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Humanamente árbitro

Em um momento em que tanto questionamos a qualidade dos árbitros que atuam no futebol brasileiro, uma questão vem à tona, qual a situação de competência emocional destes humanos que atuam num cenário ingrato de avanço tecnológico acelerado que gera inúmeras situações de dúvidas sobre o trabalho realizado em campo?

Pois é, com esses profissionais o Burnout também pode acontecer, tal e qual com nossos atletas, estes também podem sofrer consequências sérias deste quadro.

Aqui, vale resgatar o que significa este conceito, o Burnout é a saturação emocional de uma pessoa, devido à sobrecarga física e mental. De acordo com Dietmar Samulski, o Burnout é uma resposta psicofisiológica exaustiva, que se manifesta como uma tentativa de conciliar a quantidade de preparação conforme as elevadas exigências de desempenho nas competições de futebol. Para nosso conhecimento, compartilho algumas das características de um profissional em estado de Burnout:

  • Exaustão, tanto física como emocional, manifestada por perda de interesse, energia e confiança;
  • Despersonalização, vista muitas vezes como atitude impessoal e insensível;

Sentimentos de baixa realização pessoal, baixa autoestima, insucesso, fracasso e depressão geralmente são percebidos na baixa produtividade no trabalho ou na diminuição aguda dos níveis de desempenho.

Então me pergunto, temos consciência das exatas condições nas quais os árbitros atuam no futebol? O árbitro é aquele que as federações, confederações ou mesmo as ligas nomeiam em comum acordo para resolver o pleito, o jogo. Pensemos então, num profissional que atua num ambiente totalmente vigiado pelas câmeras de televisão, que de maneira despercebida, contribuem para julgamentos instantâneos quanto ao desempenho desse profissional.

Retornando ao Burnout, tem importância sabermos quais os sintomas mais comuns desta síndrome:

  • Baixa motivação ou energia
  • Problemas de concentração
  • Falta de preocupação
  • Perda do desejo de atuar em alto nível
  • Distúrbios de sono
  • Autoestima diminuída
  • Isolamento emocional
  • Ansiedade aumentada
  • Mudanças de valores e crenças
  • Esgotamento físico e mental

Agora, para concluir meu pensamento, imagine a expectativa em torno de um árbitro à beira de uma síndrome destas? Como ter atuação de qualidade, com os sintomas acima comentados?

Penso então, que as entidades que gerenciam e regulam o futebol, devem considerar a possibilidade de estudos e projetos pilotos para adoção definitiva dos recursos tecnológicos e de imagem nas partidas de futebol. Caso contrário, teremos cada vez mais, julgamentos imprudentes e situações conflitivas quanto aos resultados em algumas partidas de futebol. Lembrando que muitas destas, eventualmente decidem campeonatos e a própria do futebol brasileiro.