culturais e educacionais do British Council.

O Premier Skills tem sido realizado com sucesso nos seguintes países: Índia, Indonésia, China, Vietnã, Malásia, Coreia, Quênia, Uganda, Botsuana, Sudão, Malaui, Egito, Tunísia,Marrocos, Senegal, Camarões, e também no Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo e, agora, Curitiba).

A Tottenham Hotspur Foundation usa esportes, em particular o futebol, como um veículo para dar oportunidades a crianças de comunidades. O trabalho é feito através de parcerias com governos, escolas, universidades e empresas. A Tottenham Hotspur Foundation existe há 5 anos e já beneficiou mais de 1.5 milhão de crianças e adolescentes através de projetos sociais que visam criar oportunidades e promover educação através do esporte.
 

 

Com o intuito de aumentar o alcance social das Escolas Furacão, o CAP, o British Council e a Tottenham Hotspur Foundation, a fundação social do clube de futebol homônimo, ofereceram treinamento no dia 18 de fevereiro, no Centro de Treinamentos do Clube Atlético Paranaense. Professores e voluntários de 12 projetos sociais das Escolas Furacão participaram do treinamento, em que três especialistas em programas comunitários da Tottenham Hotspurs Foundation falaram sobre o desenvolvimento de projetos comunitários.

Nas palavras de Ana Bessa, gerente de projetos no British Council, “o objetivo do treinamento é compartilhar melhores práticas e contribuir com ferramentas que ajudem a maximizar o impacto social do trabalho que já vem sendo desenvolvido pelos projetos sociais do Atlético Paranaense. O esporte, principalmente o futebol, facilita a comunicação com crianças e jovens e é um canal excelente para engajá-los em atividades educacionais e de cidadania”.

Para o CAP, essa parceria é muito importante, segundo o gerente das escolas, Ricardo Silva, “porque entendemos que temos uma responsabilidade com a nossa sociedade. Poder contribuir, através do esporte, com o futuro de crianças e adolescentes é o principal objetivo do clube e dos parceiros. A filosofia que implantamos em nossos projetos tem sempre o alinhamento necessário com os responsáveis pelos projetos em cada cidade. Assim, priorizamos as aulas e os processos pedagógicos, sempre visando a socialização e a formação dos valores com nossos alunos”.

A delegação também visitou o Complexo Pequeno Príncipe, maior hospital pediátrico do Brasil, para promover o estreitamento de laços com o Programa Gols pela Vida, programa de responsabilidade social voltado à visibilidade e captação de recursos em prol da saúde infantil, que conta com Pelé como padrinho.

Durante a visita, o que chamou a atenção foi saber que o orçamento anual da Tottenham Hotspur Foundation é de £ 5.6 milhões.

E que, até pouco tempo atrás, as ações de responsabilidade social que o clube promovia junto à comunidade, contando com a participação dos seus jogadores e comissão técnica, era algo ligado ao marketing do clube e, hoje, passou a fazer parte integrante da relação contratual como compromisso profissional bilateral.

Na prática, isso se traduz no engajamento dos profissionais em atividades que os sensibilizem sob diversas alternativas (saúde, educação, inclusão social, esporte) e superem a mera “obrigação profissional” para alcançar o contexto de “give back” (devolver à sociedade aquilo que ela ajudou a construir).

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Isso é hora para crise?

O Brasil vai receber a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos, dois dos principais eventos esportivos do planeta. Ainda assim, o esporte brasileiro está em crise. Entender isso é fundamental para qualquer profissional que trabalha com comunicação.

Candidato único ao posto de sede da Copa do Mundo de futebol de 2014, o Brasil foi aclamado em 2007. A definição do Rio de Janeiro como palco dos Jogos Olímpicos aconteceu dois anos depois, em outubro de 2009. O esporte brasileiro está prestes a entrar no período mais importante de sua história. No entanto, pululam exemplos, em diferentes modalidades e em diferentes formatos, para mostrar que não há bonança alguma. Entender e discutir os porquês disso são processos fundamentais para todo profissional de comunicação.

No futebol, por exemplo: as obras para a Copa do Mundo estão atrasadíssimas, mas esse é apenas um dos aspectos negativos. A preparação do Brasil para receber o evento também tem sido marcada por enormes percalços na comunicação.

Isso começa com as secretarias locais que administram os projetos da Copa do Mundo. Um exemplo disso aconteceu na última semana, em Cuiabá, onde a regional da Ordem dos Advogados do Brasil precisou acionar a Justiça para ter acesso a dados sobre o cronograma das obras na cidade.

Nas obras relacionadas à estrutura esportiva, como os estádios, ainda há uma cobrança. E as iniciativas nas cidades? E o tal legado da Copa do Mundo? O que efetivamente estará pronto para o evento e o que será feito depois? Há estimativas consistentes e estimativas pouco consistentes sobre o que ficará no Brasil depois, mas não há nenhum plano abrangente com prazos e objetivos.

O planejamento do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 falha ao não criar um plano abrangente e unificado de comunicação. E erra ainda mais ao não transmitir correta e detalhadamente as informações para o público. Transparência é item imprescindível em um evento dessa proporção.

O Brasil da Copa do Mundo, contudo, não é o único que está em crise. Basta ver os Estaduais inchados, desinteressantes, com jogos como Legião x Atlético Ceilandense, válido pelo Campeonato Brasiliense, que teve apenas nove pagantes. Não há nada que justifique um jogo com nove pagantes.

Melhor: um jogo com nove pagantes tem muitas justificativas implícitas. A começar por uma demonstração clara da falta de cultura de promoção que impera no esporte brasileiro. Quantas pessoas em Brasília e nas regiões próximas efetivamente sabiam quando seria o jogo e foram incitadas a comprar um ingresso?

No Brasil, falar em promoção costuma ser quase um sinônimo de falar em publicidade. Só nos últimos dias, houve protestos na equipe brasileira de taekwondo e em times como natação, vôlei e ginástica artística de São Caetano.

Maurren Maggi, campeã olímpica do salto em distância em Pequim-2008, criou um site para angariar fundos para pagar treinos e competições. Outros atletas, como o mesatenista Gustavo Tsuboi, apostaram em um mecanismo similar, mas coletivo.

No mesmo período, a Vivo encerrou um patrocínio ao basquete de Franca e o vôlei brasileiro se viu envolvido em denúncias que afastaram até o secretário-geral da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Marcos Pina, que será investigado.

São muitas notícias ruins em um intervalo bem pequeno. Está claro que não é apenas coincidência. O esporte brasileiro vive, infelizmente, um período de crise.

A crise tem relação com uma grande lista de fatores, como o desaquecimento da economia interna e os problemas da economia externa. Também pesam aspectos como a falta de cultura de investimento em esporte.

Contudo, momentos assim também são excelentes oportunidades para reflexões. Será que o esporte brasileiro tem uma percepção clara de como funcionar como negócio? E nesse modelo, será que a comunicação tem o tratamento adequado?

Aí entra uma crítica que não é apenas a dirigentes, mas a todo o mundo do esporte. Por exemplo: o que Maurren Maggi oferece para aumentar o poder de barganha e se aproximar de patrocinadores? Que tipo de venda ela faz e quais propriedades ela inclui? Qual retorno ela oferece?

Responder a todas essas questões é fundamental para qualquer negociação. É fundamental também para entender quais são os responsáveis pelo atual momento do esporte brasileiro.

O problema é: quem faz esse tipo de pergunta? E quando esse tipo de pergunta é feita, que tipo de informação ela gera? Há pesquisas, dados ou projetos sobre novos caminhos para o esporte brasileiro? Se houver, há algo que esteja sendo colocado em prática com detalhamento e comunicação?

O esporte brasileiro nunca teve tanto dinheiro. Confederações com trabalhos minimamente estruturados, como rúgbi e handebol, mostram que é possível crescer até quando existem problemas.

A grande questão é que a proporção desses problemas depende muito de quem conta a história. E enquanto não houver um jeito certo de contar, as diferentes versões só vão ampliar a sensação de crise.