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Qual é o caminho da mudança?

A alteração do projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal dos Clubes pela chamada “Bancada da Bola” nos últimos instantes da votação, apesar de toda a pressão midiática e do bom trabalho feito pelo Bom Senso FC, reforça um conceito que venho destacando nos meus últimos textos aqui na Universidade do Futebol: o processo de mudança não virá pela força do meio político, que é, sabidamente, amplamente viciado.

Partimos da premissa óbvia de que sequer o poder público tem respeitado as diretrizes da Lei de Responsabilidade para o uso do dinheiro público, mudando a regra pouco antes de ver que não irá poder cumpri-la, por que é que achamos que seria diferente com o futebol ou com o esporte?

O mais engraçado (para não dizer trágico) é que quem estuda um pouquinho de história verá que este cenário é apenas uma reprise de tantos outros “causos” envolvendo esporte, expectativas de mudanças radicais e o poder público no meio. E pior, historicamente, as relações com o esporte são evidenciadas e literalmente usadas em períodos eleitoreiros. Definitivamente, não funciona!

As entidades esportivas e o mercado precisam rever a forma de ser relacionar com o poder público urgentemente para que o processo possa ser tanto benéfico para a indústria do esporte quanto para a sociedade. Da forma que está, não tem sido positivo nem saudável para nenhuma das partes.

Com relação as contrapartidas, reforço: a solução passa por um processo de inversão de valores do que temos atualmente. Precisamos de um mecanismo de estímulos para quem faz direito, uma vez que a punição por vias legais não funciona. Só assim poderemos de fato beneficiar aqueles que agem de forma austera e dentro das prerrogativas de controle financeiro em detrimento daqueles que insistem em gastar mais do que arrecadam.

O caminho da mudança? Estimular boas práticas ao invés de punir. Tão simples quanto isso…