Mais uma vez, o São Paulo demitiu um treinador. Mais um ano começa e o time perdeu alguns jogadores e contratou outros. Mais uma vez a perspectiva de títulos é diminuta. Tudo isso tem relação. Lei da causa e efeito. Ou da semeadura, para os mais religiosos: colhemos o que plantamos.
A troca constante de técnicos faz com que não existam conquistas, porque futebol é sequência, conjunto e entendimento de uma série de comportamentos e princípios e sub-princípios de ataque, defesa e transições. Mas vamos voltar o nosso olhar para algo mais amplo e complexo. Toda essa falta de norte emerge da bagunça política e administrativa que o São Paulo Futebol Clube atravessa há uns bons anos. Desde o terceiro mandato de Juvenal Juvêncio, passando pela renúncia de Carlos Miguel Aidar e culminando agora com Leco.
Tenho a plena convicção que o resultado dentro de campo é reflexo de tudo o que acontece nas relações entre todos os setores do clube. Do porteiro ao presidente, passando pelos jogadores e pelo técnico. Todos têm a sua parcela nas conquistas e nos fracassos. Uma má administração dificultará muito o processo de formação de uma equipe vencedora.
O São Paulo ganhou um título nos últimos dez anos. Inúmeros treinadores passaram pelo clube nesse tempo e nenhum teve sucesso. Claro que podemos apontar falhas em cada um dos profissionais que estiveram liderando o trabalho de campo. Porém, não é possível afirmar que eles são os problemas e que o clube é que é a vítima. Há algo errado na estrutura, no arcaico jeito de fazer e planejar. O que funcionava há dez anos, hoje já ficou superado.
Com a atual visão de futebol dos seus cardeais, o Tricolor só será o primeiro dentre os grandes na letra de seu hino.
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