Estamos às vésperas das eleições majoritárias no Brasil.
Iremos votar e escolher nosso presidente, governador, senador, deputados federais e estaduais.
Como consequência, os mandatários de cargos executivos irão montar suas equipes de trabalho, ocupando cargos de confiança com pessoas de confiança, além de contar com o corpo técnico de funcionários de carreira.
É certo que a corrida eleitoral, em todo o país, terá como sombra o triste episódio do falecimento do candidato Eduardo Campos, cuja tragédia, rapidamente, fez com que todos prestassem mais atenção às eleições do que de costume.
Pois bem. Utilizei os termos “corrida” e “tragédia” para reforçar a necessidade de reflexão que devemos ter em momentos de definir o futuro de nossas instituições, públicas ou privadas, no que tange aos processos eleitorais democráticos e ou participativos.
Como bem sabemos, no fim do ano, muitos clubes de futebol elegerão seus presidentes ou os reconduzirão para mais alguns anos de gestão.
A pressa ou desatenção (corrida) na escolha dos candidatos, somada a elementos dramáticos, como um rebaixamento ou desclassificação (tragédia), são os combustíveis preferidos da velha política, acostumada a vender o discurso de que “vamos mudar tudo, não mudando nada…”
Nesse viés negativista, não há espaço para discussões estratégicas, programáticas, objetivas e técnicas.
Prefere-se, apenas, o subjetivismo, a passionalidade, as relações pessoais, “de confiança”.
Governança corporativa, então, passa longe dos debates.
O passado costuma prevalecer sobre o presente e o olhar para o futuro.
Afinal, para alguns, “somos pentacampeões mundiais” e isso já nos bastaria.
Eu diria “fomos”. Mudar a conjugação verbal faz muita diferença para quem quer sempre buscar a evolução da sociedade.
Por outro lado, a representatividade política deve ser exercitada frequentemente por quem tem interesse nessa evolução.
Votar e ser votado. Acompanhar as realizações do seu candidato ao longo do mandato. Articular e participar de grupos, partidos e redes políticos.
Os sistemas sociais complexos exigem mudanças desde dentro. Não adianta, simplesmente, negar sua existência ou, simplesmente, tentar destruí-lo desde fora.
Mas, o primeiro passo é conhecer seu funcionamento.
Por isso, uma das ideias inspiradoras que, nesta semana, em tempos de eleição, conheci, é a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), movimento apartidário (www.raps.org.br)
Sua missão: Contribuir para a melhoria do processo político e da qualidade da democracia brasileira através da formação de líderes políticos comprometidos com os valores e princípios da ética, transparência e sustentabilidade.
O desinteresse do povo pela política vem, fundamentalmente, do desconhecimento sobre como ela funciona.
O futebol brasileiro está, há muito tempo, à mercê de oligarcas conservadores, que se acostumaram a comandá-lo sem boas práticas de gestão e à sombra.
Nos últimos anos, com a luz do sol incidindo no cenário, fica mais fácil entendermos “como a linguiça é feita” e seremos enganados apenas se quisermos.
Capacitação política e participação ativa são as chaves do progresso das instituições.