A crescente violência nos estádios de futebol tem levado os organizadores de eventos esportivos a realizarem os clássicos regionais com a presença de apenas uma das torcidas.
Conforme destacou Márcio de Souza Peixoto, “lamentavelmente, em que pese todo seu caráter lúdico e moral, o fenômeno da violência associada ao desporto sempre existiu. O esporte é uma forma de luta ritualizada especial, produto da vida cultural humana”. (PEIXOTO, 2011).
A relação entre violência e esporte é complexa, com maior visibilidade no futebol por causa do tamanho e importância deste esporte como um dos principais fenômenos sociocultural do século XX, e do alargamento da projeção do futebol-show como um dos principais produtos da indústria cultural.
Apesar de toda a complexidade do fenômeno da violência nos estádios de futebol, na tentativa de minorar o lastimável quadro em jogos de futebol, passou-se a sugerir a realização de jogos com torcida única como forma preventiva diante dos latentes riscos de segurança e ordem pública.
Além de não combater a violência, a torcida única demonstra despreparo, como bem ressaltou Marcos Lopes, da Tribuna do Norte: “o atestado de falência da segurança pública de um estado, é o atestado da perda de espaço dos bons, a vitória dos maus, a consolidação da violência e – insisto – a prova definitiva da incompetência do estado em garantir a segurança do bom torcedor”.
Contra a corrente, Atlético e Cruzeiro anunciaram que farão o primeiro clássico do ano, válido pela Primeira Liga com o Mineirão divido.
Sem dúvidas, a melhor notícia do início do ano. Uma vitória do futebol e do torcedor que merece fazer a festa na arquibancada e/ou assistir a festa pela TV, de casa.
Na prática, a torcida única não se mostrou eficaz para combater a violência, razão pela qual, o exemplo de Atlético e Cruzeiro deve se irradiar por todo o país.
O futebol agradece!