Nos outros dois textos, falamos em atingir pessoas. Falamos em quantidade. Impactar! Certo: o volume interessa e muito. Não é por acaso que os 30” de comercial na Globo no intervalo da novela das 8 ou do Jornal Nacional valem muito mais do que os mesmos 30” durante a programação da Sessão da Tarde, por exemplo (para ficarmos em exemplos de um único veículo de mídia). A resposta está, obviamente, na quantidade histórica de pessoas que tais programações atingem. Quanto mais gente, maior o valor.
Contudo, é preciso perceber que na imensidão dos diferentes públicos que consomem os inúmeros conteúdos disponíveis no mercado, seja por meios eletrônicos ou vivenciados pessoalmente por meio de experiências, existem “nicho” ou “nichos” alocados neste universo.
Se pensarmos em uma massa de um grande clube de futebol no Brasil, com seus mais de 10 milhões de torcedores, naturalmente encontraremos uma diversidade enorme de comportamentos e públicos.
Tem o torcedor que gosta de ir aos jogos com a família – esposa e filhos, por exemplo. Outros que gostam de ir em grupos de amigos. Há os que preferem se reunir também em grupos, só que em casa, fazendo um churrasco no final de semana. Outros tantos que preferem viajar e assistir todos os jogos da temporada, dentro ou fora de casa. Os que adoram ver o jogo de pé. Os que optam por mais conforto, com serviços específicos. Há ainda extratos nestes grupos dos que compram pelo menos uma vez por ano a camisa oficial do clube. Outros que optam por só comprar produtos de patrocinadores do seu clube. Aqueles que simplesmente curtem e compartilham conteúdo do seu clube pelas redes sociais. Tem também (…)
Enfim, poderíamos gastar algumas páginas para falar dos diferentes comportamentos das pessoas que tem afinidade por um elemento, mas que o consomem de maneiras distintas. E qual a relação disso com o patrocínio? Total! Ao compreender esses nichos, podemos dimensionar melhor os valores de propriedades em múltiplas esferas e não olhar somente para o patrocínio de camisa.
Quando sabemos exatamente quem são, quantos são e com que frequência, é possível mensurar os esforços e lastrear sobre os diferentes segmentos de mercado, podendo atingir empresas de pequeno, médio e grande porte, mesmo em clubes de grandes massas de torcedores.
Os valores dos patrocínios poderão variar conforme o potencial de alcance de público de cada propriedade, sendo calculado de maneira racional e tendo como premissa o nível de relacionamento e proximidade com o público.
A partir desta linha de raciocínio, tem-se números para avaliar não só o valor da Cota Máster de um patrocínio de camisa, mas também, além de racionalizar o cálculo do valor mais alto, chega-se ao valor exato do clube como um todo a partir da soma das várias propriedades.
Para querer ser diferente tem-se que pensar em alternativas diferentes. Enquanto continuarmos a vender visibilidade, é natural que as empresas irão comprar tão somente visibilidade. O fato é que é possível ser muito melhor do que isso!
Leia mais:
O valor do patrocínio (parte 02 de 03)
O valor do patrocínio (parte 01 de 03)